Saúde

O primeiro ano de vida representa para um cão o período mais importante no seu desenvolvimento físico e psíquico. Durante estes primeiros meses o cachorro deverá ser adequadamente alimentado, cuidado e educado; além disso, estará sob constante controlo sanitário, dado que este é o período mais crítico do ponto de vista sanitário. Será, por conseguinte, útil seguir um programa adequado de medicina preventiva que compreenda as vacinações contra as doenças infecciosas, os tratamentos anti parasitários contra carraças, pulgas e ácaros, os tratamentos anti-helmínticos contra as lombrigas e a profilaxia da filariase cardiopulmonar, se existir perigo de sofrer desta doença. Se o cachorro não estiver adequadamente protegido com vacinações e outras intervenções profilácticas, é aconselhável não o expor ao perigo de contágios, evitando levá-lo a lugares onde haja outros cães, como parques públicos, alojamentos para animais, etc.
O veterinário deve estar ao corrente de tudo o que se relacione com o cachorro; este deve ser visto por ele, sendo bom que as visitas sejam feitas com a presença do dono, pois sentir-se-á muito mais tranquilo. Por exemplo, será útil saber se antes esteve submetido a tratamentos para as lombrigas ou se apresenta sintomas particulares (vómitos, diarreias, tosse).


Em cima tem um pequeno sub-menu onde poderá escolher os mais variados assuntos para ficar a saber um pouco mais sobre alguns assuntos relacionados com a saúde do seu cachorro.

 

PRIMEIROS SOCORROS

 

Se o seu cão está ferido ou adoeceu subitamente, há pequenas coisas que pode fazer antes de o levar ao veterinário e que, por vezes, significam a diferença entre a vida e a morte.

 

Envenenamento.

Um animal pode envenenar-se ingerindo substâncias tóxicas ou então se for submetido a tratamentos anti parasitários não adequados contra pulgas e lombrigas. No envenenamento por insecticidas (incluindo os produtos contra as pulgas e as lombrigas) os sintomas mais frequentes são: vómitos, diarreia, convulsões e salivação abundante. Se a causa tiver sido a aplicação externa de um spray ou de uma solução anti pulgas, será necessário lavar abundantemente o pêlo do cachorro com sabão e passá-lo por água várias vezes, enquanto se espera a intervenção do veterinário. Os herbicidas representam um grande perigo para o cão e, no caso de ingestão, embora seja numa quantidade mínima, pode provocar-lhe graves dificuldades respiratórias, vómitos, diarreias e, em alguns casos, provocar a morte do animal. Os venenos para lesmas são particularmente apetecíveis e provocam uma sintomatologia semelhante à anterior. O maior perigo, de todos os modos, fundamentalmente nas zonas rurais, é representado pelos raticidas, os quais constituem compostos diversos, em particular substâncias anticoagulantes, que dão origem a hemorragias e anemias. Outras substâncias tóxicas são os vernizes, tintas, detergentes e o anticongelante para os carros. Plantas como a adelfa, o lírio-de-maio, a flor-da-páscoa e muitas outras podem ser perigosas.
Em todos os casos, se um cão ingere um veneno, é sempre útil conhecer as substâncias que o compõem e dirigir-se, o mais rapidamente possível, ao veterinário. Se a ingestão acabou de suceder, pode provocar-se o vómito, utilizando uma solução concentrada de sal de cozinha ou de água oxigenada de 10 volumes (5 ml-l0 ml), mas é sempre uma intervenção muito perigosa e contra-indicada no caso de não haver reflexo de deglutição ou então ser substituído por um estado comatoso.

 

Golpe de calor ou insolação.

Pode apresentar-se pela exposição directa aos 1 raios solares ou depois de o cachorro ter estado num ambiente fechado e pouco ventilado, onde se acumula calor (carros). Nesse caso, o cão não se segura em pé ou cambaleia, respira com dificuldade e todo o seu corpo está muito quente. A primeira coisa a fazer é refrescar o animal, submergindo-o por completo em água ou então cobrindo-lhe o corpo com panos molhados que devem ser continuamente substituídos.

 

Contusões.

Provocadas por um impacte violento entre o corpo do animal e um objecto ou uma superfície dura, sem rasgões na pele. Pode não ter consequências graves, mas é sempre necessário controlar (através da observação visual e de uma atenta apalpação) todo o corpo do animal para excluir com segurança a possibilidade de fracturas, dentes partidos e luxações evidentes. Se o animal não recuperar os sentidos em poucos minutos ou se a sua respiração não for normal, será bom dirigir-se rapidamente a um veterinário. Se necessitar de o transportar, pode deslizar o corpo do animal sobre uma madeira rígida e depois transportá-lo. Não se deve levantar a cabeça para evitar que o conteúdo do estômago ou o sangue obstruam as vias respiratórias.

 

Convulsões.

Podem ser provocadas por um envenenamento ou então indicar uma epilepsia. Neste caso, o animal geralmente, mas nem sempre, começa a mastigar no vazio, tem espuma na boca, dá esticões imprevistos com as patas, apresenta incontinência de fezes e de urina e perda do conhecimento. Durante a crise, convém certificar-se de que o animal não se magoa, deixando-o no lugar onde se encontra, sem o incomodar inutilmente com vozes ou luzes; quando recuperar, deverá estar perto para o tranquilizar. As crises de epilepsia duram apenas alguns minutos e não representam um perigo para a vida do cão; em qualquer caso, será útil aconselhar-se junto do veterinário para fornecer os fármacos anti epilépticos.

 

Entorses, distensões, contracções.

São patologias de origem traumática referentes, respectivamente, às articulações, aos tendões e aos músculos. Uma entorse consiste num deslocamento momentâneo dos ossos de uma articulação e do sucessivo realojamento; uma distensão está relacionada com o alongamento de um tendão, enquanto a contracção está relacionada com os músculos. Geralmente, estas patologias resolvem-se favoravelmente, mas é sempre necessário pôr a pane afectada em repouso. Por vezes é necessário imobilizar a zona com uma ligadura rígida.

 

Feridas.

Encontram-se, com muita frequência, feridas de cortes nas extremidades dos membros que não despertam qualquer preocupação se a hemorragia estiver contida. Para isso, será suficiente aplicar uma gaze impregnada com uma preparação anti-séptica, segurando a compressa sobre a zona durante alguns minutos, e depois ligá-la. As feridas de certa profundidade requerem, por vezes, a aplicação de pontos de sutura, sobretudo se forem muito profundas e com muita hemorragia. Se uma artéria for cortada, o sangue sairá em jacto abundante e, enquanto se espera uma intervenção do veterinário, aplicam-se gazes sobre a zona afectada, pondo mais camadas se for necessário. E muito importante, quando se liga uma extremidade, não esquecer a zona distal, incluídos os dedos.
As feridas podem também ser profundas e penetrantes e comprometer órgãos internos como os pulmões ou as vísceras abdominais: é sempre recomendável a intervenção do veterinário.



Fracturas e luxações.

As fracturas a nível das articulações são quase sempre visíveis porque originam deformações e dores acentuadas. Por luxação entende-se a perda permanente das relações normais entre as cabeças ósseas de uma articulação. Muitas vezes, os animais com estas lesões não se deixam tocar e se alguém se aproxima mordem. Enquanto se espera o veterinário, se o animal se tornar muito agressivo, é muito importante tranquilizá-lo ou, como alternativa, tentar imobilizá-lo com a ajuda de cordas, laços, etc.(Ver parte sobre Açaime). Não mova o cão até lhe arranjar uma tala para a pata.
- Procure algum objecto rijo mais comprido que a pata do cão - uma tábua de madeira, uma régua, ou mesmo jornais enrolados.
- Com uma ligadura, ate a tala à pata. Não tente esticar a pata, isso é trabalho para o veterinário!
Mordedura de víbora. O cão manifesta uma dor repentina e começa a queixar-se e a coçar violentamente a zona ferida que se encontra tumefacta e com a presença de dois pequenos orifícios. O uso do soro antiofídico pode ser perigoso porque, às vezes, desencadeia um shock ou outras complicações, por isso é aconselhável administrá-lo sob controlo estrito do veterinário. Como norma, é bom sangrar a ferida para facilitar a maior saída de veneno possível.

 

Congelação.

Os exemplares de pêlo curto são muito sensíveis ao frio, sobretudo quando são obrigados a permanecer num sitio de dimensões reduzidas sem a protecção de uma casota adequada. O corpo do animal torna-se muito frio e rígido com tremores incontroláveis: é indispensável aquecê-lo quanto antes e é também de grande utilidade a administração de soluções quentes por injecção intravenosa.
Picadas de insecto. Provocam sintomas locais como tumefacções, dores e avermelhamento na zona afectada. No entanto, no caso de picada na língua ou na zona das cervicais, é possível que o inchaço seja tal que não permita a passagem do ar, provocando grandes dificuldades respiratórias e, algumas vezes, comprometendo a vida do animal. Nestes casos é urgente a intervenção do veterinário, que fornecerá os fármacos adequados.
Empolas. As causas podem ser múltiplas, como o contacto com um líquido a ferver ou com substâncias químicas irritantes; também a corrente eléctrica pode provocar queimaduras graves. Em qualquer caso é necessário aplicar imediatamente sobre a zona afectada gelo ou compressas de água fria. Se a causa for uma substância corrosiva, é necessário lavar abundantemente a zona queimada com água, de forma a eliminar o mais possível os resíduos, e aplicar vaselina enquanto não chega o veterinário.

 

Reanimação CardioPulmunar

Este tipo de reanimação combina a massagem cardíaca com a respiração artificial.
- Verifique se há pulsação.
- Verifique se há respiração. Se houver pulsação e respiração, NÃO faça reanimação cardiopulmonar!
Se houver pulsação sem respiração, limite-se à respiração artificial!
- Se não houver respiração, desobstrua as entradas de ar.
- Tire-lhe a língua para fora, para um dos lados, feche-lhe a boca e segure-lhe os beiços por cima dos dentes.
- Inspire profundamente e expire para dentro do nariz do cão.
Veja se a caixa torácica se expande.
- Repita a cada dez segundos com cães grandes e com maior frequência com cães pequenos.
- Após cada dez insuflações, faça cinco compressões torácicas. Deite o cão de lado, coloque ambas as mãos por cima do coração do animal e pressione-lhe esta área cinco vezes. As compressões devem ser rápidas e delicadas, para não partir as costelas do animal!
-Faça dez insuflações, cinco compressões e repita.



Hemorragia

Uma hemorragia pode pôr o seu cão entre a vida e a morte.
Tente estancá-la antes de o conduzir a uma clínica.
- Se a ferida sangra, pressione-a com, um penso de gaze até chegar ao consultório do veterinário.
- Se a ferida sangra bastante e sem parar, use uma toalha ou vários pensos de gaze e leve o animal urgentemente ao veterinário.
- Se o sangue jorra abundantemente da ferida é porque um vaso sanguíneo foi afectado e o seu cão poderá sangrar até à morte. Use uma tira de ligadura ou um atacador de sapatos como torniquete, entre o coração do animal e a ferida. Ate-o à volta do membro. Em seguida, enfie um lápis ou um pauzito entre o torniquete e o membro e torça o lápis, de forma a apertar o torniquete e diminuir a hemorragia. Leve o animal de imediato ao veterinário. Se demorar mais de dez minutos a chegar lá, solte o torniquete a cada dez minutos para que o sangue possa circular livremente. Um torniquete pode ser bastante prejudicial num membro ferido; use-o apenas se tiver a certeza que uma veia ou artéria estão danificadas e se se trata de uma hemorragia fatal.
Açaime
Um cão ferido, embora normalmente até seja carinhoso, pode morder devido à dor ou medo, mesmo ao seu próprio dono. Se tiver que carregar um cão ferido, açaime-o para se proteger a si mesmo.
- Arranje uma trela ou uns collants, uma ligadura, um cachecol, ou outro tecido do género e enrole-o rapidamente à volta do focinho do cão, pelo menos duas vezes.
- Passe-lhe as pontas por baixo do queixo e ate-as firmemente por detrás das orelhas.
- Verifique se o cão consegue respirar sem problemas!

 

Transportar um cão ferido

Se o seu cão está ferido, tenha cuidado para não piorar a situação - veja como o deve transportar:

- Arranje uma prancha de madeira, de contraplacado ou cartão, mais longa e larga que o seu cão. Se não tiver nada rijo, use um cobertor ou um lençol.
- Coloque a "maca" ao lado do cão e empurre-o devagar para cima dela. .Carregue o animal com outra pessoa, um de cada lado.
- Faça a "maca" deslizar para dentro do seu carro, com o cão bem seguro.

 

Como Administrar os Medicamentos

Para administrar medicamentos aos animais, por vezes é suficiente misturá-los com a comida, mas nem sempre isso é possível. Por isso, é importante aprender um método que se possa utilizar segundo os casos.
Para administrar pastilhas ou comprimidos: com uma mão abre-se a boca do animal e com a outra apoia-se o comprimido na língua em profundidade. Aproveita-se assim a reacção natural da deglutição. Depois, mantém-se a boca fechada até que ele engula.
Para os medicamentos líquidos, necessitaremos de uma seringa sem agulha; enche-se com a quantidade necessária de medicamento e deita-se na boca levantando o lábio e metendo-a entre os dentes.
As injecções mais comuns para um cão são as intradérmícas: belisque uma extremidade da pele, introduza a agulha com decisão e faça descer o êmbolo devagar para que o líquido penetre.

 

CASTRAÇÃO

 

Algumas pessoas ressentem-se ou até escandalizam-se quando os veterinários aconselham que castrem seus animais.

 

 A CASTRAÇÃO É UMA OPERAÇÃO RELATIVAMENTE SEGURA, QUANDO FEITA POR UM BOM MÉDICO VETERINÁRIO. OS ANIMAIS, GERALMENTE, RECUPERAM DA CASTRAÇÃO EM APROXIMADAMENTE UMA SEMANA, COM DESCONFORTO MÍNIMO.

 

.VANTAGENS:

- EVITAR NINHADAS NÃO DESEJADAS

Ah!, você diria: "Eu jamais colocaria uma ninhada de minha cadela na rua". . Está certo, mas o que fazer com os cachorros se ninguém os quiser? E os futuros donos, tratarão tão bem seus "netinhos" como você? Não esqueça que as vezes uma cria só é atraente enquanto é cachorro, ou enquanto não destroi o sofá da casa nem faz xixi no tapete novo, ou enquanto não fica doente.
. E os machos que tem dono que fogem de casa e acabam cruzando com uma fêmea de rua? Além de aumentar a população de rua teríamos o perigo também da transmissão de doenças venéreas. Uma doença venérea muito comum nos cães é um tipo de turmor, que é maligno (cancro).

 

- ANIMAIS CASTRADOS SÃO MAIS SAUDÁVEIS

.Tanto machos comos fêmeas têm menos chances de desenvolver problemas de tumores e infecções nos órgãos reprodutivos.
. Os machos, depois de castrados, têm menos chances de desenvolver problemas de próstata e tumores de testiculares.
. A castração reduz o risco da cadela ter tumor de mama. Se a cadela foi castrada antes do primeiro cio, (aproximadamente seis meses), o risco dela desenvolver tumores mamários é muito reduzido. O Tumor Mamário é, normalmente, um tipo de cancro muito comum em cadelas idosas que não foram castradas. Além disso, cirurgia na fêmeas imaturas é menos propensa a complicações. A remoção completa dos ovários elimina a possibilidade de cancros ovarianos ou uterinos, que são ocorrências comuns em fêmeas não castradas.
. Com relação às fêmeas, pode ser que elas não sejam boas mães, implicando em risco para a ninhada e em trabalho extra para você. Ou ainda, ela pode precisar de auxilio de emergência durante o parto [por exemplo, uma cesariana] colocando em risco sua vida, e aumentando sua despesa.

 

- PASSEIOS CONTROLADOS

.Um macho que sente por perto uma fêmea cio pode demolir portas e saltar cercas e ficar vagando pelo o bairro a procura da cadela. Animais castrados fogem menos e com isso levam uma vida mais segura, sem os perigos da vida na rua, para os quais seu animal acostumado em casa, não está preparado, inclusive com o risco de ser roubado.
.Diminui também as brigas com cães vadios reduzindo assim, o risco de danos, infecções e atropelamentos.
. Além do perigo do passeio pelas ruas, existe o risco de seu animal macho cruzar com alguma fêmea de rua, o que, sem contar com o aumento população de rua teríamos o perigo também da transmissão de doenças venéreas. Uma doença venérea muito comum nos cães é um tipo de turmor, que é maligno (cancro).

 

- MUDANÇA DE COMPORTAMENTO

. Animais castrados são mais contentes e comportados.
. A castração precoce reduz o aborrecimento e constrangimento do machos ficarem a "montar" nas pernas das pessoas ou na mobília.
. A castração não transformará seu cachorro num "frouxo ", e ele nunca saberá o que está perdendo, mesmo que já tenha cruzado alguma vez. O animal não sabe bem o que é prazer, não acorda um belo dia querendo cruzar. Ele tem vontade sim, mas por um simples mecanismo hormonal; logo se tirarmos seus testículos, este estímulo hormonal desaparece, e ele não sente mais vontade de cruzar. É diferente do caso do ser humano, que se fosse castrado, sentiria a vontade mas não conseguiria; no caso do animal, esta vontade não existe após a castração
. Algumas pessoas acham que o animal ficará preguiçoso e gordo. Mas nem sempre isto ocorre. Se a castração for realizada precocemente não levará o animal à obesidade. Quando feita depois do animal adulto realmente ele ficará com uma tendência a engordar, o que pode ser controlado com uma rotina de brincadeiras e exercícios, além de não podermos deixá-lo comer demais.
. Alguns proprietários acham que por ser um cão de guarda este animal não deve ser castrado. Mas a castração não afecta os instintos naturais de um cachorro para proteger sua casa e família.

 

- MELHOR CONVIVÊNCIA EM CASA

. A castração resulta em uma fêmea mais limpa em casa. Todos os proprietários de fêmeas sabem como é incômodo o sangramento que ocorre no cio (aproximadamente dez dias, duas vezes ao ano). Removendo os ovários de sua cachorrinha este problema é eliminado.
. Castração precoce também ajudará ao treinamento para urinar no local certo, diminuindo a incidência de urina "nos cantinhos" que o macho faz por razões territoriais

 

DESVANTAGENS

- ANIMAIS DE RAÇA, ANIMAIS COM PEDIGREE

.Um Pedigree não é uma indicação de qualidade, nem mesmo a presença de campeões no seu pedigree. Alguns animais são excelentes representantes de sua raça, mas não geram cachorros de boa qualidade. Além disto determinadas raças possuem características indesejáveis que passam para seus descendentes, não sendo aconselhável seu cruzamento. Pesquise os problemas de saúde comuns em sua raça e sugira uma avaliação de seu veterinário com relação aos defeitos genéticos que seu animal possa vir a passar para seus cachorros.

- GOSTARIA DE UMA CRIA IGUAL AO MEU CÃO

Mas meu cachorro é tão especial, eu quero um cachorrinho como ele.
. Seu cachorro pode ser um animal muito especial. Mas isso não garante a você que as suas crias  vão ser iguais a ele. Até porque temos que levar em consideração também as características do outro parceiro; não sabemos se a ninhada sairá parecida com o pai ou com a mãe.

 

Castrar ou não Castrar eis a questão
Mitos e verdades

- Acasalar não melhora o gênio do cão macho.

- Castrar não é frustrar o animal

- Castrar o macho não obrigatoriamente deixa: mais calmo, menos destrutivo, mais afectivo com crianças.

- Os comportamentos sexuais dos machos e fêmeas continuam durante algum tempo.

- O macho castrado pode ser atraído por uma fêmea no cio.

- Idade para castrar: antes ou depois do primeiro cio. Nunca depois da suas primeira cria.

- Após a castração não se observa obrigatoriamente aumento de peso

 

Efeitos da Castração sobre machos

COMPORTAMENTO

ALTERAÇÕES OBSERVADAS

Agressão a outros machos

Redução em 60 %   
Redução rápida em 25 %   
Redução gradual em 35 %  

sem efeito em 10 %

Dominância sobre o dono

Redução ao redor de 50 %

Marcação com urina

Redução em 50 %  
Redução rápida em 20 %  
Redução gradual em 30%

Predisposição para montar outros cães e pessoas

Declínio para montar em fêmeas no cio

Marcação com urina na casa

Redução em 50 % dos casos  
Redução rápida em 20 %  
Redução gradual em 30 %

Tendência para fugir e andar solto (andarilho)

Redução em 90 % dos casos  
Redução rápida em 45 %  
Redução gradual em 45 %  
sem efeito em 10 % dos casos

 

Efeitos e vantagens da castração - Fêmeas

. Ausência de comportamentos sexuais (cio, prenhez, pseudociese)

. Ausência dos comportamentos típicos de estro : movimentação, vocalizações, Nervosismo

. Evita prenhez indesejada

. Evita superpopulação

. Evita eutanásia

. Evita o risco de infecção e trauma do coito

. Evita complicações de gestação e parto

. Evita infecções uterinas

. Diminui o risco de tumor de mama (principalmente se castrada antes do primeiro cio)

. Evita stresse físico e emocional de cio e pseudociese repetidos

. Pode aumentar agressividade  

 

CADELA EM CIO

Fases do ciclo estral

O ciclo reprodutivo da cadela, chamado ciclo estral, inclue 4 fases: proestro, estro, diestro e anestro.
O cio da cadela inclui as fases de proestro e estro.
O proestro é a fase de sangramento vaginal, e é o início do cio. Essa fase dura em média 10 dias, com variações de 3 a 17 dias.
A segunda fase, o estro, tem início após a suspensão do sangramento. É nessa fase que ocorre a ovulação e a cadela aceita o macho para o acasalamento.
O diestro é o período de 2 meses que se segue à ovulação e que inclui a gestação, caso a cadela tenha sido fecundada.
O anestro é a fase entre o parto e o próximo sangramento do proestro. Sangramento este que acontecerá cerca de 4 meses e meio depois do parto.
Nas cadelas o cio acontece de 6 em 6 meses, aproximadamente.

Proestro: fase de sangramento

Durante a fase de sangramento o macho sente-se atraído pela fêmea, mas a cadela recusa a cópula. Ela pode mostrar-se agressiva com o macho, ou sentar-se para evitar o acasalamento.
Quando o macho e a fêmea não se conhecem, é bom que se faça a apresentação do casal ainda nessa fase. Porém é importante que cada proprietário mantenha seu animal contido pela guia. Deixem que o casal se conheça, se cheirem um ao outro, mas não permitam que o macho tente montar a fêmea, pois ela não irá aceitá-lo nessa fase e ainda poderá mostrar-se agressiva ou amedrontada quando chegar a fase ideal de acasalamento.
 

Estro: fase de ovulação e acasalamento

Após o término do sangramento acontece o estro. Essa segunda fase se inicia com a receptividade da fêmea ao acasalamento e termina com a recusa ao acasalamento.
Essa fase dura em média 9 dias, ocorrendo variações de 3 a 21 dias.
A cadela, em fase de aceitação do macho, ficará em estação, posição em que os 4 membros estão apoiados no chão, e apontará a cauda para o lado.
A ovulação ocorre normalmente no 2º dia desta fase, aproximadamente 12 dias após o início do sangramento.
O momento considerado ideal para o acasalamento ocorre por volta do 14º dia após o início do ciclo, cerca de 2 a 3 dias após a ovulação.
A grande variação no momento de ovulação da cadela, é a responsável por mais da metade das falhas de concepção.


 

Acasalamento

A cópula natural em cães normais pode se prolongar desde 2 até mais de 60 minutos.
Quando macho e fêmea moram em lugares diferentes, é preciso que seus respectivos proprietários conversem entre si para escolher onde ocorrerá o cruzamento. Em geral o macho sente-se mais a vontade em sua própria casa, pois na casa da fêmea pode ficar muito agitado e preocupado em marcar o novo território como sendo seu .
Deve-se evitar a presença de outros animais e de muitas pessoas no local.
Às vezes é preciso ajudar no posicionamento dos animais num primeiro cruzamento. Isso deve ser feito de forma delicada, sem muito barulho e observando o comportamento de cada animal. 
O macho nunca deve ser muito maior que a fêmea .  Isso poderia resultar em cachorros muito grandes, o que prejudicaria o parto.
As fêmeas que são muito apegadas a seus donos, apresentam comportamentos variados. Algumas, na presença de seu dono, ficam a pedir colo ou a querer brincar e assim não permitem a aproximação do macho. Outras, sem a presença do seu dono, ficam tão apavoradas que choram, latem ou escondem-se.
No primeiro cruzamento de uma cadela todas as situações são novas e desconhecidas, tanto para ela como para seu proprietário. Será necessária muita observação e paciência para que se descubra a atitude certa para cada momento.


 

Planeando o acasalamento

Como você observou, são muitos os factores que interferem num cruzamento. Além de diferenças individuais de comportamento, tanto de machos quanto de fêmeas, essas ainda apresentam variações em suas taxas hormonais, ocasionando alterações nos períodos de cio e data de ovulação.
Portanto, para que o acasalamento resulte em gestação, é muito importante observar o início do sangramento, e estar atento para sua duração. O término do sangramento poderá acontecer por volta do 9º dia.
É recomendado colocar macho e fêmea juntos para acasalar já no 2º dia após o término do sangramento.
É conveniente observar o comportamento do casal. Se a fêmea mostrar-se agressiva e não permitir a monta, provavelmente ainda não está fértil. Nesse caso não se deve deixar que o macho insista. O ideal é tentar nova aproximação nos dias que se seguem. Na maioria das vezes, a fêmea mostra-se receptiva por volta do 3º ao 5º dia.
O mais importante é entender que as variações existem e respeitá-las, assim como o comportamento individual de cada fêmea. Mesmo que não haja sucesso na primeira tentativa de acasalamento, e a cadela não fique gestante, todas as observações e anotações serão válidas para que, num próximo cio, se consiga maior sincronismo entre a ovulação da fêmea e sua cobertura pelo macho.
O médico veterinário poderá orientá-lo nesses procedimentos para que o cruzamento seja realizado com sucesso e resulte em lindos e saudáveis cachorros.

 

DOENÇAS E PREVENÇÃO

 

ALERGIAS

O QUE É ALERGIA?

Alergia é uma doença em que o sistema imunológico reage anormalmente à substâncias comuns, tais como: Pólen, fungos, bolores, ácaros, pó, certos alimentos e substâncias químicas. Todas as reações alérgicas são desagradáveis, algumas muito sérias e poucas são fatais. As substâncias que causam as alergias são chamadas de alérgenos. Uma reação alérgica pode ser causada através da inalação ou da ingestão de alérgenos, ou pode ser resultado de um contato directo com a substância ao qual o animal é sensível.

QUAIS SÃO OS SINAIS DAS ALERGIAS?

 

O sinal mais comum das alergias em animais de estimação, é a "coceira" constante, irritação na face e lambedura ou mordedura das patas e em várias partes do corpo. Os locais mais comuns dos sinais da alergia são: flanco, patas, face, ao redor dos olhos, boca, orelhas e áreas próximas a base da cauda. Em cães, as alergias são frequentemente a causa primária de problemas de pele persistentes, embora seja importante notar que nem toda a coceira é devido a alergia. As doenças da tireóide, infecções de pele, pulgas e micoses podem causar sintomas semelhantes.

COMO OS CÃES ADQUIREM ALERGIAS?

 

As alergias têm várias causas, sendo que algumas delas têm origem genética. Filhos de pais com problemas de alergias, têm grande probabilidade de desenvolver algum tipo de problema alérgico durante sua vida. Os sinais de alergia nos animais de estimação aparecem após o contacto com determinados alérgenos por vários meses ou até após alguns anos. O típico animal alérgico inicia os sintomas lambendo ou mascando as patas. Alguns destes sintomas são tão brandos que nem são percebidos pelo proprietário. Com a exposição contínua destes alérgenos, o animal irá gradualmente aumentar a gravidade dos sintomas. Após algum tempo, estes sintomas podem evoluir para uma "coceira" persistente em várias partes do corpo chegando a formar feridas que frequentemente se contaminam.

QUANDO OCORREM AS CRISES DE ALERGIAS?>

 

Os sintomas das alergias vão ocorrer sempre que o animal é exposto a uma concentração elevada de alérgenos aos quais ele é sensível. Os alérgenos mais comuns, tais como: pó caseiro, ácaros de pó, fungos e leveduras, vão produzir sinais de alergia durante todo o ano, enquanto que alergias a plantas que polinizam durante a primavera ou verão, irão ocasionar sintomas de alergia somente durante estas épocas do ano. Alergia a alimentos podem ocorrer a qualquer época do ano. Para se conseguir um bom diagnóstico das doenças alérgicas, é necessário uma combinação de fatores tais como: Histórico clínico, exame clínico, teste alérgico e diagnóstico apropriado das doenças de pele secundárias que quase sempre estão associadas às alergias.

AS ALERGIAS PODEM SER PREVENIDAS?

 

Desde que a grande maioria das doenças alérgicas é herdada, não existe nenhuma maneira de preveni-las. Existe um consenso que as alergias podem ser controladas, mas não prevenidas. O melhor controle é conseguido evitando-se o contado do animal com os alérgenos a que ele é sensível. Por exemplo: Se seu cão é alérgico a pulgas, é importante controlar infestações de pulgas. Alguns alérgenos tais como fungos, bolores, pó, ácaros e pólen são muito difíceis de se evitar. Sendo assim, é importante encontrar formas alternativas de tratamento para controlar as alergias.

COMO POSSO DIAGNOSTICAR AS CAUSAS DAS ALERGIAS NO MEU ANIMAL?

 

Após um exame clínico completo, seu Médico Veterinário irá recolher uma pequena amostra de sangue de seu animal e irá encaminhar ao Laboratório. A amostra de sangue será submetida a uma bateria de mais de 80 testes diferentes, verificando-se a sensibilidade para inúmeros agentes causadores das alérgicas, tais como: Pólen de árvores, plantas, gramas, ervas, arbustos, pó caseiro, fungos, bolores e alimentos. Este número de alérgenos testados corresponde a aproximadamente 90 % das substâncias mais importantes existentes no meio ambiente, que podem ser causadoras das alergias.

 

COMO AS ALERGIAS SÃO TRATADAS?

 

Existem várias maneiras diferentes ou combinações de tratamentos para controlar os sintomas clínicos das alergias. Medicamentos a base de corticosteróides de curta acção são geralmente utilizados durante um pequeno período de tempo para aliviar os sintomas da alergia. Estes mesmos medicamentos quando utilizados por um tempo prolongado, podem causar sérios efeitos colaterais para a saúde de seu animal, diminuindo a qualidade e a duração da própria vida. Corticosteróides de longa acção(depósito) não devem ser utilizados. Nos animais com sinais severos de alergias, ou quando os sinais clínicos persistem durante todo o ano, tratamentos específicos das alergias tais como a Imunoterapia (injeções de alérgenos), devem ser utilizados. O seu Médico Veterinário irá discutir com você, as várias alternativas de tratamento baseado nas necessidades de seu animal.

 

QUAL A PROBABILIDADE DE SUCESSO NESTE TRATAMENTO?

 

O sucesso deste tratamento depende de diversos fatores incluindo o estado geral de saúde de seu animal, as causas e a severidade dos sintomas da alergia e a própria resposta do paciente aos tratamentos preconizados. As etapas para o sucesso no tratamento das alergias são:

1. Identificação dos alérgenos aos quais seu animal é sensível através dos testes alérgicos, seguidos pelo tratamento por Imunoterapia.
2. Tentar reduzir ao máximo a concentração dos alérgenos no ambiente através da limpeza constante.
3. Dar a medicação recomendada por seu Médico Veterinário para controlar os sintomas clínicos.
4. Acompanhamento frequente por parte do Médico Veterinário responsável pelo caso clínico.
A combinação destas terapias irá resultar no sucesso no tratamento e controle das alergias na grande maioria dos pacientes.

ALGUMAS SUGESTÕES DE CONTROLE AMBIENTAL

PÓ E ÁCAROS DE PÓ

 

Colocar uma capa plástica sobre a cama onde seu animal dorme. Lavar freqüentemente a cama com água quente(acima de 700C) Não deixe seu animal dormir em cima de madeira úmida ou mofada. Evite o contato com carpete ou tapetes. Limpe freqüentemente o local onde seu animal dorme.

FUNGOS E BOLORES

 

Evite deixar seu animal andar sobre gramados molhados, não tenha muitas plantas dentro de casa; evite deixar seu animal em locais úmidos dentro de casa tais como: banheiros ou lavanderia; utilize desumidificadores nos locais úmidos da casa. Seque bem seu animal após o banho.

PÓLEM

 

Evite campos gramados; mantenha a grama bem baixa; lave seu cão após o contacto com gramas, ervas ou arbustos; mantenha seu cão dentro de casa durante o anoitecer e amanhecer; nas estações de polinização(primavera).  

 

DISPLASIA COXOFEMURAL (DCF): O QUE É ISSO?

 

A displasia coxofemural é a doença ortopédica hereditária mais comum nos cães. Ela pode surgir em qualquer raça, mas é mais comum nas raças grandes ou gigantes, como Rottweillers, Pastores, Labradores e Filas, e principalmente em animais que tem um crescimento muito rápido.
Esta doença caracteriza-se pela má formação da articulação coxofemural, ou seja, a inserção do membro traseiro na cintura pélvica. Os primeiros sintomas aparecem principalmente por volta dos 4 aos 7 meses de vida, quando o animal afectado começa a mancar e sentir dor quando anda, principalmente nos pisos mais escorregadios. Devido a dificuldade para andar, o cão pode não mexer o membro e o músculo pode atrofiar.
A displasia coxofemural é geneticamente recessiva, por isso tanto o macho quanto a fêmea precisam ter a doença, ou pelo menos o gene para que os cachorros também tenham. Mesmo assim, essa deficiência tornou-se mais comum, a partir do momento em que os proprietários cruzaram animais afectados sem se preocupar com a transmissão.
Um cachorro que tem displasia coxofemural pode viver uma vida normal, mas não deve ser utilizado para reprodução. Mesmo se um cachorro é normal, mas seus pais são doentes, não se deve utilizá-lo para reprodução, pois seus filhos podem ter problemas.
Para saber se um cão tem ou não displasia, basta realizar um exame muito simples. O diagnóstico é feito através de uma radiografia, com o animal deitado em decúbito dorsal (com a barriga para cima) e com as patas traseiras esticadas para trás. Como a displasia pode provocar dores fortes e os animais mais afetados são grandes, pode ser preciso anestesiar o cão. Geralmente é feita uma anestesia curta, que dura de 10 a 20 minutos, tempo necessário para radiografar o animal. O veterinário deve ter muito cuidado no posicionamento durante a radiografia, porque radiografias com mal posicionamento são consideradas inadequadas para se obter um laudo que ateste se o seu animal tem ou não displasia.
Existem diversas categorias de displasia coxofemural, de acordo com a gravidade. Abaixo temos um quadro com estas categorias:

Categorias de Displasia Coxofemural

HD - (Categoria A): animal sem displasia

HD +/- (Categoria B): articulação quase normal

HD + (Categoria C): displasia leve

HD ++ (Categoria D): displasia moderada

HD +++ (Categoria E): displasia severa

Quando a fêmea tem displasia, ou as chances do cachorro ter são grandes, podemos tomar alguns cuidados, para que o quadro não se agrave:

 

- Não deixar o cachorro em pisos escorregadios;

- Colocar a fêmea e os cachorros num piso mais áspero, ou em placas de madeira, para que eles não escorreguem.

- Exercitar o cachorro a partir dos 3 meses de idade, mas sem exageros. 

- Evitar que o animal fique muito gordo.

O importante é ter consciência e cuidar dos animais desde pequenos para prevenir problemas como esse. Um animal saudável, que visita o veterinário regularmente, está mais sujeito a ter uma vida longa e sem problemas. Na hora de comprar uma cria, principalmente das raças mais sujeitas, peça ao proprietário que apresente o certificado de displasia dos pais, para garantir que seu cachorro não tenha este problema. E caso você já tenha um cão em casa, procure seu veterinário para realizar este exame tão simples e evitar que a doença se espalhe.

 

LEPSTOSPIROSE

 

A lepstospirose e enfermidade endemica, é bastante comum em épocas de chuvas. É uma doença causada por bactéria, a LEPTOSPIRA ssp, afectando a maior parte dos animais inclusive o homem. É transmitida através da urina, água e alimentos contaminados pelo microorganismo, pela penetração da pele lesada, e pela ingestão. O cão e outros animais como por exemplo rato, bovino e animais silvestres também podem contrair a doença e transmiti-la.
A doença é causada principalmente pela urina que os ratos e os camundongos deixam, de preferência próximo a lugares onde encontram algo para comer: restos de comida de cachorros, lixo, ossos etc.. Um cão que logo pela manhã, no quintal ou no jardim, focinha o rastro de um rato e lambe um pouco da urina do roedor é, na maioria dos casos, condenado.

SINTOMAS NOS ANIMAIS:

 

Depois de 8-14 dias de contágio, manifesta-se a icterícia, o animal evacua água quase preta, vomita fortemente e morre depois de 3 ou 4 dias.
Os primeiros sinais clínicos observados nos animais doentes são anorexia, apatia, vômito e febre evoluindo para anemia, icterícia, poliúria, polidipsia, diarréia, a urina pode apresentar-se com sangue e aparecem erosões (úlceras) na boca ou língua.

PROFILAXIA NOS ANIMAIS:

 

Para evitar a leptospirose a profilaxia indicada é:  

1. a vacinação anual do seu animal de estimação;
2. drenagem de águas paradas; limpeza de terrenos baldios;
3. colocação de cloro na água;
4. desinfecção e limpeza do local eliminando restos de comidas que possam atrair ratos e fechar hemerticamente as latas de lixo caseiro;
5. fechamento de buracos entre telhas, paredes e rodapés;
6. controle de roedores e animais silvestres;
7. isolamento do animal portador, tratamento; e todo material que entrou em contato com o animal deve ser desinfectado ou incinerado.
8. Uso de luva ao lidar com o animal doente.

SINTOMAS NOS HUMANOS:

 

Período de incubação é de 5 -18 dias. Na primeira semana a pessoa sente febre, cefaléia, mal-estar e prostração, dores difusas, principalmentenas panturrilhas, conjuntivas congestas, às vezes difusões hemorrágicas.
O homem infecta-se ao pisar descalço no solo ou fazer uso da água e alimentos contaminados. O número de casos de leptospirose aumenta quando ocorrem enchentes, devido ao fato de que o esgoto pode abrigar animais portadores da doença e eliminá-la pela urina no local, e quando extravasam atingem as pessoas contaminando-as.

PREVENÇÃO NOS HUMANOS:

 

Evitar contato com águas de enchente, ou utilizar proteção como botas de borrachas em locais alagados;

 

- Proibir pessoas de nadarem ou lavarem roupas em águas suspeitas de contaminação;

- Combater roedores, proteger alimentos e água de consumo;

- Não utilizar água de poço inundado;

- Prevenção em locais de grupos de risco: operários que atuam em limpeza de esgoto, córregos, e demais áreas sujeitas a contaminação, como lavouras irrigadas (arroz), através do uso de botas e luvas;

Lavar e desinfetar a caixa de água, assim como observar a perfeita vedação da mesma.

 

Diagnóstico - Deve ser laboratorial e o material a ser enviado é o soro.

Tratamento - antibioticoterapia.

Recomendamos, novamente, a vacinação do seu cão, procure seu clínico veterinário de confiança para que se estabeleça um esquema de vacinas que garanta seguridade a você, seus familiares e seu animal.

 

LEPSTOSPIROSES

 

Sob esse nome são conhecidas várias doenças infecto-contagiosas causadas por organismos microscópicos agrupados entre os espiroquetas, e estes para quem não sabe, são os organismos inferiores que têm o corpo de forma espiralada, como o agente causal da Sífilis (Treponema palidum). Antigamente eram esses organismos divididos apenas em duas espécies: Leptospira interrogans: que englobava um grande número de variedades patogênicas; e o Leptospira biflexa: variedade de comportamento saprófita. Esta divisão baseava-se em critérios estritamente sorológicos mais ou menos específicos, que forneciam os sorogrupos e sorovares de leptospira patogênicas e saprófitas . Entretanto , em 1992, o Subcomitê em Taxonomia que é uma entidade internacional que classifica os seres vivos em geral, propôs a divisão da Leptospira interrogans em seis espécies: L. borgpetersenii, L. interrogans, L. noguchii, L. santarosai, L. weilii e L. kirschneri - baseando-se em critérios de diferenciação molecular entre os diversos sorovares.
O grupo de Genética Molecular de Leptospiras do Instituto Pasteur de Paris, na França, utilizando o método de hidroxiapatita no estudo da relação entre o DNA dos diversos sorovares de leptospiras, propõe um modelo de classificação em espécies genômicas ou genomespécies, incluindo às novas espécies citadas acima, outras onze, totalizando três gêneros: Leptospira, Turneria e Leptonema, e 301 sorovares.
Como característica geral esses organismos inferiores são bastante sensíveis à luz solar direta, aos desinfetantes comuns e aos anti-sépticos. O seu período de sobrevida na água, varia conforme a temperatura, o pH , a salinidade e o grau de poluição dessa água. Sua multiplicação é ótima em pH compreendido entre 7,2 e 7,4 (neutro, porém ligeiramente alcalino). Experimentalmente já foi constatada persistência de leptospiras viáveis em água por até 180 dias. O sorovar icterohaemorrhagiae morre em 10 minutos a temperatura de 56 graus centígrados e em 10 segundos quando a 100 graus . Sobrevive ao frio e mesmo ao congelamento (100 dias a menos 20 graus C). Pode ser liofilizada e é muito sensível aos ácidos, perdendo a sua motilidade em 15 minutos, quando em solução de HCl (Ácido Clorídrico) a 1:2000. Essas características todas são importantes serem conhecidas, pelo fato desse organismo se transmitir a través da água, por ocasião de enchentes ou inundações, funcionando os roedores em geral como disseminadores dessas doenças, como vetores intermediários tanto entre os animais como destes para o homem.
Os roedores, principalmente o Rattus norvergicus (ratazana de esgoto) é o principal vector e disseminador dessas doenças, além de outros roedores pertencentes ao gênero Mus (camundongo): Mus musculus; e mesmo o Rattus rattus (rato doméstico) que habita comumentemente residências rurais e vive no telhado dessas habitações. Estes todos também se contagiam com as Leptospiras e adoecem, porém sendo mais resistentes passam a elimina-las por longo período principalmente pela urina, e tendo esses roedores o infeliz hábito de urinarem na própria água de que se abastecem, passa a ser a água assim poluída por urina o meio de contágio para outros animais e ao homem.
É portanto essa doença uma zoonose, pelo facto de ser comum tanto ao homem quanto aos animais que com aquele habitam ou convivem. É doença frequente entre pessoas ligados pelo seu trabalho, com animais, tais como trabalhadores em abatedouros de animais (Matadouros), empregados de fazendas ou de curtumes de couros , além dos próprios veterinários . Pessoas que exercem trabalhos em limpeza pública, departamentos de águas e esgotos, laboratoristas e mesmo professores e estudantes em contacto directo com animais são também prevalentemente suscetíveis a contraírem essas doenças, quando não se precavenham convenientemente.

Em animais da espécie bovina são descritas as formas clínicas: AGUDA - mais frequente entre animais jovens (bezerros); SUB-AGUDA - entre vacas em lactação, nas quais a doença se manifesta sob a forma de mamites atípicas (mastites = inflamação da mama) com início súbito e queda da produção leiteira simultânea. Na sua forma CRÔNICA, a doença se manifesta por distúrbios reprodutivos, principalmente abortos ocorrendo entre o quinto e sexto mês de gestação. Nesta espécie (bovina), os sorovares mais importantes são o HARDJO e POMONA na Europa. Já no Brasil são os sorovares: WOLFFI, HARDJO, POMONA SERJOE, AUSTRALIS E GRIPPOTYPHOSA.

Em animais da espécie suína, a doença se manifesta por transtornos reprodutivos, com volta ao cio das fêmeas nas primeiras semanas seguintes a uma efectiva gestação, descargas vulvares e abortos ou natimortos na fase final de gestação, além de nascimento de produtos fracos . São os cachaços (reprodutores) os principais carreadores dessa doença as fêmeas do rebanho. Na Europa são os sorovares POMONA e BATISLAVA os mais frequentemente encontrados.

Em ovinos é baixa a incidência da doença, sendo os animais desta espécie considerados hospedeiros acidentais.

Em cães, a leptospirose assume carácter agudo, sendo os principais sorovares envolvidos o CANICOLA e o ICTEROHAEMORRHAGIAE. Nestes a doença tem início com febre alta , icterícia, insuficiência renal, vasculite generalizada grave além de lesões entéricas (intestinais). São os próprios cães já infectados ou ratos de esgotos, os principais responsáveis pela transmissão entre os canídeos. O hábito dos cães de se mutuamente cheirarem (principalmente seus órgãos sexuais externos), facilita a transmissão da doença, pelo fato de ser a urina o principal meio de contágio e que contem os agentes causais durante tempo longo, e mesmo após a cura do mal entre os animais que se salvaram.

DIAGNÓSTICO - Os sintomas apresentados pelos animais, tais como febre, icterícia, abortos, etc., sugerem ao veterinário a possibilidade da doença, que deve ser confirmada por exames laboratoriais, tais como:

 

- Isolamento bacteriológico do agente causal, por cultura de sangue (Hemocultura), ou urina, ou fetos abortados e seus envoltórios, em meios apropriados, tais como o de Fletcher. O animal de laboratório hamster (Mesocricetus auratus), é tido como o melhor para cultura e isolamento dos diversos leptospiras.

- Imunofluorescência, técnica especial, sensível, porém cara.

- Microscopia em Campo Escuro (Cardióide), também chamada Ultramicroscopia, com exame do sedimento obtido por centrifugação da urina dos animais suspeitos de estarem contaminados. Com essa técnica simples, é possível visualizar diretamente no campo microscópico o agente causal da doença.

- Em fetos abortados e seus envoltórios, técnica especial de coloração de cortes histológicos por impregnação pela prata, e outros.

- Testes sorológicos a partir do soro sangüíneo dos animais suspeitos, com a chamada prova de hemo-soro-aglutinação microscópica é o meio laboratorial mais difundido para esse diagnóstico, porém só recomendada sua realização a partir do término da primeira semana da doença, já que em sua fase inicial não houve tempo para a formação pelo organismo enfermo dos anticorpos específicos pesquisados.

- Testes Elisa, para detecção de IgM contra os vários sorovares.

PROFILAXIA - Envolve várias técnicas, que vão deste a inoculação de vacinas nas espécies domésticas sensíveis ao mal, assim como o próprio homem, e combate e captura de ratos de esgotos. Especial cuidado devem ser tomados quando por ocasião de cheias ou enchentes, pelo fato destas determinarem a saída das galerias pluviais e esgotos das ratazanas que nesses locais se alojam e vivem.

 

Combate aos ratos de esgotos - Simples captura a través de armadilhas (ratoeiras), e mesmo com colocação de iscas envenenadas para combate desses indesejáveis roedores. Produtos químicos especiais, chamados de raticidas, podem ser empregados para esse fim, porém com especial cuidado para que não sejam tais produtos, assim como iscas envenenadas, ingeridas acidentalmente por outros animais domésticos.

VACINAÇÃO - Existem no mercado de produtos veterinários, vacinas específicas contra esse mal, preparadas para cada espécie de animal doméstico a ser inoculado preventivamente. Devem ser repetidas periodicamente conforme indicação de cada laboratório fabricante dessas vacinas.

ISOLAMENTO das pessoas ou animais infectados, como meio de evitar-se o alastramento do mal para outros organismos suscetíveis. Especial cuidado deve ser tomado com os excretas desse animais, principalmente da urina. TRATAMENTO - Vários antibióticos são eficientes contra essas doenças , tais como a Ampicilina , Amoxicilina , Penicilina G, Cefotaxime, Eritromicina, Tiamulin, e outros menos eficientes porém em alguns casos indicados, tais como: Cefalotina, Cloranfenicol e Sulfonamidas. Em casos em que os rins encontrem-se atacados (nefrite), revelou-se a melhor droga a dihidroestreptomicina, talvez por combinar sua ação bacteriostática a sua ação bactericida e persistência por maior tempo no tecido renal.

 

LEPSTOSPIROSES - DOENÇA DE WEIL STUTGART

 

São duas as doenças com o nome genérico acima, a primeira denominada DOENÇA DE WEIL, causada pelo L. icterohemorrhagiae, e que ocorre no rato e no homem, com sintomas predominantemente ictéricos; Já a Segunda, denominada TIFO CANINO ou DOENÇA DE STUTTGART, e causada pelo Leptospira canicola, é doença peculiar ao cão, e transmissível também ao homem, constituindo-se portanto em autêntica antropozoonose.

D O E N Ç A D E W E I L

 

Como já referido acima, é causada pelo Leptospira icterohemorrhagiae, germe que mede de 6-9 micra de comprimento, por 0,25 micron de espessura, e que tendo o corpo de forma espiralada porisso é classificado como Espiroqueta, grupo em que também se situa o germe causador da sífilis: Treponema palidum; Porém, aquele diferencia-se deste, segundo Petit, sob o ponto de vista da motilidade : move-se mais lentamente do que o Treponema e não está sujeito aos deslocamentos bruscos que caracterizam o microorganismo causador da sífilis. Cora-se em vermelho pelo corante GIEMSA, e também pelos métodos de impregnação pela Prata.  

Na primeira semana da doença de Weil, é o germe encontrado no sangue, assim como na maioria das vísceras, especialmente fígado, baço e rins; Posteriormente desaparecem do sangue, permanecendo principalmente nos rins ; Sendo expulsos pelos animais infectados, juntamente com a urina, contaminam o solo, água e alimentos, conservando-se vivos durante até 7 dias, desde que em condições favoráveis, tais como lama, águas estagnadas, margens de riachos e coleções d'água de pouca movimentação, onde podem viver durante tempo considerável. Origina-se assim a infeção humana, a través da contaminação da água e alimentos com urina de animais doentes, do que é responsável na maior parte dos casos, o rato, que tem o hábito de urinar em pequenas coleções d'água e lugares encharcados, sendo o cão, também passível de se contaminar.  

Após período de incubação em torno de uma semana, quando o germe invade as vísceras de sua vítima, sobrevem então o período febril, com dores musculares, e algumas vezes rigidez da nuca (Sinal de Kernig), raquialgia, vômitos e azotemia (eliminação de azoto pela urina); Sobrevem então icterícia franca (presença do pigmento hemoglobina do sangue, impregnando as mucosas aparentes), assim como fenômenos hemorrágicos, além de cilindrúria (eliminação de cilindros renais pela urina), caracterizando o quadro de nefrite. Durante o período febril que vai até o quinto ou sexto dia, circulam os espiroquetas pelo sangue.  

O estágio ictérico na Doença de Weil, caracterizado pelo hemólise do sangue, dando às mucosas aparentes a coloração amarelada, assim como coloração amarela intensa à urina, estende-se até décimo terceiro dia, quando a febre decresce, podendo então ocorrer hemorragias. Nesse período ocorrem os desenlaces fatais. A tonalidade da icterícia nessa doença é importante, porque os doentes não apresentam a cor amarelo-esverdeada própria da icterícia comum, mas uma tonalidade vermelho-alaranjado, numa gradação entre o amarelo da impregnação biliar e o vermelho da congestão por vasodilatação cutânea.

No homem, a doença tem decurso em geral agudo, com distribuição cosmopolita, e surtos epidêmicos, que em geral sucedendo a enchentes, quando ratos que normalmente habitam esgotos saem de seu habitat e contaminando a água ou alimentos, causam a disseminação do mal.  

Os ratos de esgoto, parecem ser, ainda que não completamente refratários ao gérmen, parecendo não sofrer com a infeção, ainda que seus organismos acusem reações: esplenomegalia (aumento de tamanho do baço), e sôro-aglutinação positiva. Os espiroquetas encontrados em grande número nos rins e excretados na urina, são também encontrados no fígado e outros órgãos e eliminados pelas fezes. Pesquisas realizadas mostram que, cerca de 10% dos ratos albergam o parasita, e índice ainda maior (45%), tratando-se de ratos de esgotos (Rattus norvergicus).  

Além da transmissão da Doença de Weil, através da água de bebida contaminada por urina de ratos infectados, o contagio pode também se processar facilmente em minas de extração de carvão, onde o ambiente úmido é propício a sobrevivência do parasita, e é comum na Inglaterra, Japão e Alemanha; Pescadores e trabalhadores de esgotos e outros locais úmidos, assim como certas categorias profissionais, como os veterinários e outros tratadores de animais são favorecidos pelo contágio. Banhos em rios ou lagoas de águas paradas, poluídas por excretas humanos ou de animais, são também locais de fácil disseminação do mal.  

Os cães são susceptíveis ao germe, assim como ao L.canicola, que será objeto de considerações no capítulo seguinte, sendo que o agente por último citado ainda não foi identificado em ratos, somente infectando portanto cães e o homem. Possivelmente os cães se infectam com o L.icterohaemorrhagiae, pela ingestão de ratos contaminados; A doença causada pelo L.canicola, própria dos cães, passa de um cão doente para outro sadio, através de alimentos contaminados por urina, agora oriunda de outros cães, ou mesmo a traves do hábito que tem esses animais de cheirarem os órgãos sexuais uns dos outros, desse hábito tendo origem o contágio.  

O diagnóstico da doença é efetuado pelos sintomas e pelos exames complementares de sangue, podendo ser confundida com a febre amarela, com diferenciação não fácil, como ocorreu com pesquisador americano (Stimson, em 1910), examinando órgãos de doentes amarílicos na cidade de Manaus.  

Incontestavelmente, é o método de Sôro-Aglutinação o melhor método de laboratório para seu diagnóstico, não dando margem a dúvida.  

Para o tratamento, além da medicação sintomática necessária é utilizada com sucesso a Penicilina e seus sucedâneos sintéticos, além de soroterapia específica.  

Para a profilaxia do mal, o combate aos ratos é necessário, além de serem evitadas águas poluídas, principalmente para bebida e abluções higiênicas.  

Quando da ocorrência de enchentes, as quais provocam a saída das ratazanas de seus habitats, que vivem normalmente em esgotos, são as ocasiões de maior incidência da doença, quando devem ser redobrados os cuidados com a água destinada não só a bebida quanto para utilização higiênica como banhos e mesmo simples lavar das mãos.  

Para prevenção, existe Vacina Contra a Leptospirose , preparada não só com antígenos desta quanto daquela causada pelo L.Canicola, portanto bivalente, altamente eficiente, e cuja repetição deve ser realizada anualmente. Esta vacina deve ser realizada em cães, de forma sistemática, e em populações humanas, quando da ocorrência de enchentes.  

Nas explorações de suínos, quer de forma extensiva quer intensiva, a vacinação periódica é medida obrigatória.  

 

T I F O C A N I N O - DOENÇA DE STUTTGART

 

Clinicamente esta doença caracteriza-se por atacar cães velhos, e como já frisado anteriormente, causada pelo L.canicola.  

Raramente é acompanhada de icterícia, e evolui de forma crônica, lesando rins de forma a determinar síndroma de uremia (aumento da taxa de uréia no sangue).  

A sintomatologia é semelhante àquela anteriormente objecto de nossas considerações, quando se trata de paciente homem, apenas diferenciada da mesma quando efetuada hemo-cultura e soro-aglutinações específicas é possível a identificação de qual dos dois leptospiras se trata.  

É usado também o exame de sangue em Campo Escuro (Cardioide), método esse de Microscopia que permite melhor visualização do agente causal em amostras de sangue sem corantes específicos, que em determinadas fases da doença, são encontrados no sangue circulante.  

Animais necropsiados que sucumbiram da doença, apresentam além do quadro ictero-hemorrágico, lesões necróticas sobretudo na mucosa da boca e língua, exalando em conseqüência, odor fétido característico, a través do ar espirado.  

A doença tem sido também assinalada de forma expontânea, em suínos, mesmo criados e instalados em granjas, e nestes animais a doença se estabelecendo com sintomatologia similar aquela de cães, porém em sua maior incidência, causada pelo L.icterohemorhagiae. Para prevenção da doença em suínos, a vacina deve fazer parte obrigatoriamente do plano preventivo-criatório.

Para tratamento da doença é indicada a mesma medicação recomendada para quando o agente causal é aquele da Doença de Weil.

As mesmas medidas profiláticas são também indicadas, tanto para esta quanto para a doença anteriormente abordada.

 

COMBATE ÀS MOSCAS

 

As moscas são uma praga encontrada em todo o mundo, temporária ou permanente, conforme o clima.

Diversas espécies de moscas apresentam grande interesse higiênico porque funcionam como vectores de microorganismos patogênicos para o homem e os animais, como nos seguintes casos:

Raiva;

Escarlatina;

Febre tifóide;

Tracoma;

Afecções piogênicas;

Poliomielite;

Tuberculose;

Desinterias bacilares parasitárias;

Brucelose;

tripanosso;

Aftosa;

Carbúnculo hemático e sintomático;

Afecções piogênicas;

míases e helmintíases e, etc.

 

 

O papel de vector é desempenhado das seguintes maneiras: por transporte mecânico, pelas patas, por inoculação, pelas dejeções, por regurgitação ou como intermediário na evolução de certos nematóides, como aconteceu na habronemose equina e também como vetores de metazoários, como ocorre com a Dermatobia cyaniventris, que utiliza as moscas domésticas para o transporte de seus ovos, e cujas larvas provocam miíases cutâneas no homem e nos animais. Ainda mais, diversas moscas que freqüentam os lugares habitados pelo homem ou animal doméstico, produzem em estado larvário, uma série de lesões conhecidas com o nome de miíases ou bicheiras. O combate às moscas no meio rural deve ser feito por todos os meios possíveis, veja a seguir como combatê-las:

Contra as moscas adultas:

 

1. Proteger os locais de elaboração de produtos alimentares e as residências com portas e janelas teladas;
2. Usar uma iluminação adequada, pois os recintos intensamente iluminados atraem as moscas;
3. Utilizar armadilhas matamoscas de todos os tipos em certos locais;
4. Distribuir armadilhas com iscas para atrair moscas;
5. Empregar inseticidas químicos eficientes e muito conhecidos no mercado.

Contra as larvas:

 

1. Remover diariamente o esterco e o lixo dos estábulos e das residências, depositando-os em locais ou recipientes fechados;
2. Colocar as criações de suínos e galinheiros, distantes pelo menos uns 300 metros das residências e das fábricas de queijo ou manteiga.
3. O escoamento das águas servidas deve ser coberto e será evitada a formação de poças ou acúmulo de água em vasilhas abandonadas;  
4. Higienizar com desinfecções completas, caiações, etc., pisos e paredes dos locais ocupados por animais, periodicamente;
5. As instalações sanitárias deverão ser higienizadas com desinfetantes.

 

O QUE É QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE PROBLEMAS PANCREATICOS

 

 

O PÂNCREAS

 

O pâncreas é uma das mais importantes glândulas dos sistemas endócrino e digestivo. Está localizado próximo ao estômago e o intestino grosso e tem duas importantes funções no organismo: A primeira é a produção da insulina e outros hormônios que regulam o metabolismo dos carboidratos. A segunda função é a secreção de enzimas digestivas que quebram as proteínas, gorduras e carboidratos da dieta, para serem absorvidas pelo organismo.

O QUE É PANCREATITE

 

Normalmente, o pâncreas secreta enzimas inativas para o intestino delgado, onde serão ativadas durante o processo da digestão. A pancreatite se desenvolve quando as enzimas inativas tornam-se ativas no próprio pâncreas. O resultado é que o pâncreas começa a digerir ele mesmo.

SINTOMAS

 

São vários os sintomas que variam conforme a severidade do problema. Os sintomas mais comuns são : diminuição do apetite, vomito, depressão, desidratação, dor abdominal , diarréia e febre.

DIAGNÓSTICO

 

Como os sintomas da pancreatite se parecem com outras disfunções Gastrointestinais e falência renal, testes laboratoriais, raio x ou ultrassonografia são necessários para confirmar o diagnostico de pancreatite.

TRATAMENTO

 

A causa da pancreatite é normalmente idiopática, por isso seu Médico Veterinário tratará os sintomas. O tratamento geralmente inclui a administração de fluidos parenterais ( sub cutâneo ou endovenoso) enquanto se retira a dieta sólida, para permitir que o pâncreas descanse.
Seu Médico Veterinário pode prescrever antibióticos e talvez queira avaliar outros medicamentos ou fatores ambientais para se certificar de que causa não é devido a drogas ou toxinas.

EVOLUÇÃO

 

O paciente poderá melhorar dentro de 24 a 48 hs, dependendo da severidade do problema.
A pancreatite pode ser aguda, crônica ou recorrente. A maioria dos pacientes com pancreatite sem complicações se recuperam depois de um simples episódio e se mantém estáveis evitando-se as dietas com altas taxas de gordura.

INSUFICIÊNCIA PANCREÁTICA EXÓCRINA

 

A IPE é normalmente causada pela atrofia das células pancreáticas. Os sinais clínicos aparecem entre 1 a 5 anos de idade, mas pode ocorrer em animais mais idosos.
A IPE pode estar presente meses antes do aparecimento dos sintomas. A predisposição genética associada ao desenvolvimento da IPE está descrita em cães Pastor Alemão e Colies

SINTOMAS

 

Pacientes com IPE geralmente excretam grandes volumes de fezes de cor pálida e as vezes com odor fétido. As fezes podem variar de pastosas a uma severa diarréia. A perda de peso está associada com a doença a despeito do aumento de apetite que as vezes ocorre.

DIAGNÓSTICO

 

O teste mais realizado para diagnosticar a IPE é chamado de TLI ( Trypsin-like Immunoreactivity ) feito com amostras de soro. A analise das fezes pode ser útil para o diagnostico da IPE.

TRATAMENTO

 

A maioria dos pacientes com IPE são tratados com eficiência através da suplementação com de extratos de enzimas pancreáticas ( Pancrezyme ) na alimentação. Medidas adicionais como antibióticos, modificação da dieta, vitaminas e terapias com esteróides podem auxiliar.
A reposição de enzimas pancreáticas é a chave para o tratamento da IPE. As enzimas são administradas em cada refeição 2x ao dia até o animal alcançar seu peso normal.. Diarréia e o apetite exacerbado podem ser solucionados em alguns dias e com um ganho de peso de 250 a ½ kg por semanas, dependendo do tamanho do animal. Tão logo a melhora seja notada, uma dose mínima de reposição enzimática deve ser utilizada para prevenir a volta dos sintomas. A reposição enzimática e uma dieta de manutenção com pouca fibra, podem ajudar seu cão ou gato a recuperar seu peso original e viver por muitos anos mais, feliz e saudável.

 

PARASITAS INTESTINAIS DE CANINOS DOMÉSTICOS

Trichuris vulpis

Os vermes adultos medem aproximadamente 4 a 6 cm de comprimento, possuem extremidade posterior que se afila rapidamente, conferindo-os o apelido de "vermes chicotes". A extremidade anterior é filamentosa e longa e esta porção fica encravada na mucosa. Os ovos tem o formato de um limão com coloração castanha ou amarelada.

Ciclo de vida:

 

Os ovos após 1 a 2 meses passam a conter L1. O animal ingere o ovo, há a liberação de L1 que atinge as glândulas da mucosa cecal e faz quatro mudas até se tornar adulto, passam então para a superfície da mucosa ficando encravado nesta.

O período pré patente é de 6 a 12 semanas.

 

Os ovos possuem grande longevidade, podendo sobreviver em canis por 3 a 4 anos como reservatório de infecção. Para desinfecção utilizar calor seco ou úmido.

Sinais clínicos

 

Os adultos, como já mencionado, cavam orifícios na mucosa do cólon e ceco, podendo provocar inflamação, hemorragia e perda de proteína intestinal, como consequência o animal pode apresentar hematoquezia ou enteropatia com perda proteica. A diarréia pode resultar em hiponatremia e hipercalcemia graves, mimetizando aquela pelo hiperadrenocorticalismo. Crises convulsivas podem estar presentes provocadas provavelmente pela hiponatremia.

Diagnóstico

 

Através da realização de exame de fezes, que deve sempre ser pedido quando o animal apresentar diarréia com sangue ou outra doença do cólon. Os ovos são relativamente densos e sua liberação é intermitente, as vezes só sendo encontrados em exames múltiplos.

Tratamento

 

Vermífugos a base de Febendazole ou associação de Pirantel, Praziquantel e Oxantel.

Toxocara canis

 

Macroscopicamente os vermes medem até 10 cm de comprimento, apresentam coloração esbranquiçada e podem ser confundidos com T. leonina. Os ovos apresentam coloração castanho escura, são subglobulares de casca espessa e com escavações.

Ciclo de vida:

 

O parasita tem quatro formas de infectar:

 

- Cães até 3 meses (Forma básica): O ovo após 4 semanas contem L2, que é a larva infectante. O animal ingere este ovo que vai para o intestino delgado onde ocorre a eclosão e L2 cai na corrente sanguínea, via fígado, atinge os pulmões mudando para L3, dirigi-se a traquéia, voltam para o intestino onde se tornam adultas.

- Cães com mais de 3 meses: A migração hepatotraqueal é menos frequente e aos 6 meses quase cessa. A L2 atinge então tecidos (fígado, pulmão, cérebro, coração, musc. esquelética e sistema digestivo).

- Cadelas prenhes (infecção pré natal): As larvas se tornam mobilizadas 3 semanas antes do parto, vão para o pulmão do feto, tranformam-se em L3 antes do nascimento. No cão recém nascido o ciclo se completa e vão para o intestino via traquéia.O cão lactente pode infectar-se ingerindo L3 no leite durante as três primeiras semanas de vida, indo a larva direto para o intestino.

- Hospedeiros paratênicos: Roedores ou aves ingerem ovos infectantes, L2 vai para os tecidos onde ficam até que estes animais sejam ingeridos por um cão e ocorra o desenvolvimento do parasita, que se limita ao trato gastrointestinal.  

Sinais clínicos

 

O animal pode apresentar quadro pulmonar devido a migração pulmonar larval, tendo assim tosse, aumento da frequência respiratória e corrimento nasal espumoso. Como complicação pode ter-se pneumonia que as vezes é acompanhada de edema pulmonar. Os parasitas adultos causam enterite mucóide, podendo haver oclusão total ou parcial do intestino.

O animal ainda pode apresentar diarréia, pelagem rala, crescimento retardado com pouco ganho de peso. Em grandes infestações se observa vômito do verme ou sua saída nas fezes.

Diagnóstico

 

Pelo exame de fezes, sendo de fácil visualização, não havendo necessidade de Método de Flutuação, basta um esfregaço de fezes com uma gota de água. Em neonatos, o diagnóstico baseia-se principalmente nos sinais pnemônicos da ninhada, pela dificuldade de se encontrar ovos nas fezes (fase pulmonar) e tambem porque uma grande carga parasitária pode provocar sinais antes que os vermes amadureçam e comecem a liberar ovos nas fezes.

Tratamento

 

Cãezinhos com 2 semanas, fornecer uma dose com repetição após 2 semanas para eliminar a infecção do período pré natal e tratar tambem a cadela. Nova vermifugação aos 2 meses de idade para eliminar a contaminação pelo leite. cachorros recentemente adquiridos devem ser tratados duas vezes com intervalo de 14 dias. Os adultos tratados a cada 6 meses. Vale lembrar que se trata de uma zoonose.

Toxascaris leonina

 

O parasita adulto é muito semelhante ao T. canis. Os ovos são levemente ovóides com casca espessa. Não há fase migratória, depois de eclodido o ovo, L2 dirige-se direto para o intestino delgado.

O tratamento e controle são os mesmo para T. canis.

Ancylostoma caninum e Ancylostoma brasiliense

 

Estes vermes possuem actividade hematófaga no intestino, levando a perda de até 0,1ml de sangue por verme por dia. Macroscopicamente tem de 1 a 2 cm de comprimento com postura característica de gancho.

Ciclo de vida:

 

Pode-se ter infecção pela ingestão dos ovos levando ao cilclo pulmonar, já descrito, ou ir direto para o intestino. Ocorre tambem penetração cutânea, onde L3 atinge a circulação sanguínea indo para os pulmões mudando para L4 atingindo bronquios e traquéia, sendo depois deglutidas, alojando-se no intestino delgado e tornando-se adultas.

Outro tipo de infecção é a transcolostral. A L3 atinge a musculatura esquelética da cadela ficando inativa até a prenhez. São então ativadas ainda como L3 e eliminadas no leite por um período de mais ou menos 3 semanas após o parto.

Sinais clínicos

 

Animais jovens podem apresentar perda de sangue grave (melena, sangue fecal vivo e/ou anemia) e diarréia. cachorros de 5 a 10 dias podem vir a óbito antes que os ovos apareçam nas fezes. Animais mais velhos dificilmente apresentam doença exclusivamente pelo Ancylóstoma e além disto nestes animais a resposta medular compensa a perda de sangue.

Diagnóstico

 

Através de exame de fezes e exame hematológico para constatação da anemia.

Tratamento

 

Vermífugos àbase de pirantel e praziquantel. Cadelas prenhes, uma vez durante a prenhez. Os lactentes com 1 a 2 semanas de idade e repetir após 2 semanas. O piso dos canis não deve ter frestas e deve ser mantido seco, a cama (se houver) descartada diariamente, as áreas livres de cimento devem ser mantidas limpas e secas. Remover as fezes com uma pá antes de esguixar com a mangueira, são medidas que ajudam na prevenção desta e outras parasitoses.

Dipillidium caninum

 

Os animais se infectam ao ingerirem hospedeiros intermediários infectados, como pulgas e piolhos.

Sinais Clínicos

 

Irritação anal ou segmento móvel nas fezes. Alguns animais podem apresentar crises convulsivas decorrentes da grande carga parasitária.

Tratamento

Vermífugos à base de praziquantel e controle de hospedeiros intermediários.

Isoospora canis e Isoospora ohioensis

 

Acomete principalmente animais jovens. A infecção se dá pela ingestão de oocistos infectantes no ambiente. Os Coccídios invadem e destroem as células das vilosidades epiteliais.  

Sinais clínicos

 

Animais adultos podem ser assintomáticos.
Em animais jovens podemos encontrar diarréia moderada a grave, quase sempre com sangue.  

Diagnóstico

 

Método de flutuação com exames repetidos.  

Tratamento

 

Sulfadimetoxina.

Giardia ssp

 

Trata-se de um protozoário cuja contaminação se dá pela ingestão de cistos eliminados por animais infectados e pela água.  

Sinais clínicos

 

A localização do protozoário é o intestino delgado. Causa diarréia moderada a grave, persistente, intermitente ou autolimitante. A diarréia é do tipo "fezes bovinas", podendo levar a perda de peso.  

Diagnóstico

 

Achado de trofozoítas móveis nas fezes ou cistos pelo método de flutuação com solução de Sulfato de Zinco. Realizar 3 exames antes de descartar giardíase.

Tratamento

 

Utilizar Metronidazol ou Furazolidona. É de importância a desinfecção do ambiente com derivados de amônio quartenário.

OBSERVAÇÕES:

 

As verminoses podem deixar o animal num estado febril (máx. 39,6C). Quando o animal apresentar temperaturas elevadas é bastante provável que possua outra enfermidade associada. As doses e repetições devem ser adequadas de acordo com o fabricante do vermífugo e o ciclo do parasita. O tratamento deve ser realizado sempre com base no resultado de um exame de fezes, para se ter noção da quantidade e do tipo de parasita. 

 

PARVOVIROSE

 

 PREAMBULO - É virose das mais conhecidas e das mais contagiosas entre os cães domésticos, sendo também chamada por Enterite Canina Parvoviral. Ataca mais os cães jovens que os adultos, talvez pelo fato destes últimos serem mais resistentes pela imunidade naturalmente adquirida; Era desconhecida até o Verão de 1978 nos Estados Unidos, quando ocorreu de forma epizoótica, e dali espalhando-se rapidamente para o resto do mundo, atingindo inclusive o Brasil, onde hoje existe de forma enzoótica. Apresenta alta mortalidade, principalmente entre cães jovens, principalmente àqueles de raças puras ou animais mais fracos ou debilitados por verminoses ou outras moléstias, inclusive carenciais.

ETIOLOGIA - A doença é causada por um vírus de tamanho extremamente pequeno, classificado entre outros que atacam ratos, porcos, gado bovino e o homem, além de outros animais; No homem, a Parvovirose aparentemente combina com outros adenovirus, causando infecções do trato respiratório superior e dos olhos, nestes últimos causando uma conjuntivite. Devido tal circunstância, pode a doença ser classificada como Zoonose, por ser comum ao homem e ao cão.

SINTOMATOLOGIA - No cão, a doença se estabelece principalmente no aparelho digestivo, de início provocando elevação térmica que pode atingir altos índices (41 graus Celsius), exceto em animais adultos mais velhos nos quais ocorre hipotermia. Nessa fase chama a atenção o fato do animal se tornar sonolento e sem apetite, quando ocorrem também vômitos incoercíveis; Alguns animais apresentam também tosse nessa fase, além de inchaço dos olhos ou inflamação da córnea (conjuntivite). O mal começa repentinamente, e sem tratamento o animal vem a sucumbir à infecção em poucos dias.

LESÕES ANATOMO-PATOLÓGICAS - Além do estômago, inflamam-se também os intestinos, principalmente as porções delgadas (duodeno, jejuno e íleo), e com eles também anexos do fígado, adquirindo então as fezes aspecto esbranquiçada ou cinzenta, o que denota deficiência de bile na luz intestinal, consequente à dificuldade de escoamento da mesma, que continua não obstante a ser elaborada no fígado, porém por se encontrarem inflamados tanto intestinos quanto a porção de desembocadura do canal escretor do fígado (colédoco), denominada Ampola de Vater , fica a bile retida na visícula biliar, encontrada esta sempre repleta de bile. Apresentam-se os intestinos, com a evolução da doença, fortemente inflamados, principalmente sua camada mais interna, denomina mucosa, com manchas hemorrágicas (em forma de petéquias - pontos), em quase toda sua extensão.

TRATAMENTO - O tratamento dos cães acometidos de Parvovirose consiste basicamente em aplicar-lhes via parenteral e mesmo oral, soluções isotônicas de sais minerais, principalmente de glicose, associadas à vitaminas, principalmente a Vitamina C e a Vitamina B6, esta última devido sua ação anti-hemética. A vitamina C ajuda a proteger as mucosas contra a agressão sofrida pelo vírus, e a Vitamina B6 tendo efeito anti-hemético, virá ajudar o tratamento evitando desidratação do animal pelos votos concomitantes e incoercíveis durante a evolução da doença), ajudando assim no tratamento.

Existe também, o chamado soro-hiperimune ou gamaglobulina específico contra a doença, que na fase inicial e quando os orgãos ainda não lesados, surte efeito terapêutico. Antibióticos como a Ampicilina e o Cloranfenicol devem também ser administrados, para prevenirem ou combaterem as infecções secundárias causadas por germes de associação que agravam o quadro patológico, não tendo no entretanto, qualquer ação contra o vírus causal, como é sobejamente sabido.

PREVENÇÃO - O animal doente deve ser isolado de outros animais, e mesmo do homem, afim de impedir-se a propagação do mal. Para a prevenção da virose, existem Vacinas especificamente preparadas por cultura do vírus em ovos embrionados, vacinas essas que conferem imunidade razoável,sendo tais vacinas classificadas como de vírus vivo atenuado por passagem em meio de cultura artificial. Animais levados para exposições ou que tenham tido contato recente com animais enfermos do mal (e que não tenham sido vacinados na época própria), poderão receber o Soro Hiperimune (gamaglobulina), como medida profilática que pode evitar seja a doença instalada nesses animais.

IMUNIZAÇÃO - Deve a Vacina contra a Parvovirose ser aplicada preferentemente nas fêmeas antes do cio e subsequente gestação, mesmo que tenham sido anteriormente imunizadas, pois recebendo uma nova dose da vacina, terão sua imunidade aumentada durante a gestação, e a oportunidade de através da circulação inter-placentaria conferirem a seus futuros cachorros uma razoável imunidade passiva. Posteriormente ao parto, então já na fase de aleitamento de suas crias, tal imunidade conferida pela vacina aplicada na mãe será através do leite (principalmente o primeiro leite, chamado de colostro), transmitida aos cachorros recém nascidos pelos anticorpos contidos nesse primeiro leite, prevenindo então os cachorros contra a doença, até que venham os mesmos atingir idade em que já possam também serem, com eficiência, imunizados com a mesma vacina. A primeira dose é recomendada ser aplicado nos cachorros, quinze dias após o desmame, ou seja, por volta de 45-60 dias de vida. Revacinações anuais são também recomendadas, tanto aos cachorros quanto aos animais mais velhos susceptíveis de também virem a contrair a doença.

 

PARVOVIROSE CANINA

 

Introdução

 

No fim do ano de 1978, uma nova doença viral de cães, caracterizada por diarréia hemorrágica severa e vômitos, foi reconhecida.

A doença causada por um parvovírus manifesta-se de duas formas, que são a forma entérica e a forma miocárdica. A forma entérica é mais freqüentemente reconhecida, por mostrar sinais evidentes. A forma miocárdica é geralmente diagnosticada no post-mortem, pois a maioria dos animais morre subitamente sem mostrar sinais clínicos.

Onde a doença se originou e por que ela apareceu subitamente e quase que espontaneamente em várias partes do mundo ao mesmo tempo não é sabido. Tem sido sugerido que, devido à semelhança antigênica com o vírus da panleucopenia felina, o vírus da parvovirose canina seja um mutante de uma linhagem de campo do vírus felino.

Patogênese

 

As fezes contaminadas são a fonte primária de infecção da parvovirose canina. Após a exposição oral, o vírus se localiza e infecta os linfonodos regionais da faringe e tonsilas (amígdalas). A partir desse evento o vírus ganha a corrente circulatória (fase de viremia) e invade vários tecidos, incluindo o timo, o baço, os linfonodos, a medula óssea, os pulmões, o miocárdio e finalmente o jejuno distal e o íleo, onde ele continua a se replicar. A replicação causa a necrose das criptas do epitélio do intestino delgado, com eventual destruição das vilosidades. O vírus também pode causar lesões em outros órgãos que invade, contribuindo para múltiplos sintomas como linfopenia (medula óssea), miocardite (coração) e sinais respiratórios (faringe).

O parvovírus tem sido isolado de conteúdo intestinal e fezes de cães afetados. O mesmo vírus causa as duas formas da doença. O vírus somente se multiplica em tecidos em rápido crescimento.

Até cerca de quatro semanas de idade, o crescimento do epitélio intestinal é muito lento, se comparado com o tecido do coração, mas à medida que o cão envelhece (acima de 5 semanas de idade) a infecção se estabelece no intestino, levando à enterite.

Como mencionamos acima, alterações no músculo cardíaco em infecções subclínicas podem predispor ao aparecimento de doenças cardíacas quando o animal tiver mais idade.


Forma Entérica

 

A doença normalmente se apresenta como um episódio gastroentérico severo, altamente contagioso e às vezes hemorrágico em cachorros (com mais de 3 semanas de idade). Os animais afetados apresentam inicialmente vômitos profusos para depois desenvolver uma diarréia severa. Em muitos casos, os animais afetados podem se desidratar rapidamente e morrer 24 ou 48 horas após o aparecimento dos sintomas.

Os sinais clínicos geralmente aparecem de 2 a 4 dias após a exposição inicial (infecção). No começo do curso da doença (de 1 a 3 dias após a infecção), ocorre uma profunda viremia antes do aparecimento da gastroenterite, e a temperatura do animal pode estar bem alta. É durante a fase virêmica que uma profunda leucopenia, especialmente linfopenia, pode ser observada.

A leucopenia se transforma rapidamente em leucocitose devido a infecção secundária por bactérias, à medida que os sinais clínicos se tornam mais evidentes. Durante a fase clínica da doença (do 4º ao 10º dia após a infecção), grandes quantidades de vírus são eliminadas nas fezes. A fase de eliminação do vírus não é muito longa e dura de 10 a 14 dias.

Animais com eliminação crônica não têm sido encontrados. A medida que a doença evolui, a temperatura geralmente volta ao normal, antes de se tornar subnormal, quando então o animal morre por choque. Durante a fase de recuperação, os sinais clínicos regridem rapidamente dentro de 5 a 10 dias depois de seu aparecimento. É possível que cães recuperados possam apresentar a forma miocárdica em uma idade mais avançada, devido às lesões iniciais causadas no músculo cardíaco. No exame histopatológico dessa enfermidade, encontramos alterações muito semelhantes àquelas encontradas na panleucopenia felina. O exame post-mortem revela lesões no trato gastrointestinal que são morfologicamente idênticas àquelas vistas na panleucopenia felina.

Forma Miocárdica

 

A doença se apresenta como uma miocardite em cachorros afetados (de 3 a 8 semanas) e raramente em cães adultos. Cães que se recuperam de forma entérica podem ser afetados mais tarde, durante a vida, pela forma miocárdica. Isso também pode ocorrer em cães que apresentaram uma doença subclínica. Em casos típicos, cachorros aparentemente sadios morrem subitamente ou minutos após um período de angústia. Os cachorros aparentemente sucumbem de edema pulmonar, atribuído a falha cardíaca. Nos cães que são afetados mas não sucumbem imediatamente, nota-se ao exame radiográfico uma cardiomegalia. Os sinais clínicos são devidos a ataque do miocárdio pelo vírus e subseqüente degeneração e inflamação do músculo cardíaco. É possível que a miocardite em cachorros resulte de infecção neonatal ou intrauterina do feto.

Diagnóstico

 

As alterações hispatológicas em cães infectados, apesar de serem características, só podem ser usadas para confirmação post-mortem. O exame ao microscópio eletrônico de extratos fecais é diagnosticamente confiável. O exame de imunofluorescência direta em esfregaços de intestino e o isolamento do vírus também têm sido empregados. A sorologia, empregando os métodos de inibição da hemoaglutinação (HI) e soroneutralização (SN) podem ser usados mas, por si só, não são conclusivos, pois os títulos de HI e SN podem ser elevados pela vacinação em adição à exposição natural. Somente a detecção do vírus nas fezes e/ou a demonstração de anticorpos IgM no soro confirmam positivamente a infecção aguda.


Inactivação do Vírus

 

O parvovírus é muito resistente às intempéries do meio ambiente. Uma vez que o local esteja contaminado, fica muito difícil eliminar o vírus. Acredita-se que o vírus possa sobreviver por mais de seis meses em condições normais de temperatura e umidade no meio ambiente. A maneira mais eficiente de desinfecção é o uso de formalina a 1% ou de hipoclorito de sódio a 5,25% diluído na proporção de 1:30 em água. Deve-se minimizar o contato do animal susceptível com cães afectados e suas fezes.

Profilaxia da Parvovirose Canina

 

A única maneira para se controlar a parvovirose canina é por meio de um programa de imunização eficiente. As vacinas não devem proteger somente o indivíduo, mas também a população, evitando a eliminação de vírus quando o animal sofre uma exposição ao vírus de campo. Desde que seja provável que o parvovirus canino continue a circular na população indefinidamente, a imunização contra a parvovirose deve ser incluída no programa rotineiro de vacinação.

Antes de comentarmos o esquema de vacinação, devemos ressaltar o papel dos anticorpos maternos na proteção dos cachorros e sua influência sobre a vacinação. Os níveis de anticorpos maternos (adquiridos pelo colostro) nos cachorros variam de acordo com os níveis de anticorpos encontrados na cadela. Quanto mais alto for o título de anticorpos da cadela, mais altos serão os títulos encontrados nos cachorros e, portanto, mais duradoura será a imunidade passiva. No entanto, como o nível da cadela pode ser variável, a duração da imunidade passiva também será variável. Têm se encontrado cachorros que com 6 semanas de idade já não apresentam títulos detectáveis, e cachorros que mantiveram títulos até a 18ª semana de idade. Se o animal for vacinado e ainda apresentar títulos de anticorpos, esses vão inutilizar a vacina. Assim, para se ter a certeza de uma eficiente imunização em cachorros, deve-se dar a primeira dose entre 6 e 8 semanas de idade, a segunda entre 10 e 12 semanas e a terceira entre 16 e 18 semanas de idade. A revacinação deve ser anual. Para assegurar uma boa imunidade aos cachorros, deve-se vacinar as cadelas antes da cobertura. Não se deve vacinar cadelas prenhes, apesar de não existirem evidências de interferência sobre o desenvolvimento normal do feto.

 

PARVOVIROSE CANINA

 

Introdução

 

No fim do ano de 1978, uma nova doença viral de cães, caracterizada por diarréia hemorrágica severa e vômitos, foi reconhecida.

A doença causada por um parvovírus manifesta-se de duas formas, que são a forma entérica e a forma miocárdica. A forma entérica é mais freqüentemente reconhecida, por mostrar sinais evidentes. A forma miocárdica é geralmente diagnosticada no post-mortem, pois a maioria dos animais morre subitamente sem mostrar sinais clínicos.

Onde a doença se originou e por que ela apareceu subitamente e quase que espontaneamente em várias partes do mundo ao mesmo tempo não é sabido. Tem sido sugerido que, devido à semelhança antigênica com o vírus da panleucopenia felina, o vírus da parvovirose canina seja um mutante de uma linhagem de campo do vírus felino.

Patogênese

 

As fezes contaminadas são a fonte primária de infecção da parvovirose canina. Após a exposição oral, o vírus se localiza e infecta os linfonodos regionais da faringe e tonsilas (amígdalas). A partir desse evento o vírus ganha a corrente circulatória (fase de viremia) e invade vários tecidos, incluindo o timo, o baço, os linfonodos, a medula óssea, os pulmões, o miocárdio e finalmente o jejuno distal e o íleo, onde ele continua a se replicar. A replicação causa a necrose das criptas do epitélio do intestino delgado, com eventual destruição das vilosidades. O vírus também pode causar lesões em outros órgãos que invade, contribuindo para múltiplos sintomas como linfopenia (medula óssea), miocardite (coração) e sinais respiratórios (faringe).

O parvovírus tem sido isolado de conteúdo intestinal e fezes de cães afetados. O mesmo vírus causa as duas formas da doença. O vírus somente se multiplica em tecidos em rápido crescimento.

Até cerca de quatro semanas de idade, o crescimento do epitélio intestinal é muito lento, se comparado com o tecido do coração, mas à medida que o cão envelhece (acima de 5 semanas de idade) a infecção se estabelece no intestino, levando à enterite.

Como mencionamos acima, alterações no músculo cardíaco em infecções subclínicas podem predispor ao aparecimento de doenças cardíacas quando o animal tiver mais idade.


Forma Entérica

 

A doença normalmente se apresenta como um episódio gastroentérico severo, altamente contagioso e às vezes hemorrágico em cachorros (com mais de 3 semanas de idade). Os animais afetados apresentam inicialmente vômitos profusos para depois desenvolver uma diarréia severa. Em muitos casos, os animais afetados podem se desidratar rapidamente e morrer 24 ou 48 horas após o aparecimento dos sintomas.

Os sinais clínicos geralmente aparecem de 2 a 4 dias após a exposição inicial (infecção). No começo do curso da doença (de 1 a 3 dias após a infecção), ocorre uma profunda viremia antes do aparecimento da gastroenterite, e a temperatura do animal pode estar bem alta. É durante a fase virêmica que uma profunda leucopenia, especialmente linfopenia, pode ser observada.

A leucopenia se transforma rapidamente em leucocitose devido a infecção secundária por bactérias, à medida que os sinais clínicos se tornam mais evidentes. Durante a fase clínica da doença (do 4º ao 10º dia após a infecção), grandes quantidades de vírus são eliminadas nas fezes. A fase de eliminação do vírus não é muito longa e dura de 10 a 14 dias.

Animais com eliminação crônica não têm sido encontrados. A medida que a doença evolui, a temperatura geralmente volta ao normal, antes de se tornar subnormal, quando então o animal morre por choque. Durante a fase de recuperação, os sinais clínicos regridem rapidamente dentro de 5 a 10 dias depois de seu aparecimento. É possível que cães recuperados possam apresentar a forma miocárdica em uma idade mais avançada, devido às lesões iniciais causadas no músculo cardíaco. No exame histopatológico dessa enfermidade, encontramos alterações muito semelhantes àquelas encontradas na panleucopenia felina. O exame post-mortem revela lesões no trato gastrointestinal que são morfologicamente idênticas àquelas vistas na panleucopenia felina.

Forma Miocárdica

 

A doença se apresenta como uma miocardite em cachorros afetados (de 3 a 8 semanas) e raramente em cães adultos. Cães que se recuperam de forma entérica podem ser afetados mais tarde, durante a vida, pela forma miocárdica. Isso também pode ocorrer em cães que apresentaram uma doença subclínica. Em casos típicos, cachorros aparentemente sadios morrem subitamente ou minutos após um período de angústia. Os cachorros aparentemente sucumbem de edema pulmonar, atribuído a falha cardíaca. Nos cães que são afetados mas não sucumbem imediatamente, nota-se ao exame radiográfico uma cardiomegalia. Os sinais clínicos são devidos a ataque do miocárdio pelo vírus e subseqüente degeneração e inflamação do músculo cardíaco. É possível que a miocardite em cachorros resulte de infecção neonatal ou intrauterina do feto.

Diagnóstico

 

As alterações hispatológicas em cães infectados, apesar de serem características, só podem ser usadas para confirmação post-mortem. O exame ao microscópio eletrônico de extratos fecais é diagnosticamente confiável. O exame de imunofluorescência direta em esfregaços de intestino e o isolamento do vírus também têm sido empregados. A sorologia, empregando os métodos de inibição da hemoaglutinação (HI) e soroneutralização (SN) podem ser usados mas, por si só, não são conclusivos, pois os títulos de HI e SN podem ser elevados pela vacinação em adição à exposição natural. Somente a detecção do vírus nas fezes e/ou a demonstração de anticorpos IgM no soro confirmam positivamente a infecção aguda.


Inactivação do Vírus

 

O parvovírus é muito resistente às intempéries do meio ambiente. Uma vez que o local esteja contaminado, fica muito difícil eliminar o vírus. Acredita-se que o vírus possa sobreviver por mais de seis meses em condições normais de temperatura e umidade no meio ambiente. A maneira mais eficiente de desinfecção é o uso de formalina a 1% ou de hipoclorito de sódio a 5,25% diluído na proporção de 1:30 em água. Deve-se minimizar o contato do animal susceptível com cães afectados e suas fezes.

Profilaxia da Parvovirose Canina

 

A única maneira para se controlar a parvovirose canina é por meio de um programa de imunização eficiente. As vacinas não devem proteger somente o indivíduo, mas também a população, evitando a eliminação de vírus quando o animal sofre uma exposição ao vírus de campo. Desde que seja provável que o parvovirus canino continue a circular na população indefinidamente, a imunização contra a parvovirose deve ser incluída no programa rotineiro de vacinação.

Antes de comentarmos o esquema de vacinação, devemos ressaltar o papel dos anticorpos maternos na proteção dos cachorros e sua influência sobre a vacinação. Os níveis de anticorpos maternos (adquiridos pelo colostro) nos cachorros variam de acordo com os níveis de anticorpos encontrados na cadela. Quanto mais alto for o título de anticorpos da cadela, mais altos serão os títulos encontrados nos cachorros e, portanto, mais duradoura será a imunidade passiva. No entanto, como o nível da cadela pode ser variável, a duração da imunidade passiva também será variável. Têm se encontrado cachorros que com 6 semanas de idade já não apresentam títulos detectáveis, e cachorros que mantiveram títulos até a 18ª semana de idade. Se o animal for vacinado e ainda apresentar títulos de anticorpos, esses vão inutilizar a vacina. Assim, para se ter a certeza de uma eficiente imunização em cachorros, deve-se dar a primeira dose entre 6 e 8 semanas de idade, a segunda entre 10 e 12 semanas e a terceira entre 16 e 18 semanas de idade. A revacinação deve ser anual. Para assegurar uma boa imunidade aos cachorros, deve-se vacinar as cadelas antes da cobertura. Não se deve vacinar cadelas prenhes, apesar de não existirem evidências de interferência sobre o desenvolvimento normal do feto.

 

PARVOVIROSE CANINA

 

Introdução

 

No fim do ano de 1978, uma nova doença viral de cães, caracterizada por diarréia hemorrágica severa e vômitos, foi reconhecida.

A doença causada por um parvovírus manifesta-se de duas formas, que são a forma entérica e a forma miocárdica. A forma entérica é mais freqüentemente reconhecida, por mostrar sinais evidentes. A forma miocárdica é geralmente diagnosticada no post-mortem, pois a maioria dos animais morre subitamente sem mostrar sinais clínicos.

Onde a doença se originou e por que ela apareceu subitamente e quase que espontaneamente em várias partes do mundo ao mesmo tempo não é sabido. Tem sido sugerido que, devido à semelhança antigênica com o vírus da panleucopenia felina, o vírus da parvovirose canina seja um mutante de uma linhagem de campo do vírus felino.

Patogênese

 

As fezes contaminadas são a fonte primária de infecção da parvovirose canina. Após a exposição oral, o vírus se localiza e infecta os linfonodos regionais da faringe e tonsilas (amígdalas). A partir desse evento o vírus ganha a corrente circulatória (fase de viremia) e invade vários tecidos, incluindo o timo, o baço, os linfonodos, a medula óssea, os pulmões, o miocárdio e finalmente o jejuno distal e o íleo, onde ele continua a se replicar. A replicação causa a necrose das criptas do epitélio do intestino delgado, com eventual destruição das vilosidades. O vírus também pode causar lesões em outros órgãos que invade, contribuindo para múltiplos sintomas como linfopenia (medula óssea), miocardite (coração) e sinais respiratórios (faringe).

O parvovírus tem sido isolado de conteúdo intestinal e fezes de cães afetados. O mesmo vírus causa as duas formas da doença. O vírus somente se multiplica em tecidos em rápido crescimento.

Até cerca de quatro semanas de idade, o crescimento do epitélio intestinal é muito lento, se comparado com o tecido do coração, mas à medida que o cão envelhece (acima de 5 semanas de idade) a infecção se estabelece no intestino, levando à enterite.

Como mencionamos acima, alterações no músculo cardíaco em infecções subclínicas podem predispor ao aparecimento de doenças cardíacas quando o animal tiver mais idade.


Forma Entérica

 

A doença normalmente se apresenta como um episódio gastroentérico severo, altamente contagioso e às vezes hemorrágico em cachorros (com mais de 3 semanas de idade). Os animais afetados apresentam inicialmente vômitos profusos para depois desenvolver uma diarréia severa. Em muitos casos, os animais afetados podem se desidratar rapidamente e morrer 24 ou 48 horas após o aparecimento dos sintomas.

Os sinais clínicos geralmente aparecem de 2 a 4 dias após a exposição inicial (infecção). No começo do curso da doença (de 1 a 3 dias após a infecção), ocorre uma profunda viremia antes do aparecimento da gastroenterite, e a temperatura do animal pode estar bem alta. É durante a fase virêmica que uma profunda leucopenia, especialmente linfopenia, pode ser observada.

A leucopenia se transforma rapidamente em leucocitose devido a infecção secundária por bactérias, à medida que os sinais clínicos se tornam mais evidentes. Durante a fase clínica da doença (do 4º ao 10º dia após a infecção), grandes quantidades de vírus são eliminadas nas fezes. A fase de eliminação do vírus não é muito longa e dura de 10 a 14 dias.

Animais com eliminação crônica não têm sido encontrados. A medida que a doença evolui, a temperatura geralmente volta ao normal, antes de se tornar subnormal, quando então o animal morre por choque. Durante a fase de recuperação, os sinais clínicos regridem rapidamente dentro de 5 a 10 dias depois de seu aparecimento. É possível que cães recuperados possam apresentar a forma miocárdica em uma idade mais avançada, devido às lesões iniciais causadas no músculo cardíaco. No exame histopatológico dessa enfermidade, encontramos alterações muito semelhantes àquelas encontradas na panleucopenia felina. O exame post-mortem revela lesões no trato gastrointestinal que são morfologicamente idênticas àquelas vistas na panleucopenia felina.

Forma Miocárdica

 

A doença se apresenta como uma miocardite em cachorros afetados (de 3 a 8 semanas) e raramente em cães adultos. Cães que se recuperam de forma entérica podem ser afetados mais tarde, durante a vida, pela forma miocárdica. Isso também pode ocorrer em cães que apresentaram uma doença subclínica. Em casos típicos, cachorros aparentemente sadios morrem subitamente ou minutos após um período de angústia. Os cachorros aparentemente sucumbem de edema pulmonar, atribuído a falha cardíaca. Nos cães que são afetados mas não sucumbem imediatamente, nota-se ao exame radiográfico uma cardiomegalia. Os sinais clínicos são devidos a ataque do miocárdio pelo vírus e subseqüente degeneração e inflamação do músculo cardíaco. É possível que a miocardite em cachorros resulte de infecção neonatal ou intrauterina do feto.

Diagnóstico

 

As alterações hispatológicas em cães infectados, apesar de serem características, só podem ser usadas para confirmação post-mortem. O exame ao microscópio eletrônico de extratos fecais é diagnosticamente confiável. O exame de imunofluorescência direta em esfregaços de intestino e o isolamento do vírus também têm sido empregados. A sorologia, empregando os métodos de inibição da hemoaglutinação (HI) e soroneutralização (SN) podem ser usados mas, por si só, não são conclusivos, pois os títulos de HI e SN podem ser elevados pela vacinação em adição à exposição natural. Somente a detecção do vírus nas fezes e/ou a demonstração de anticorpos IgM no soro confirmam positivamente a infecção aguda.


Inactivação do Vírus

 

O parvovírus é muito resistente às intempéries do meio ambiente. Uma vez que o local esteja contaminado, fica muito difícil eliminar o vírus. Acredita-se que o vírus possa sobreviver por mais de seis meses em condições normais de temperatura e umidade no meio ambiente. A maneira mais eficiente de desinfecção é o uso de formalina a 1% ou de hipoclorito de sódio a 5,25% diluído na proporção de 1:30 em água. Deve-se minimizar o contato do animal susceptível com cães afectados e suas fezes.

Profilaxia da Parvovirose Canina

 

A única maneira para se controlar a parvovirose canina é por meio de um programa de imunização eficiente. As vacinas não devem proteger somente o indivíduo, mas também a população, evitando a eliminação de vírus quando o animal sofre uma exposição ao vírus de campo. Desde que seja provável que o parvovirus canino continue a circular na população indefinidamente, a imunização contra a parvovirose deve ser incluída no programa rotineiro de vacinação.

Antes de comentarmos o esquema de vacinação, devemos ressaltar o papel dos anticorpos maternos na proteção dos cachorros e sua influência sobre a vacinação. Os níveis de anticorpos maternos (adquiridos pelo colostro) nos cachorros variam de acordo com os níveis de anticorpos encontrados na cadela. Quanto mais alto for o título de anticorpos da cadela, mais altos serão os títulos encontrados nos cachorros e, portanto, mais duradoura será a imunidade passiva. No entanto, como o nível da cadela pode ser variável, a duração da imunidade passiva também será variável. Têm se encontrado cachorros que com 6 semanas de idade já não apresentam títulos detectáveis, e cachorros que mantiveram títulos até a 18ª semana de idade. Se o animal for vacinado e ainda apresentar títulos de anticorpos, esses vão inutilizar a vacina. Assim, para se ter a certeza de uma eficiente imunização em cachorros, deve-se dar a primeira dose entre 6 e 8 semanas de idade, a segunda entre 10 e 12 semanas e a terceira entre 16 e 18 semanas de idade. A revacinação deve ser anual. Para assegurar uma boa imunidade aos cachorros, deve-se vacinar as cadelas antes da cobertura. Não se deve vacinar cadelas prenhes, apesar de não existirem evidências de interferência sobre o desenvolvimento normal do feto.

 

PULGAS EM GERAL

 

São as pulgas seres vivos classificados em zoologia na ordem Aphaniptera, compreendendo vários gêneros, entre os quais o mais conhecido é denominado Pulex, no qual se encontra a conhecidíssima e universalmente encontrada pulga doméstica: Pulex irritans, parasita preferencialmente do homem. Além dela, existem e têm especial importância em saúde publica e medicina, tanto humana quanto veterinária, o gênero Xenopsylla, no qual está classificada a espécie que parasita o rato (Xenopsylla cheopis) capaz de ser transmissora para o homem, da terrível doença conhecida por Peste Bubônica, que dizimou populações inteiras no século passado, além da denominada pulga dos cães e gatos, classificadas respectivamente como Ctenocephalides canis, e Ctenocephalides felix.

As espécies que parasitam animais, como aquelas dos gêneros Ctenocephalidae e Xenopsylla, também podem parasitar o próprio homem, devido a convivência comum deste com animais domésticos como cães e gatos, como ocorre normalmente em centros urbanos e rurais. Da mesma forma, a espécie Pulex irritans (Pulga comum) que normalmente parasita o homem, também pode ser encontrada em animais, pelas mesmas razões anteriores, e mesmo sobre ratos que vivem em esgotos, como é o caso das ratazanas (Rattus norvergicus).

Não vem ao caso, discutir nesta oportunidade as características morfológicas que distinguem essas espécies uma das outras, por ser isso interesse apenas de especialistas em entomologia e saúde pública; Porém, apenas as implicações decorrentes desses animais inferiores serem além de parasitas, por serem hematófagos (nutrem-se do sangue de suas vítimas), como principalmente o fato de poderem exercer grave papel como transmissores de doenças dos animais ao homem, como é o caso da própria Peste Bubônica, e reciprocamente do homem aos animais.

Sendo todos esses seres hematófagos, ou seja, nutrem-se do sangue das pessoas ou animais nos quais estejam parasitando, causam-lhes nesse ato irritação cutânea provocando coceira, isso explicado pelo fato desses seres para poderem sugar sangue e impedir que nesse momento o mesmo se coagule, injetam no de sua picada sua própria saliva, e esta é que provoca a coceira decorrente desse ato. Em pessoas mais sensíveis e alérgicas a essa saliva da pulga, podem inclusive provocar graves coceiras e mesmo eczemas . A própria Peste Bubônica, causada por uma bactéria (Pasteurella pestis), é transmitida do rato de esgotos (ratazana) quando infectada e parasitada por pulgas, para o homem, por esse mesmo mecanismo da pulga infectada injetar sua saliva no local da picada.

Quando o número de pulgas é pequeno, a espoliação provocada por essas picadas e conseqüente ato de sugar dessas mesmas pulgas pode ser passado sem maiores conseqüências, porem com o passar do tempo sem tratamento, e conseqüente aumento do número desses parasitas pela sua procriação, sobre o próprio animal parasitado, tal espoliação pura e simples de sangue pode representar grave dano a própria saúde do animal parasitado, levando-o até a graves anemias do tipo espoliativa. Apenas para ter pálida idéia desses danos espoliativos causados, basta ser citado que a capacidade do estômago de uma pulga é de aproximadamente 0,5 mm3 de sangue, e pelo fato delas se alimentarem durante um dia até 20 vezes, o sangue absorvido de suas vítimas quando seu número é grande explica essa decorrente anemia.
Paralelamente a irritação cutânea em suas vítimas, provocada pelo simples atos de sugarem sangue para se alimentarem, causam também desassossego nesses seres parasitados, e no caso implicações até psicológicas quando os hospedeiros são humanos. Em animais, principalmente quando se tratar de animais em fase de engorda ou lactação, tal irritação cutânea provocada pela picada dessas pulgas, podem se traduzir até em perdas econômicas por menor produção de leite ou carne.

A doença conhecida por Peste Bubônica, que teve conseqüências graves para a humanidade até fins do século passado, principalmente em países do Oriente e mesmo alguns da própria Europa, era levada de um porto marítimo a outro, por navios onde ratos se alojavam e no caso destes encontrarem-se infectados pela Pasteurella pestis, a doença disseminada para novas regiões do globo. Até hoje em cidades marítimas onde existem portos, um serviço preventivo para essa doença infecto-contagiosa está sempre de prontidão contra ratos de esgotos e seus parasitas naturais. Numa próxima oportunidade voltarei a esse assunto, tratando especificamente dessa terrível moléstia.
Além dessa doença, podem também as pulgas serem vetores para outras doenças bacterianas ou viróticas, causadas por exemplo pelos: Micrococcus aureus, M. albus, Bac. Pyocyneus e provavelmente também pneumococos, além de bactérias do grupo tífico.

As pulgas parasitando animais domésticos como cães ou gatos, são também vetores para a transmissão de certos parasitas intestinais, como por exemplo: Dipylidium caninum. Por se tratar esse parasita uma espécie freqüente no trato digestivo desses animais domésticos, merecerá de minha parte, a referida doença, especial atenção neste genmed, como Veterinário que sou.
É o Dipylidium caninum, uma tênia, ou seja um parasita do grupo das solitárias como são conhecidas vulgarmente, porém especificamente parasitas de cães, gatos e outros animais selvagens do grupo dos carnívoros em geral. Mede esse parasita, de 15 a 20 cm de comprimento por 2-4 mm de largura em sua fase adulta. Sendo ele um verme do grupo dos chamados vermes chatos (achatados dorso ventralmente), ou Platelmintos como chamados em zoologia, quando em sua fase adulta são perfeitamente visíveis a vista desarmada. Já seus ovos, só são visíveis com auxílio de microscópio ótico, e encontrados sempre agrupados formando o que é chamado de sincício.
Para prevenção desse parasitismo intestinal, o principal cuidado é o combate às pulgas, por serem estas as transmissoras do verme de um animal para outro, e mesmo provocadoras de auto-parasitismo, pela ingestão dos cães ou gatos por sua direta catação com os dentes, e conseqüente persistência dessa infestação intestinal.
As pulgas em sua primeira fase logo após a eclosão do ovo, chamada forma de larva, em geral no solo para onde foram levadas por haverem caído dos animais que as albergam, nessa fase larval nutrem-se de fezes, e sendo essas fezes as de cães parasitados, irão ingerir os ovos desse verme, e consequentemente serão também essas mesmas pulgas parasitadas pelo Dipylidium, por ser esse parasita chamado heteroxeno, ou seja necessita passar em sua vida, por mais de um hospedeiro para atingir seu completo desenvolvimento. Uma pulga jovem assim parasitada pelo Dipylidium, sendo ingerida por um cão ou gato, ira essa pulga levar o verme para esse novo hospedeiro, que atingirá então sua fase adulta de verme já nos intestinos desse cão ou gato, onde passará então, o Dipylidium, a viver sua nova vida parasitária. Cães ou gatos parasitados, albergando em seus intestinos esse verme, sofrerão as conseqüências dessa doença, que será objeto de minha atenção, quando numa ocasião futura venha a tratar especificamente das Tênias (Solitárias).
 

TRATAMENTO O PARASITISMO POR PULGAS

 

Existem no mercado de medicamentos veterinários vários produtos comerciais patenteados para combate de pulgas. Todos são indistintamente eficientes, porém, pelo fato de existirem alguns laboratórios inescrupulosos que ainda continuam a juntar na fórmula desses medicamentos produtos do tipo como os chamados DDT ou BHC, especial atenção devem ter os criadores e proprietários de cães e gatos, principalmente, pela chamada especial sensibilidade desses animais domésticos a produtos clorados ou fosforados como o são esses medicamentos. Apenas isso.

 

 

 

PULGA

O insecto mais comum nos animais de estimação

 

 

FILO: Arthropoda
ClASSE: Insecta
ORDEM: Siphonaptera (mais de mil espécies)
CARACTERÍSTICAS:
Comprimento:
até 0,4 cm
Boca equipada para sugar o sangue.

Todo mundo conhece a pulga. Ela vive com o homem em todos os lugares, sobretudo onde a higiene não é adequada. É um saltador impressionante. De fato, pode ser considerada o maior campeão olímpico de saltos de todos os tempos. pode saltar 75 vezes a sua própria altura e 25 vezes seu comprimento. Há pulgas treinadas para fazer toda espécie de acrobacias e algumas delas chegam a mover pequenas carruagens de papel.

Nem todas, porém, são amestradas. a maior parte vive nos mamíferos, nutrindo-se do seu sangue. Estas são perigosas. Quando passam de um hospedeiro para outro, podem levar germes de doenças graves. Aquelas que vivem nos ratos podem transmitir às pessoas a mortal peste bubônica. A pulga põe os ovos entre as tábuas do assoalho e outras frestas de casa. Em poucos dias saem as pequenas larvas brancas que se encasulam em lugares úmidos e escuros para transformar-se primeiro em ninfa (forma intermediária entre a larva e o inseto adulto) e depois em pulga adulta. Então saem para procurar um hospedeiro.

COMO OS ANIMAIS SÃO INFESTADOS E QUAIS SÃO OS SINTOMAS

 

As pulgas são pequenos insetos marrons e sem asas. Elas dependem do hospedeiro, que neste caso são o cão e o gato, para se alimentarem e se protegerem, permanecendo toda a sua vida nestes e em outros animais contactantes. Além de provocarem incômodo pelas picadas, transmitem vermes, parasitas sangüíneos e podem induzir a processos alérgicos, diminuindo a qualidade de vida de nossos animais. Visto que são capazes de pular até 30 cm, não havendo portanto a necessidade de contato íntimo, o cão ou o gato podem adquiri-las passeando na rua ou no próprio quintal, prédio ou carro onde possam ter acesso outros animais. Daí a importância de oferecermos a eles mecanismos de combate e proteção contra as pulgas. Caso o animal já as possua, ou apenas se queira evitar, há um verdadeiro arsenal disponível, o que escolher? Para cada caso há uma solução mais adequada, dependendo do grau de infestação, do tipo dos ambientes em que vive e freqüenta, do número e condições dos animais com quem tem contato e se é alérgico ou não. Tais fatores vão orientar o esquema de erradicação das pulgas quanto aos medicamentos e período necessários para tal.

Há mais de 2000 espécies em todo o mundo, porém, a Ctenocephalides felis felis é a espécie mais comum, prevalecendo em mais de 90% dos cães e gatos. A fêmea da pulga deposita seus ovos (brancos com 0,5 mm de comprimento) no animal e, como não se fixam, caem no ambiente onde apenas dependem da temperatura e da umidade para eclodirem em larvas, num período de até 10 dias. Estas aprofundam-se nos carpetes, cobertores e frestas de pisos, onde se alimentam de restos orgânicos e fezes de pulgas adultas. Em 5 a 11 dias formam um casulo onde ocorre a forma de pupa. A 27ºC e 80% de umidade ambiental, podem se transformar em pulgas adultas em apenas 5 dias. Porém, tal fato só ocorre se houver animais ou pessoas no ambiente; caso contrário as pulgas podem permanecer no casulo por até 140 dias. Normalmente o ciclo de vida se completa em 3 a 4 semanas e as pulgas vivem no animal por mais de 100 dias. A partir do quarto dia se alimentando do sangue do animal, cada fêmea produz , em média, 20 ovos por dia durante 21 dias. Se não interrompermos o ciclo, a infestação no animal torna-se extremamente incômoda e maléfica à sua saúde.

A pulga causa um prurido intenso devido as suas picadas. Existem animais que desenvolvem uma dermatite pruriginosa e pápulo-crostosa na região lombossacra, dorsal, coxal, caudo medial, abdomem ventral, flanco e pescoço com áreas de rarefação pilosa. Ainda se encontra nos pêlos, fezes das pulgas (pontos pretos que quando apertados observa-se uma coloração avermelhada).

Quando ingeridas pelos cães e gatos no ato de se lamberem ou se mordiscarem, ou pelo homem acidentalmente, levam, para o intestino, a forma infectante do Dipylidium caninum, verme cestóide, semelhante à Tenia, "solitária" do homem. Constitui-se, portanto, numa zoonose e pode, nos animais, levar a emagrecimento, diarréia, perda de pêlos e até à morte se não tratada. O animal apresenta coceira na região anal, arrastando a região no chão, e ,às vezes, podem ser vistas as proglotes do verme, pequenos reservatórios de ovos, em volta do ânus ou nas fezes, semelhantes a grãos de arroz.

Os gatos, por sua vez, são vítimas de um parasita sanguíneo, chamado Hemobartonella felis, transmitido naturalmente pela picada da pulga, causando a doença denominada de Hemobartolenose. Os sintomas são perda de peso, fraqueza, depressão e falta de apetite, devido a uma anemia que pode se tornar crônica. Se não tratados, mais de 30% dos gatos podem vir a óbito.

Como se não bastassem as doenças acima citadas, o incômodo da presença das pulgas sobre a pele do animal pode ser agravado se este desenvolver alergia às picadas deste inseto. Tanto o cão quanto o gato são passíveis de manifestarem uma hipersensibilidade em que basta uma picada por semana para induzir a uma coceira insuportável, induzindo o animal a se ferir, muitas vezes gravemente, o que exige um tratamento urgente. Quando não tratada no início, a alergia torna-se crônica, levando a alterações irreversíveis da pele e da pelagem, além de poder alterar o estado emocional do animal, que permanece em constante estado de estresse devido à coceira incessante. O cão ou o gato, em alguns casos, passa a comer menos e torna-se deprimido ou agressivo, dependendo de sua personalidade. É também, muitas vezes, isolado do convívio familiar por causa das condições de sua pele, que pode apresentar descamação e infecções produtoras de odores desagradáveis.

A PULGA E O HOMEM

 

Como todos podemos ver, as pulgas também podem afetar o homem que apresenta reações alérgicas, e consiste em um aglomerado de urticária papulares localizada nas extremidades inferiores (pernas). Elas são transmissores do tifo, praga, tularemia e hospedeiro intermediário do DIPYLIDIUM CANINUM (semelhante a um grão de arroz), que acomete cães e gatos. Portanto, as pulgas não devem ser eliminadas e evitadas por toda a vida do animal apenas por ser um inseto, mas sim por interferir significativamente na saúde e bem-estar dos nossos fiéis companheiros.

PROFILAXIA

 

A maior parte do ciclo de vida da pulga ocorre fora do seu hospedeiro (os animais) e devido a isso, existe a necessidade de cuidar também das instalações e ambiente onde o animal vive, além dele mesmo.

Através de uma orientação adequada; pode-se dar um tratamento ao animal para que ele fique sem pulgas. Inseticidas no ambiente, além de um vermífugo correto para eliminar o DIPYLIDIUM sp do animal de estimação, são necessários.

Podemos encontrar uma variedade enorme de sabonetes, shampoos, pós, talcos, sprays e coleiras anti-pulgas, alguns para serem usados nos cães e gatos e outros nos ambientes, porém atualmente contamos com medicamentos mais modernos, seguros e eficientes.

A dedetização periódica dos locais freqüentados pelos animais, desde que realizada por empresas especializadas, ou caseira com produtos idôneos, auxilia no controle das pulgas do animal devido à erradicação das formas intermediárias que se encontram no ambiente. No caso de serem utilizados aspiradores de pó com sacos não descartáveis, é recomendado colocar pó anti-pulga nestes para que não se tornem ninhos em potencial, devido ao calor e à quantidade de restos orgânicos acumulados.

É muito importante que se saiba que todos os produtos são capazes de induzir a intoxicações caso não sejam utilizados de acordo com as recomendações do fabricante, ou seja, algumas substâncias não podem ser ingeridas, utilizadas nos animais (só no ambiente), em cachorros de até uma certa idade, em gatos, em fêmeas prenhes ou em lactação ou em animais que possuam algum problema de saúde específico. Ou seja, além de proteger a saúde dos animais e das pessoas (que convivem com estes e/ou vão manipular os produtos), seguir rigorosamente as instruções da embalagem permite obtermos o máximo do efeito anti-pulga.

Se possível, este controle deve ser realizado continuamente, visto que não possuímos estações climáticas bem definidas, havendo períodos quentes até mesmo durante o inverno, que permitem a reprodução eficiente das pulgas. Devido à grande quantidade existente e ao constante surgimento de novos produtos anti-pulgas, recomenda-se consultar o médico-veterinário antes de adquiri-los a fim de se garantir o melhor resultado possível para cada caso, dependendo do grau de infestação, da espécie animal, da idade, do tipo de pelagem e do estado de saúde do nosso bichinho. O importante é não desprezarmos este pequeno inimigo, que, por viver há mais tempo que nós neste planeta, encontra-se muito bem adaptado ao nosso meio-ambiente, acompanhando-nos sempre que puder. Vamos manter como companheiros apenas nossos cães e gatos?

 

RAIVA OU HIDRODOFIA?

 

É doença infecciosa de evolução aguda, causada por um vírus, quase sempre mortal, que se manifesta entre os animais por transtornos do conhecimento, aumento da excitabilidade nervosa e sintomas paralíticos. Transmite-se entre os animais, quase sempre a traves da mordedura ou contamina-ção de ferimentos por saliva de animais doentes do mal. O vírus está contido em alta concentração na saliva, e demais excreções e secreções dos animais acometidos da doença, além de também no sangue.

É enfermidade das mais antigas que se tem notícia, cuja causa permaneceu desconhecida, até que por volta do ano de 1882, portanto há mais de 100 anos, o químico francês LUIZ PASTEUR,já com 60 anos, começou a estuda-la, pois conforme deixou escrito em seus apontamentos científicos : "não conseguia esquecer-se dos gritos daquelas vítimas do lobo danado que passou pelas ruas de ARBOIS, sua terra natal, quando ainda menino, mordendo várias pessoas, que vieram a adoecer e morrer da doença"

São suscetíveis de contrai-la os animais mamíferos em geral, porém mais de 80% dos casos assinalados pela literatura médica são carnívoros, e em especial o cão doméstico. Interessante assinalar-se que o sintoma da fobia à água somente ocorre no homem quando acometido da moléstia, portanto o termo hidrofobia deve ser reservado exclusivamente ao homo sapiens.

Na Grécia antiga, ARISTÓTELES, já a descrevia como contagiosa , realçando o perigo das mordeduras de cães raivosos; Porém acreditava-se na possibilidade de seu aparecimento expontâneo, admitindo-se mesmo poder ser provocada por alimentos demasiadamente quentes, abstinência de água (sede), falta de satisfação sexual ou excitações nervosas intensas.

Foram os pesquisadores franceses, LUIZ PASTEUR, ROUX e CHAMBERLAIN, o primeiro químico, os dois seguintes médicos, auxiliados ainda pelo veterinário também francês THUILIER, que após exaustivas experiências, conseguiram o primeiro método eficiente para seu combate, através da vacinação pelos mesmos idealizada, e evidenciaram seu caracter infecto-contagioso, além de sua etiologia virótica, ou como dizia-se na época: causada por vírus filtravel, pelo fato dos organismos com essa denominação passarem a traves de velas especiais de porcelana utilizadas em trabalhos de Microbiologia, e denominadas Berkefeld, diferentemente das bactérias e fungos que são retidos por tais velas filtrantes.

A raiva quando declarada em um animal, assim como no homem não tem cura, culminando sempre com a morte, após período breve de evolução e sintomatologia que impressiona sobremaneira.

Para evitar-se a doença, ou seja, como medida profilática, a vaci-nação dos animais susceptíveis, principalmente de cães e gatos, é a medida básica; Porém, deve paralelamente ser efetuada a captura e isolamento de cães vadios, os quais por não terem donos, não têm quem providencie sua vacinação, sendo os cães sem dono comprovadamente os maiores responsáveis pela propagação da doença.

Para rebanhos bovinos, eqüinos, caprinos ou ovinos, criados onde existam morcegos hematófagos, sua vacinação com vacina apropriada para essas espécies animais, é a medida também principal para a profilaxia do mal, além do combate e extermínio das colônias de morcegos em suas cavernas.

No caso do homem, somente é indicada a vacinação como medida terapêutica, em caso do mesmo haver sido exposto à mordedura ou contacto com ani-mais suspeitos de raiva, ou tenha se contaminado acidentalmente, e nestes casos, a urgência da vacinação é de suma importância, assim como número de doses da vacina proporcional à gravidade do caso, o que o médico assistente deve julgar e prescrever, segundo o caso em si.

O diagnóstico da doença é inicialmente feito pelos sintomas manifestados pelos animais que adoecem quando contaminados pelo vírus; Inicialmente apresentam esses animais alteração de seu comportamento, procurando locais escuros para se abrigarem, já que existe a chamada fotofobia, o que é sua causa determinante; Deixam de se alimentar e beber água e mesmo de atenderem ao chamado quando instados pelos donos. Com o evoluir da doença que é extremamente rápido, quando se trata de animais das espécies carnívoras, como cães, quase sempre ocorre em seguida a chamada fase prodrômica, em que esses animais fogem de casa passando a vagarem pelas ruas, quando então passam a ser perseguidos por outros cães vadios, os quais são mordidos pelo animal com raiva, que assim agem como meio de defesa, e a través dessa mordida contaminam novos cães de rua, dando continuidade a doença. Em seguida evolui a doença para a chamada fase paralítica, em que não podendo mais se locomoverem podem tanto morrerem atropelados por automóveis nas ruas, ou mesmo sucumbirem em decúbito pelo próprio evoluir da doença. Ocorrendo a chamada paralisia do maxilar, sintoma quase sempre presente, não conseguindo fecharem a boca passam a babar copiosamente, o que chama a atenção do observador atento sendo mesmo sintoma da raiva guardado na memória popular. O latido do cão com raiva torna-se característico, sendo emitido num duplo tom, e porisso chamados de bi-tonais, o que permite o diagnóstico da doença pelo simples ouvir desse latido. Quem teve oportunidade de ouvi-lo uma única vez não o esquecerá jamais. Como já mencionado, é a saliva o principal veículo de transmissão da doença, já que nela o vírus encontra-se concentrado, porém outras secreções como a urina, fezes e até o sangue são também contagiantes para outros animais ou pessoas.

O vírus rábico determina sempre nos animais em que se instala, uma inclusão cerebral denominada CORPÚSCULOS DE NEGRI, por haver sido descrita pelo pesquisador com esse nome, no ano de 1903. Tais inclusões citoplasmáticas, quase sempre encontradas no cérebro dos animais, e principalmente na região denominada Corno de Amon, situada na base do cérebro, são tidas como patognomônicas da doença, tal seja, só ocorrem quando o animal sucumbiu por Raiva e por nenhuma outra causa que não a Raiva. Para serem visualizados, é necessário ser o cérebro do animal fixado e corado por método específico, e observados seus cortes histológicos mediante técnica microscópica chamada de imersão (grande aumento). Ao lado, podem ser observados esses Corpúsculos de Negri, em cérebro de um cão que morreu da doença.

Animais herbívoros ou ruminantes, como o boi, a cabra, a ovelha e mesmo o cavalo, também podem morrer da doença, como qualquer animal mamífero, porém quase sempre se contaminam a través da mordedura por morcegos hematófagos portadores do vírus, e os sintomas que virão apresentar serão predominantemente paralíticos, não existindo a chamada fase prodrômica inicial dos carnívoros.

Existem vacinas anti-rábicas apropriadas para cada espécie animal, e das mais variadas técnicas de fabricação, desde a antiga vacina Pasteuriana, preparada pela dessecação de medulas de animais inoculados com o vírus, até as mais modernas obtidas por técnicas especiais, quando o vírus é cultivado em meios vivos, como ovos embrionados de galinha, neste caso denominadas vacinas avinizadas, e até em cultivos de células de rim de porco ou de hamster.

O vírus encontrado quando isolado de um animal doente, é denominado de vírus de rua, e é altamente infectante (virulento); Já aquele cultivado em laboratório, e inativado em sua patogenicidade e virulência, por sucessivas passagens em meios de cultura próprios, e por repiques diretos no meio em que é cultiva-do, é denominado vírus fixo. É este último o utilizado no preparo de vacinas, pelo fato de perder sua virulência e patogenicidade, conservando não obstan-te sua capacidade antigênica, qualidade esta última que é a visada na vacina, por ser a responsável pelo estímulo formador de anticorpos pelo organismo no qual for inoculada.

Dependentemente da técnica empregada no preparo dessa vacina anti-rábica, poderá a mesma dar imunidade por um ou dois anos, aos animais em que venha a ser inoculada. Existem vacinas para serem aplicadas em cães, assim como em gatos, bovinos ou eqüinos e outros animais suscetíveis, devendo por essa circunstância serem procuradas e selecionadas de acordo com a espécie animal a ser imunizada. Como advertência final devo frisar não ser a Raiva doença curavel quando já declarada, assim os meios profiláticos existentes de vacinação, são apenas preventivos e não curativos. Mesmo o homem quando mordido por um cão suspeito de estar com raiva, essa vacinação subsequente deve ser efetuada o mais rapidamente possível, a fim de possibilitar que o organismo humano fabrique sob o estímulo da vacina os anticorpos necessários a deterem a propagação do vírus em sentido ao cérebro, e antes que isto tenha tempo de ocorrer, já que essa propagação do vírus é em sentido centrípeto para o cérebro e lenta porque efetuada pelos nervos da região que se deu a mordida, ou foi lesada por esse traumatismo.

 

RAIVA EM CÃES E GATOS - HISTÓRICO

 

A Raiva foi reconhecida e descrita por volta de 2300 anos A.C. Zinke, em 1804, descobriu a natureza infecciosa da saliva de um cão raivoso. Pasteur, entre 1882 e 1888, demonstrou o neurotropismo do vírus, preparou e utilizou a primeira vacina contra Raiva em um menino (Joseph Meister). Em 1903, a natureza ultrafiltrável do agente foi demonstrada por Remlinger, e Negri descreveu os corpúsculos de inclusão presentes no citoplasma das células nervosas.

AGENTE ETIOLÓGICO 

 

O vírus da Raiva pertence à família Rhabdoviridae, gênero Lyssavírus. O virus da Raiva possui um genoma constituído por um único filamento RNA, e cinco polipeptídeos identificados. Um envelope lipoprotéico, com determinantes antigênicos específicos, é responsável pela indução da formação de anticorpos neutralizantes. Embora seja genericamente considerado como um sorotipo único, estudos recentes utilizando anticorpos monoclonais revelaram uma pequena variação antigênica. 

DETECÇÃO DO VÍRUS  

 

O vírus da Raiva já foi propagado em uma ampla variedade de animais de laboratório. Os camundongos jovens são freqüentemente utilizados, e o período de incubação nestes é de apenas 7 a 10 dias. Vários meios de cultivo celular são susceptíveis, onde podemos incluir as linhagens de células de rim de hamster, rim de rato, fibroblastos de embrião de galinha, rim de hamster lactente (BHK-21), rim de cão (CK), e células amnióticas humanas (WI-38).

Várias cepas podem se multiplicar em ovos embrionados de galinha ou pata, onde as cepas FIury de alta passagem em ovos (HEP) são mais atenuadas do que as cepas de baixa passagem em ovos (LEP). Ambas já foram utilizadas em vacinas, fabricadas a partir de ovos embrionados de patas.  

A denominação "vírus de rua" ("street vírus") se refere ao vírus selvagem, patogênico, existente em natureza; o "vírus fixado" ("fixed vírus") é o vírus replicado em laboratório, não patogênico.

Através da microscopia eletrônica observou-se que o vírus possui um formato de bala de revólver (alongado, com uma das extremidades arredondadas e a outra obtusa), e mede de 130 a 300 nm x 70 nm. 

SOBREVIVÊNCIA NO MEIO AMBIENTE 

 

O vírus da Raiva é inativado pelo éter e pela fervura. O glicerol é um excelente preservativo. O vírus é rapidamente inativado pela radiação ultravioleta. Também é destruído pela pasteurização, e na saliva ressecada o vírus perde sua virulência em poucas horas, à temperatura ambiente.

DESINFETANTES 

 

Os ácidos, álcalis, formol, cloretos (cloreto de mercúrio) e vários outros desinfetantes são bastante eficazes; os compostos fenólicos e a amônia quaternária são menos eficazes. Nos primeiros socorros de casos de mordeduras, podemos utilizar uma solução com 20% de detergente e 70% de álcool ou iodo.  

ESPÉCIES SUSCEPTÍVEIS  

 

Principalmente os animais carnívoros (cães, gatos, raposas, chacais, lobos), porém todos os animais homeotérmicos, inclusive o homem, são espécies susceptíveis. Os morcegos frugívoros e insetívoros podem se tornar infectados, mas os morcegos hematófagos são os principais disseminadores da doença em rebanhos.  

FONTES DE INFECÇÃO  

 

A saliva é a principal fonte de infecção, mas nem sempre o vírus se encontra presente na saliva dos animais contaminados. A eliminação do vírus através da saliva ocorre num período de 3 a 7 dias antes do animal desenvolver a sintomatologia clínica. Já foram relatados casos onde o vírus estava sendo eliminado 13 dias antes da manifestação da sintomatologia.

Infecções assintomáticas das glândulas salivares em morcegos resultam num período prolongado de eliminação do vírus, por vários meses. O vírus é encontrado com menor frequência no sangue, urina, leite e outras secreções. É improvável que o vírus resista por um longo período de tempo no meio ambiente. 

TRANSMISSÃO

 

Freqüentemente a infecção ocorre via saliva e traumatismos cutâneos. A disseminação por partículas aerossóis também é possível, desde que a concentração do vírus no ambiente seja bastante elevada, como ocorre nas cavernas onde os morcegos se alojam. 

OCORRÊNCIA 

 

A Raiva está presente em todos os continentes, excetuando-se a Austrália e a Antártida. Somente 24 países, principalmente os insulares, como Grã-Bretanha, por exemplo, estão livres da doença na forma endêmica.  

Atualmente, a doença tem aumentado em incidência, particularmente entre os animais silvestres. A incidência da Raiva em cães e gatos (e consequentemente em humanos) diminuiu sensivelmente em várias áreas, devido aos procedimentos dos departamentos de saúde pública e campanhas de vacinação em massa.

As pessoas responsáveis pelas campanhas de vacinação anti-rábica demonstram com frequência a dificuldade que encontram em estabelecer medidas efetivas de controle, principalmente com relação à população felina. As recomendações para a vacinação obrigatória de cães são bem aceitas pela população; entretanto, os esforços para se incluir os felinos na vacinação obrigatória, ou mesmo voluntária, encontram ainda certa resistência.

Os gatos se tornaram, entre os animais domésticos, os que apresentaram maior porcentagem de casos de Raiva. Consequentemente, o aumento do número de gatos raivosos constitui a principal causa do aumento do número de pessoas expostas à Raiva. Os gatos acometidos pela doença morderam um número maior de pessoas do que os cães, provavelmente devido à probabilidade dos gatos raivosos apresentarem um comportamento mais agressivo do que os cães.

O maior número de gatos vacinados está diretamente relacionado ao decréscimo da prevalência desta doença na população felina, e consequentemente, diminuiu-se a chance de exposição das pessoas ao vírus. Atualmente, a quase totalidade das vacinas utilizadas, tanto em cães, quanto em gatos, constitui-se de produtos inativados.
Na América do Sul, a Raiva é uma das zoonoses mais importantes, com registro anual de 2500 casos fatais em pessoas, 177000 casos fatais em cães e 30000 casos notificados em bovinos.

PATOGENIA

 

A principal porta de entrada do vírus é a pele lesada, principalmente por mordeduras. O vírus também poderá ser introduzido através das membranas mucosas dos olhos e boca, e pela inalação; as terminações nervosas olfativas poderão dar acesso ao Sistema Nervoso Central (SNC).

Após a mordedura, a replicação viral ocorre nas células musculares (miócitos). Ocorre freqüentemente uma fase latente, onde o vírus não é detectável, e isto pode ser a razão do longo período de incubação observado nos animais infectados. O antígeno viral se acumula nas terminações neuromusculares e neurotendíneas. O vírus, então, realiza movimentos centrípetos passivos, dos axônios em direção às sinapses, no SNC e na medula espinhal. O movimento ascendente para o cérebro poderá ocorrer em poucas horas, da medula lombar até a base do cérebro. A infecção fica restrita aos neurônios e suas derivações. Ocasionalmente, os astrócitos e as células da glia podem se tornar infectados. Uma maior localização do vírus ocorre inicialmente no sistema límbico, com pouca ação sobre a córtex. Esta distribuição está correlacionada aos sintomas de mudança da agilidade, perda da timidez natural, comportamento sexual aberrante e agressividade, que podem ocorrer durante a Raiva clínica. Quando a disseminação do vírus da Raiva no cérebro é muito rápida, os efeitos de "Raiva Furiosa" não são observados.

Além do movimento centrípeto, o vírus da Raiva poderá se disseminar de forma centrífuga para a retina, glândulas salivares e terminações nervosas sensitivas da pele. Este último se constitui na base para um diagnóstico "ante-mortem", através da biópsia e da aplicação da técnica de imunofluorescência (anticorpos fluorescentes).

INCUBAÇÃO

 

O período de incubação tende a ser curto quando a porta de entrada do vírus está próxima ao SNC, porém existe uma grande variabilidade (de 10 dias a 1 ano), em cães. O período de incubação típico em felinos varia de 3 a 8 semanas.

SINAIS CLÍNICOS

 

Três fases são reconhecidas: precursora ou prodromal, excitativa e paralítica. A duração total raramente é maior do que 10 dias; em média, a duração é de 5 a 6 dias.

a) Fase Precursora ou Prodromal (duração de 2 a 3 dias):

      1. Mudanças na disposição: Um animal quieto se torna ativo e excessivamente amigável; o animal ativo se torna nervoso e assustado.
      2. Dilatação das pupilas, salivação; o animal "morde o ar", e late com um som agudo.
      3. Modificação da andadura (passo), com possível rigidez, e contração da musculatura facial.

         

b) Fase Excitativa ou Raiva Furiosa: 

 

- Aumento dos reflexos de irritabilidade.
- Dificuldade de deglutição, sialorréia.
- Síndrome de ataque: agressão violenta e viciosa ("olhos faiscando", boca espumando, pelos do dorso arrepiados). Este período pode durar de 1 a 4 dias. Há progressão para um quadro convulsivo terminal ou paralisia, se o animal viver por um período mais prolongado.

c) Fase Paralítica ou Raiva Silenciosa: 

 

- Se a fase excitativa não é observada, ou é muito curta, então a denominamos como Raiva Silenciosa ou Paralítica.
- O animal não se encontra irritadiço, raramente morde.
- Paralisia ascendente dos membros.
- Somente 25% dos casos de Raiva em felinos correspondem a este tipo, comparado aos 75% de casos observados em cães.

DIAGNÓSTICO

 

A Raiva deverá sempre ser considerada no diagnóstico de qualquer doença neurológica de curta duração, incluindo as paresias de origem indeterminada. Antes do diagnóstico de Raiva ser descartado ou confirmado, certas precauções deverão ser tomadas para se minimizar os riscos de contaminação em humanos, e deverá ser feita uma notificação do caso às autoridades sanitárias competentes. 

 

1 - Isolar o animal suspeito.
2 - Se alguma pessoa foi mordida ou tiver contato estreito com o animal suspeito, deverá lavar imediatamente o ferimento com água e sabão, e procurar auxilio médico.
3 - Consultar o veterinário do Centro de Zoonoses. Amostras de tecidos (de preferência da cabeça toda, ou a região do hipocampo cerebral e cerebelo), removidos do animal morto, deverão ser enviadas para laboratórios governamentais de diagnóstico.
4 - O veterinário, recebendo o laudo do diagnóstico, deverá notificar as autoridades sanitárias locais. Deverá também comunicar ao proprietário do animal, e deverá colocar os animais expostos ou suspeitos em quarentena.

 COLHEITA E REMESSA DE MATERIAL PARA EXAME LABORATORIAL 

Deverá ser coletada a cabeça inteira ou cérebro, que deverão ser colocados num isopor com gelo e enviados o mais rápido possível a um Centro de Diagnóstico de Raiva. 

 

TRATAMENTO 

 

Nenhum tratamento deverá ser tentado.
Se o animal exposto ao vírus não é vacinado; em se tratando de animais abandonados, recomenda-se proceder a eutanásia, para coleta de material para diagnóstico laboratorial. Uma alternativa seria manter o animal suspeito sob quarentena de 6 meses, o que nem sempre é viável.

Se o animal exposto, tiver um proprietário e for anteriormente vacinado, recomenda-se o seu isolamento para observação clínica por 10 dias, após o que deverá ser revacinado. 

 

MANEJO DE ANIMAIS SUSPEITOS QUE MORDERAM PESSOAS

 

Cães ou gatos sadios que morderam pessoas deverão ser confinados e observados por um período de 10 dias, e avaliados por um veterinário, diariamente. Qualquer sintoma que o animal apresente deverá ser comunicado imediatamente ao departamento de vigilância sanitária local. Se houver o desenvolvimento de sinais sugestivos de Raiva, o animal poderá, a critério da autoridade sanitária, ser sacrificado, anteriormente a sua morte natural, e sua cabeça removida e mantida sob refrigeração, para exame a ser realizado posteriormente num laboratório credenciado junto aos órgãos de vigilância sanitária. Qualquer animal vadio que morda uma pessoa poderá ser mantido em observação por 10 dias, ou ser sacrificado imediatamente e sua cabeça ser submetida aos procedimentos acima descritos para diagnóstico de Raiva. 

 

RESPOSTA IMUNE, INFECÇÃO NATURAL E VACINAÇÃO 

 

O "vírus de rua" da Raiva induz a produção de interferon, de anticorpos neutralizantes e fixadores de complemento; porém, uma vez que a infecção atinja o SNC, os anticorpos tornam-se relativamente ineficientes. As vacinas induzem altos títulos de anticorpos neutralizantes, aproximadamente entre 7 e 21 dias após a vacinação (período negativo de imunidade), utilizando-se tanto a vacina a vírus vivo modificado, quanto a vacina inativada. A duração da imunidade pode ser de até 3 anos, para as vacinas vivas ou inativadas, em cães ou gatos, mas para obtermos uma imunidade máxima é recomendável a adoção do esquema com revacinações anuais. A primovacinação é recomendada para cães e gatos a partir do quarto mês de vida. 

 

COMPLICAÇÓES PÓS-VACINAIS EM CÃES E GATOS 

 

A proporção de cães e gatos raivosos que tem um histórico de complicações neurológicas (encefalite), causadas por vírus vacinal, é extremamente pequena. 

Um diagnóstico presuntivo de Raiva induzida pela vacinação, é baseado principalmente no histórico clínico do animal, onde é geralmente observado um curto intervalo entre a vacinação e o aparecimento dos sintomas (paralisia do membro onde a vacina foi inoculada), ausência de sinais de Raiva furiosa, e ausência de Raiva endêmica na região. Devido às semelhanças entre as várias cepas, é muito difícil distinguir clinicamente, uma encefalite pós-vacinal causada por um vírus vivo modificado, de uma infecção causada pelo vírus virulento ("vírus de rua"). 

As infecções pós-vacinais são mais freqüentemente relatadas em gatos do que em cães; isto está relacionado ao fato do gato possuir uma maior sensibilidade às vacinas de Raiva, especialmente as que possuem vírus vivos modificados. 

Na maioria dos casos relacionados, os gatos apresentam uma paralisia característica do membro onde a vacina foi inoculada, 2 a 3 semanas após a inoculação. Posteriormente, desenvolve-se um quadro de paralisia bilateral ascendente, que se torna generalizada. As infecções foram caracterizadas como sendo pós-vacinais com base nos estudos de patogenicidade, ausência de corpúsculos de Negri, multiplicação em tecido celular e utilização de técnicas de anticorpos monoclonais. 

Nos felinos que apresentaram Raiva pós-vacinal, 60% eram positivos para o vírus da Leucemia Felina (FeLV), sugerindo que a infecção pelo vírus da Raiva pode ocorrer nestes animais, que possivelmente se encontravam imunodeprimidos. 

Os casos de complicações pós vacinais com vacinas inativadas são extremamente raros, onde a principal causa é a inativação insatisfatória do vírus vacinal, que pode permanecer viável e induzir a doença.  

 

EVERMINAÇÃO - ADMINISTRAÇÃO DE VERMÍFUGOS

 

Quanto às especificações sobre vermífugos a serem dados a cães que deles necessitem, recomendo que primeiro seja efetuado Exame de Fezes do animal em questão. Sendo os vermes intestinais que parasitam os intestinos de cães pertencentes a vários grupos (Protozoários, Nematelmintos, Platelmintos, etc. ), e mesmo dentro de um desses grupos existirem vermes, como por exemplo o Ancylostoma caninum , que por ser hematófago (se alimentar de sangue), e não sendo eliminado pelos vermífugos administrados * per ós * (via oral), tornam a necessidade de prévio exame de fezes indispensável. Devido esses fatos, somente sendo efetuado prévio exame parasitológico de fezes, poderá uma prescrição vermífuga ser eficiente. Não é aconselhável simplesmente administrar ao cão, um ou vários vermífugos numa determinada freqüência no tempo. Os medicamentos de ação vermífuga, como todos medicamentos são necessários apenas quando indicados (no caso do animal encontrar-se parasitado), caso contrário além de ser desnecessário poder também ser nocivo, pelo fato de todo medicamento, indistintamente, também ter alguma ação nociva, poderá quando administrado sem ser necessário ao invés de fazer bem ao animal poderá fazer mal, podendo levar o animal que dele não tinha necessidade por não se encontrar parasitado, até a uma intoxicação causada pelo próprio medicamento vermífugo.

Os vermífugos são medicamentos indicados para combater (eliminando) vermes intestinais quando eles existem parasitando um determinado animal. Se o animal não está parasitado por vermes, a administração de vermífugos além de desnecessária pode ser nociva, pois como relatei anteriormente, todo medicamento (inclusive portanto os vermífugos), têm além de sua ação indicada, também ação danosa (tóxica) ao organismo (Uns mais outros menos, porém todos, sem exceção). Assim sendo, medicamentos em geral somente devem ser administrados quando necessário, e não indiscriminadamente. Ministrar um vermífugo, embora alguns deles tenham o que se chama amplo espectro de ação, sem saber se o animal está parasitado e se estando parasitado qual os quais os vermes que se encontram parasitando o animal, parece-me irracional.

A propósito disso vou lhes relatar um fato que se verificou ainda recentemente em minha cidade, com um cão de propriedade de um amigo, que por sinal é médico e renomado em sua especialidade. Muitas vezes perguntei a esse amigo médico, se ele realizava periódicos exames parasitológicos das fezes de seu cão, ao que ele sempre me respondia: Meu cão vive confinado apenas no quintal de minha casa, e não tem acesso a Rua, portanto acho desnecessário exames de suas fezes. Além do fato, de mesmo assim, lhe ministrar periodicamente vermífugos oralmente. Bom! Um certo dia, telefonou-me o mesmo aflito, dizendo: Faça-me o favor de vir até minha casa, porque meu cão está evacuando sangue, e não sei como proceder !!! Atendi esse amigo, e após a necessária coleta das suas fezes de seu cão e subsequente exame parasitológico, o que realizei na própria residência desse amigo, pois o mesmo possui Microscópio ótico em seu lar, concluí: Parasitismo intenso por Ancylostoma caninum.

Esse meu amigo, que como frisei é médico, ficou boquiaberto: Não é possível, pois esse cão não tem acesso a Rua nem convívio com outros cães, onde ele pegou esse parasita? Respondi-lhe: Veja você mesmo no microscópio os ovos do Ancylostoma (característicos, forma ovalada, casca fina, medindo de 40 x 60 micra aproximadamente, apresentando muitos deles 2 a 4 blastômeros (células) em seu interior, e alguns inclusive a larva pré formada em movimento em seu interior. Não teve ele outra alternativa senão acreditar no parasitismo de seu cão, com o agravante, desse parasita poder também contagiar o homem, com um parasitismo errático na pele, causando o que é chamado em medicina de Larva Migrans, ou Já começa (no Rio de Janeiro), ou Coceira das Praias em São Paulo.Um detalhe: A simples administração de vermífugos orais, nesse caso, não eliminam o verme, pelo fato do mesmo sendo hematófago (alimentar-se de sangue), não ingerir o medicamento ministrado oralmente, e assim não vir a morrer e ser eliminado.

Em caso desse parasitismo, a medicação para ser eficiente, necessita ser administrada sob a forma de injeção parenteral, porque o medicamento sendo levado juntamente com o sangue pela circulação é ingerido o remédio pelo verme ao se alimentar de sangue (hematófago), e com ele também ingerindo o medicamento, e assim vir a morrer e ser eliminado. Em casos do parasitismo errático nos próprios cães que os albergam nos intestinos, constituindo então um duplo parasitismo (intestinal e cutâneo), os cães apresentarão além de enterite hemorrágica (evacuam sangue), também forte coceira da pele causada pelas larvas que penetraram na pele e ali se instalaram de forma errática, principalmente nas regiões do ventre e das patas. Observando a pele com uma simples lupa, desses animais com o parasita erraticamente situado, verificar-se-há o trajeto do mesmo sob a epiderme, o que é denominado de Bicho dermográfico, dermatose serpinginosa ou Larva Migrans, o que explica o prurido manifestado pelos mesmos quando nessa forma parasitados.

É essa a principal razão da Legislação existente proibindo acesso de cães às praias, pelo fato de poderem ser os cães disseminadores desse parasitismo errático em banhistas, que venha a deitar-se nas areias que tenha sido contaminadas por fezes de animais portadores desse verme em seus intestinos, e com suas fezes juntamente depositados nas áreas de praias. Na região do Rio de Janeiro é esse parasitismo humano denominado de "Já-Começa" , em São Paulo simplesmente "Coceira das Praias", e no Sul dos Estados Unidos conhecido por "Ground itch "; Em Porto Rico é chamado por "mazamorra ", e os povos de língua inglesa em geral o denominam de: "creeping eruption " . Além da larva do Ancylostoma, também outras larvas de moscas, formigas ou nematoides, também podem determinar idêntica doença errática.

Quanto aos parasitas intestinais que ocorrem com mais freqüência em cães, voltarei ao assunto quando tratar especificamente de Ancylostomas, Toxocaras, e outros parasitas intestinais e viscerais.

 

 

 

VERMINOSES INTESTINAIS EM CÃES

 

O intuito deste genmed é passar, de maneira clara e objetiva, para criadores e apaixonados por cães, as principais informações sobre as verminoses intestinais de nossos cães, o controle e sintomas possiveis de observação.

Os cães são acometidos por uma série de vermes que se adaptaram a eles. Nas infestações por vermes influem fatores como, situação geográfica, condições climáticas, época do ano e, de grande importância, condições de manejo dos animais.

Uma infestação pode causar danos como perda de peso, crescimento tardio, predisposição a outras doenças, menor absorção e digestão dos nutrientes, perda de sangue e proteina, em fim, um complexo desequilíbrio orgânico.

ALGUNS SINTOMAS

 

- Animal com a barriga abaulada, onde é comum o proprietário achar que seu animalzinho esteja gordinho.
- Olhar triste, que deve ser avaliado por um profissional para diferenciação de outras doenças.
- Animal arrasta o "bumbum no chão".
- Magreza.
- Fezes moles, com sangue.
- Presença de vermes nas fezes, onde é importante a observação do proprietário para relatar ao médico veterinário o tipo de verme encontrado para um bom diagnóstico e tratamento adequado, existem vermes redondos, achatados, e vermes que soltam proglotes parecido com uma semente de pepino ou grão de arroz.

CONTROLE

 

É importante que o proprietário fique atento para um bom controle das parasitoses intestinais do seu cão.

Uma profilaxia adequada é baseada em vários pontos, como acompanhamento Médico Veterinário para um programa de vermifugação correta desde cachorrocancro parasitológicos de fezes podem ser feitos pelo Veterinário periodicamente, correto destino das fezes oque evita uma autocontaminação e de outros animais que vivem no mesmo ambiente, é importante lembrar que nas fezes existem ovos. Limpeza adequada do ambiente com desinfetantes ( lembrando de tirar o animal do local durante a operação)

CONSELHOS IMPORTANTES 

 

- Nunca deixe seu cão muito tempo sem ir ao Veterinário, este profissional lhe dará todas as diretrizes de sucesso no plano de saúde de seu animal.
- Não administre vermifugos sem lógica, é sempre importante a troca de princípios, que um profissional fará com sucesso.
- O ambiente é de importância fundamental para o sucesso do tratamento profilático.
- Lembre-se: Algumas parasitoses de cães são transmitidas aos homens, então é importante uma boa prifilaxia, que ira se refletir em nós e em nossos filhos.

 

ESGANA

Doença vírica muito contagiosa que afecta o cachorro nos primeiros meses de vida, muito raramente os cães adultos. Os sintomas são muito varáveis e entre os mais frequentes recordamos: mal.estar com falta de apatite, febre, presença de sangue purulento no nariz e nos olhos, tosse e estertor quando respira; vómitos e diarreiras se o aparelho digestivo estiver afectado; convulções, paralisia e andar vacilante, no caso de estar envolvido o sistema nervoso. Não existe uma cura específica, mas utilizam-se fármacos para combater os sitomas específicos e para prevenir as infecções bacterianas e secundárias. Nem sempre é uma doença mortal, mas muitas vezes os animais que superam a doença ficam com sequelas como tiques nervosos, paresia e dentes manchados por causa dos danos provocados no esmalte. Por ser uma doença que invalida ou mata, é aconselhável repetir as vacinações mais vezes nos cachorros e anualmente nos adultos.

TOSSE DE CANIL

"Traqueobronquite Infecciosa Canina" / Tosse dos Canis

Traqueobronquite infecciosa e uma enfermidade de cães que ataca o sistema respiratório dos animais produzindo crises de tosse deixando os proprietários com a impressão de que estão com algo trancado na garganta.
Trata-se de uma doença que aparece sem avisar não proporcionando ao proprietário indicio nenhum do problema antes dele se instalar. Pode atingir animais de diferentes faixas de idade, tendo como característica episódios de tosse associados a dificuldade respiratória em menor ou maior intensidade.
Os agentes causadores desta doença são:
- Adenovirus tipo 2
- Parainfluenza vírus
- Bordetela bronchiseptica
Os animais mais susceptíveis a Tosse dos Canis são os cachorros recém desmamados, dentre os adultos os debilitados pôr outras doenças, como verminoses, submetidos a STRESS viagens longas confinamentos em clinicas, hotéis, caixas em exposições, alimentações inadequadas, anemias etc...
A doença e altamente transmissível pôr aerossóis (pequenas gotas eliminadas pêlos espirros) e os animais apresentam os primeiros sintomas entre 3 a 10 dias após a infecção podendo persistir com os sintomas 3 a 4 semanas.
A Bordetelose pode atingir 15 espécies animais diferentes dentre elas o próprio homem. Por este motivo o controle desta doença é importante para a saúde dos animais proprietários e veterinários.
Factores ambientais como, produtos de limpeza a base de formol, poeira, alterações bruscas de temperatura também podem predispor os animais a crises de tosse favorecendo a penetração de microorganismos da tosse dos canis.
A irritação das narinas podem facilitar a penetração dos micróbios existentes no chão, na terra e complicar produzindo uma secreção purulenta pelo nariz. Nestes casos se faz necessário a aplicação de antibióticos, principalmente quando estes animais apresentarem falta de apetite, febre, apatia e perda de peso.
Recomenda-se a imunização dos filhotes através do uso de vacinas intranasais a partir de 8 semanas de idade com revacinação anual.
As vacinas injetáveis disponíveis hoje no mercado, alem de não oferecerem protecção contra o Adenovirus tipo 2 sabidamente não apresentam papel importante na proteção das mucosas nasais dos animais.
Além disso necessitam a aplicação de 2 doses com intervalo de 15 dias para que produzam o efeito desejado.
Ultimamente tenho atendido em media 2 casos ao dia em minha clinica isto da uma idéia da dimensão deste problema que vem acontecendo coincidentemente a queda de temperatura.
Quem tem o seu animal de estimação ou tem criação deve se atentar a esta doença que veio para ficar infelizmente, procurando adoptar como rotina a vacinação anual de seus animais.

 

HEPATITE INFECCIOSA

Doença de origem vírica, bastante rara, dado que grande parte da populaçõ canina é regularmente vacinada. Pode aparecer de forma grave com febre, vómitos, diarreia, amigdalite ou inchaço dos gânglios linfáticos do pescoço ou então na forma mais leve afectando o olho (provocando a opacidade da córnea). Raramente é mortal. A cura é sintomática e serve para prevenir complicações bacterianas. A dupla vacinação nos cachorros a partir das 8 a 10 semanas de idade confere uma boa imunidade, mas é sempre aconselhável um reforço anual.

 

 

A CARRAÇA / CARRAPATO

São os CARRAPATOS descritos em Zoologia na Ordem dos Acarina, e encontram-se difundidos por toda a Terra, e concomitantemente à sua actividade hematófaga, intervém também como transmissores de muitos outros agentes causadores de doenças, como vírus, bactérias, protozoários e riquétzias, funcionando portanto como vectores de doenças, tanto aos animais como ao homem.
Geralmente têm a forma oval, e quando em jejum são planos no sentido dorso-ventral, porém quando repletos de sangue de seus hospedeiros, pois é o sangue seu alimento, apresentam-se então convexos e até esféricos.
Algumas espécies podem ter até 25 mm de diâmetro, e sua carapaça quitinosa de revestimento, verdadeiro exo-esqueleto, é firme e resistente, relativamente à sua pouca espessura.
Algumas espécies permanecem toda vida adulta sobre seus hospedeiros, e por isso classificados como parasitas permanentes, outros abandonam-no após haverem sugado sangue e então são classificados como parasitas temporários, melhor dizendo, ecto-parasitas temporários, pois vivem na cobertura pilosa dos mamíferos, seus hospedeiros, apenas parte de seus ciclos biológicos de vida.

Os danos que podem causar à saúde de seus hospedeiros, são de:
Natureza espoliativa - pela quantidade de sangue que podem retirar no ato de sugar, o que é directamente proporcional não só a quantidade de carrapatos presentes sobre o hospedeiro, como também à sua voracidade e tamanho;
Acção tóxica - causada pela natureza da saliva dos carrapatos, que para sugarem sangue por assim dizer injectam sua própria saliva no ponto em que introduzem seu aparelho sugador, para impedir a coagulação do sangue de suas vítimas, e essa saliva muitas vezes pode causar acção não apenas irritante como também tóxica ou alérgica;
Acção patogénica - consequente à possibilidade que existe de se encontrarem infectados por agentes outros causadores de enfermidades, tais como vírus, riquetzias, etc. e então transmitirem junto à picada também moléstias outras;
Concomitantemente ao parasitismo por carrapatos, evidencia-se uma imunidade específica nos animais atacados, estando os animais velhos mais protegidos que os jovens, e os importados menos que os autóctones de uma determinada região, à uma determinada espécie também de carrapato.
Dentre as espécies mais comuns, podemos citar:
Argas - Com o denominado A. persicus, que ocorre em todo o Brasil, e parasita preferentemente aves domésticas e selvagens, além do homem. É o transmissor para as aves, da Espiroquetose aviar. Transmite também à pombos, infecção paralítica (Salmonella typhimurium), que pode permanecer latente vários meses nesse parasita.
Dermacentor - Neste género, está incluído o:
Dermacentos marginatus - Hospedeiro do cavalo, cão e ovelha, é encontrado na Alemanha e zonas pantanosas do Hesse, além da Hungria, onde é apontado como transmissor da Piroplasmose esporádica do cavalo (Babesia caballi).
Dermanyssus gallinae - Vulgarmente chamado de ácaro vermelho das aves, vive geralmente em galinheiros sem higiene, atacando pombos e galinhas, além de faisões, patos, gansos e aves canoras engaioladas; Durante o dia permanecem escondidos em fendas das instalações onde as aves se alojam, para saírem a noite, para saciarem seu apetite de sangue, retornando a seus esconderijos quando o estômago estiver cheio.
Haemaphysalis - Encontrado na Alemanha e no Oriente Médio, sendo o transmissor da Febre Q.
Hyalomma - Geograficamente encontrados na África, Ásia e região mediterrânea da Europa, na maioria dos casos utilizam-se de dois hospedeiros, principalmente cães e outros carnívoros e são transmissores da babesiose ao cão e aos equinos , assim como a Teileriose.
Ornithodorus - Este parasita localiza-se quase sempre no pavilhão auricular de seus hospedeiros, e lhes transmite a febre recorrente, causada por um espiroqueta e também a Febre das Montanhas Rochosas (Riquetziose) nos EUA.
Rhipicephalus - O exemplar mais importante desse género, é o Rhipicephalus sanguíneas transmissor da Teileriose e Piroplasmose ao cão. É encontrado no Brasil e na África , e em algumas zonas temperadas do mundo.
Ixodes - Encontrado parasitando os mais diversos animais mamíferos, inclusive aves domésticas e selvagens, répteis e o homem. A acção tóxica manifesta-se clinicamente por reacções cutâneas com prurido e eritema, febre, podendo chegar até a paralisias com contraturas, algumas vezes podendo ter curso mortal.

A encefalite humana, pode ser transmitida inclusive por carrapatos, a partir de portadores do vírus, tais como toupeira, ratos e aves, ao serem sugados sangues contaminados.

A espécie Ixodes ricinus - assim como outras espécies do género Dermacentor, são os causadores da moléstia denominada Paralisia por carrapatos, em várias espécies animais, sobretudo na ovelha e no homem (crianças);

Parece somente terem tal actividade as fêmeas de carrapato, pouco antes de iniciarem a postura, quando se fixando na região occipital, na proximidade da coluna vertebral próximo do centro respiratório, podem provocar falta de coordenação motora no ato de andar, com tombos e mesmo incapacidade de permanecer em pé, seguindo-se vómitos e até morte do doente.

O diagnóstico da infestação por esse parasita é muito fácil, efectuado pela simples visualização com vista desarmada desse hóspede, de permeio à pelagem ou plumagem dos animais, cuja presença também provoca coceira, a qual é concomitantemente notada nos hospedeiros, esta maior ou de menor intensidade, de acordo com a sensibilidade individual de cada hospedeiro parasitado. Quando o parasitismo é pequeno, a aplicação de graxas neutras, óleos ou glicerina, provocarão a oclusão dos estigmas respiratórios desses hóspedes indesejáveis, que após algumas horas facilmente se desprenderão dos locais em que estejam alojados.
Já sendo a infestação em grande quantidade, somente a aplicação de banhos sob a forma de imersão em banheiras especiais, denominados banheiras carrapaticidas, ou então a aspersão ou pulverização de substâncias especiais, denominadas carrapaticidas, poderá efectuar a eliminação desses hóspedes nocivos.
Até pouco tempo atrás era utilizado o arsénico como carrapaticida, porém devido os acidentes que ocorreram por incúria na sua aplicação, foi o mesmo abandonado como meio de tratamento; Algum tempo depois, também o DDT e o BHC, substâncias essas sintéticas cloradas e fosforadas foram também utilizadas como carrapaticidas, que também foram abandonadas pela ocorrência de intoxicações e mesmo mortes em animais tratados, e pelo efeito efectivamente cumulativo no organismo dessas substâncias.

Hoje, substâncias fosforadas sintéticas como o Assuntol, Trolene, Ruelene e Neguvon são as mais utilizadas como carrapaticidas em todo o mundo.

Para a prevenção dessa parasitose, os meios que melhor tem funcionado, são as aplicações sistemáticas de carrapaticidas nos animais. Para tal, as modernas banheiras carrapaticidas quer de imersão quer de aspersão ou pulverização são os melhores; As aplicações, devem guardar um intervalo característico para cada espécie animal, assim como ter-se em conta a espécie do carrapato a ser exterminado ou controlado.

Em se tratando de cães ou gatos parasitados por carrapatos, deve ser tomado especial cuidado na prescrição do insecticida a ser utilizado para seu combate, pelo fato de serem tais animais carnívoros, e por isso especialmente sensíveis às substâncias sintéticas cloradas ou fosforadas usualmente fabricadas para referida utilização. Além desse cuidado, redobrada atenção durante a aplicação do insecticida é também indicada, evitando-se que o animal ingira ou aspire o produto na hora de sua aplicação, sob pena de intoxicações muitas vezes graves causadas por tais produtos quando acidentalmente absorvidos.

Quando a infestação for leve, existem no mercado produtos específicos para cães e gatos, aplicados na forma de pulverização por todo o corpo do animal ou directamente na nuca do mesmo, que se seguidas devidamente as instruções, não oferecem riscos de intoxicação ao animal
 

 

A OTITE

Tendo-se em vista o interesse de vários cinófilos em saber a respeito dessa doença, achei oportuno colocar algumas informações a respeito:
1 - O que é uma otite?
R - Trata-se da inflamação desse órgão da audição, ecomo o mesmo compreende várias partes , necessário se faz seu conhecimento anatômico.

2 - Qual é a anatomia do ouvido?
R - Pode ser dividido para efeito didático em ouvido externo, ouvido médio e ouvido interno, porém interligados entre si. O ouvido externo compreende o pavilhão auricular (orelha), o meato acústico externo também chamado de canal auditivo externo e o tímpano, esta última é uma membrana delgada que por assim dizer separa o ouvido externo do médio. O ouvido médio é a câmara onde situam-se três ossículos (martelo, estribo e bigorna) interligados entre si e que servem como meio de ligação com o ouvido interno. Nessa câmara onde situam-se referidos ossículos, existe um canal de ligação do ouvido médio com o faringe, denominado Trompa de Eustáquio. Ouvido interno, a parte mais especializada e portanto também mais delicada e importante de todo o ouvido, onde existem os chamados Canais semicirculares, a Cóclea e o Nervo acústico, este último liga todo o conjunto directamente ao cérebro. Note portanto, que conforme sejam atingidas essas diferentes porções do ouvido, a otite vai revestir-se de maior ou menor gravidade, recebendo também denominações diversas, como otite externa (apenas ouvido externo inflamado), otite média (apenas ouvido médio inflamado), e otite interna (esta a mais grave pois atingindo os canais semicirculares determinará transtornos do equilíbrio por ser esse o órgão responsável pelo nosso sentido espacial. Atingindo a cóclea, será a doença denominada labirintite (devido ser tal órgão também chamado de labirinto), e assim por diante.

3 - O que causa a otite?
R - Podem causar otites, germes ou fungos infecciosos quando nesse órgão instalados, que podem ali penetrarem, tanto a traves do exterior pelo canal auditivo externo, quanto também a través do faringe pela Trompa de Eustáquio.

4 - Como podemos prevenir essa doença em nossos cães?
R - Primeiro, cuidando da limpeza do canal auditivo externo e das próprias orelhas de nossos cães, e em segundo lugar, cuidando e tratando quando os mesmos acometidos por doenças da garganta, pois daí também, pode a infecção progredir e atingir o ouvido.

5 - Como proceder para a boa limpeza dos ouvidos dos cães?
R - Com um cotonete para os cães pequenos, ou um chumaço de algodão na ponta de um estilete flexível ou pinça para cães de maior porte, umedecemos esse algodão com uma solução de alcool-éter (em partes iguais), e com esse cotonete limpamos e removemos a cera existente no conduto auditivo e nas próprias orelhas. Especial cuidado na limpeza do conduto auditivo externo, em sua parte mais profunda, a fim de não lesar o tímpano ali localizado. A frequência que essa limpeza deve ser feita, dependerá da raça de seu cão: Os cães das raças que tem as orelhas erectas, como o Pastor Alemão, necessitarão limpezas mensais. Já os cães de raças que tem as orelhas caídas, como aqueles da raça Cocker Spaniel, a limpeza deve ser feita mais freqüentemente (cada 10 dias).

6 - Como perceber se meu cão está com otite?
R- O sintoma mais evidente é o acto do mesmo coçar com as patas tal região da cabeça, ou então sacudir frequentemente a cabeça. Mais evidente, quando ocorrer secreção purulenta pela orelha, o que denota a infecção já estar ali instalada e latente, e quando a otite é unilateral (apenas um dos ouvidos), o ato do cão manter a cabeça inclinada para esse lado inflamado.

7 - Como tratar um cão com otite?
R - Muitas vezes o simples ato de proceder à limpeza dos ouvidos, quando a otite é apenas externa, é suficiente para sanar o mal. Porém, quando a infecção já atingiu o ouvido médio ou o interno, necessário se faz tratamento mais especializado, inclusive com administração de antibióticos por via geral (parenteral ou oral), e mesmo nebulizações da garganta com medicação apropriada. Nessa caso, a recomendação, é procure um veterinário competente, que este deverá estar capacitado para lhe indicar a melhor terapêutica.
Apenas uma recomendação final: Nada de pânicos em caso de otites, pois tenha em mente que o próprio organismo animal tem meios de defesa tanto para essa quanto para outras infecções. Cuide de seu animal como cuida de si mesmo: com cuidado e atenção , tanto quanto seu asseio quanto sua alimentação, e propiciando ao mesmo exercícios físicos e carinho. Nada além disso.

 

 

 

SINAIS DE SAÚDE E SINAIS DE DOENÇA

SINAIS DE SAÚDE

Todos os cães saudáveis evidenciam características típicas, podendo estas, porém, variar ligeiramente entre cães e raças. O importante é conhecer o estado normal do seu cão. Assim reconhecerá de imediato se alguma coisa não está bem, e poderá então agir.

OLHOS: brilhantes e nunca turvos ou com corrimento
OUVIDOS: limpos, com um cheiro húmido, mas não
NARIZ: húmido e fresco. A humidade transparente é normal.
RESPIRAÇÃO: o hálito não deve ser desagradável. A respiração dá-se sem problemas.
DENTES E GENGIVAS: dentes limpos sem nenhum ou com muito pouco tártaro. Gengivas rosadas e unidas aos dentes.
PELE: limpa e sem marcas.
PÊLO: limpo, brilhante, saudável. A perda de pêlo deve ser razoável, de acordo com a época do ano e a raça.
PATAS: mornas, secas e limpas. As unhas devem estar aparadas.
URINA E FEZES: urinar e defecar sem dificuldades, urina transparente, fezes sólidas e bem formadas.
COMPORTAMENTO: vontade de fazer coisas e de aprender; estado de atenção e alerta.
NÍVEL DE ENERGIA: activo, sempre pronto para brincar (tendo em conta a raça e a idade).

SINAIS DE DOENÇA

Vigie o seu cão se algum destes sinais se manifestar, e leve-o ao veterinário.
Se verificar qualquer outra anomalia que não esteja aqui mencionada, não hesite em recorrer à ajuda do veterinário.

OLHOS: com corrimento ou pus, olhos turvos.
OUVIDOS: cera escura, cheiro desagradável.
NARIZ: seco e gretado, quente. Muco opaco, esverdeado, castanho ou escuro.
RESPIRAÇÃO: respiração ruidosa e ofegante, ou a chiar, falta de ar. Ruído de fluido nos pulmões.
DENTES E GENGIVAS: acumulação de tártaro, gengivas a sangrar, vermelhas ou inflamadas, mau hálito.
PELE: vermelhidão, irritação, comichão, pele casposa.
PÊLO: perda de pêlo excessiva, pêlo seco e sem brilho, falhas de pêlo.
PATAS: muito quentes, vermelhidão, o seu cão lambe-as constantemente, unhas partidas, unhas demasiado compridas.
URINA E FEZES: qualquer coisa fora do normal, dôr ou hesitação a urinar e defecar, urina turva ou com sangue, fezes moles, sangue nas fezes, diarreia.
COMPORTAMENTO: alterações repentinas, sonolência, falta de interesse.
NÍVEL DE ENERGIA: alteração do nível de energia sem razões aparentes. Hiperactividade, incapacidade de se controlar, ausência total de energia, incapacidade ou falta de vontade de fazer o que gosta mais.

 

 

VACINAS

 

VACINAS - ACIDENTES PÓS-VACINAIS

1. INTRODUÇÃO

O objetivo deste relato técnico é prestar importantes esclarecimentos aos proprietários de animais de estimação, quanto aos riscos dos procedimentos de imunização (vacinação) de seus animais, sem a devida orientação e/ou supervisão médico veterinária; considerando que esta vem tornando-se uma prática, cada vez mais comum e temerosa, com o advento da comercialização de vacinas em lojas de animais e lojas de produtos agropecuários.

Não somente os aspectos abaixo apresentados seriam os factores únicos de nossa preocupação com a vacinação praticada por leigos, mas também aqueles que proporcionam interferências negativas nas respostas imunológicas às vacinas; tais como, interferência de anticorpos maternos, verminoses e doenças intercorrentes. Factores estes também, que só poderão ser detectados e resolvidos por médicos veterinários.

2. OS ACIDENTES PÓS-VACINAIS

Existem três formas principais de manifestações sintomáticas que caracterizam os acidentes pós-vacinais; reações alérgicas locais, reações alérgicas sistêmicas (choque anafilático) e acidentes neuro-paralíticos.

A) Reações alérgicas locais

As reações alérgicas locais que podem ocorrer após a aplicação de vacinas estão associadas a presença de um adjuvante de imunidade, necessário para aumentar a resposta imunogênica. A maioria das vacinas inactivadas contém adjuvantes e a reacção pós-vacinal está relacionada com uma questão de sensibilidade individual. Estas reações locais caracterizam-se por uma alopecia (queda de pelo) no local de aplicação da vacina, como resultado de uma paniculite granulomatosa focal ou de uma vasculite, podendo se apresentar hiperpigmentada.

 

B) Reações alérgicas sistêmicas (Choque Anafilático)

A anafilaxia é uma síndrome determinada por um choque sistêmico, que se manifesta minutos após a disseminação do alérgeno nos animais sensibilizados. Dentre os alérgenos que podem induzir a uma anafilaxia estão as vacinas. Os órgãos envolvidos na anafilaxia, na maioria dos animais, são o baço e os pulmões. A liberação de aminas vasoativas resulta em uma vasodilatação esplênica, colapso vascular periférico, e em casos severos, coma e morte. Os sinais clínicos incluem náusea, vômitos, diarréia, inquietação, ataxia, ataques epileptiformes, palidez das membranas mucosas, taquipnéia e taquicardia. Alguns animais podem mostrar sinais de hipersalivação, tenesmo e defecação.

A anafiaxia pode também ocorrer em formas localizadas, referidas como edema angioneurótico ou facio-conjuntival e reações urticariformes. O edema angioneurótico é tipicamente manifestado por inchaço dos lábios, pálpebras e conjuntiva, e é gerado pelo mesmo tipo de alérgeno que induz a anafilaxia sistêmica. As lesões urticariformes são lesões salientes e pruriginosas da pele, que ocorrem alguns minutos após à exposição ao alérgeno.

 

C) Acidentes neuro-paralíticos

São afecções nervosas desmielinizantes ou mielinoclásticas, determinantes de uma encefalomielite alérgica, cujo substrato é a desmielinização do Sistema Nervoso Central. Estas afecções têm maior importância no cão, que é mais sujeito a tais encefalites, pela frequência com que é imunizado com determinadas vacinas anti-rábicas. Está evidenciado que a substância responsável pela encefalite alérgica existe na substância branca do cérebro de mamíferos. Quando injectada esta substância, haveria a formação de anticorpos que se ligariam a uma parte não determinada da mielina, causando sua degradação e consequente estabelecimento da encefalite alérgica. Em condições naturais, o processo aparece sobretudo em animais e em seres humanos, que inesperadamente exibem sintomas de paralisia, alguns dias após à administração de suspensões de tecido nervoso (vacinas antirábicas). A afecção se inicia, comumente, por paralisia de um ou mais membros, com rápida progressão por todo o corpo. A morte é o desfecho habitual, nas formas graves da enfermidade.

 

3. CONCLUSÕES

Podemos ver desta forma, que todo processo de imunização em animais domésticos de estimação deve passar pelo crivo da responsabilidade técnica de um profissional médico veterinário, que avalie primeiramente a condição básica de saúde deste animal que será submetido à vacinação; analisando seu nível de infestação parasitária, sua condição nutricional e elaborando um programa de vacinação que obedeça as possíveis condições de imuno-interferências, para definição do quantitativo adequado de doses seriadas em relação a faixa etária de aplicação do mesmo. Por conseguinte, em decorrência dos riscos de acidentes pós-vacinais descritos, a exigência de uma supervisão e acompanhamento do acto de aplicação deste programa de vacinação, fica clara e evidentemente demonstrada neste relato técnico.

 

 

VACINAÇÃO - TABELA

Assim que você comprar ou ganhar um cachorrinho, convém levá-lo ao Médico Veterinario para uma avaliação geral. Enquanto seu cachorro não estiver com as vacinas em dia tome cuidado para que ele entre em contacto apenas com cães saudáveis e, quando levá-lo na clínica veterinária mantenha-o no colo e distante dos outros cães.

Quadro de vacinação em Cães

6 semanas

Parvovirose

12 Semanas

Esgana, Leptospirose, Hepatite e Parvovirose (2ª dose)

18 Semanas

2ª Dose de Esgana, Leptospirose, Hepatite e 3ª Dose de Parvovirose

6 meses

Reforço Parvovirose e Raiva

Anualmente

Reforços de Todas as Vacinas

OBS: O reforço das vacinas octopla e Anti-rábica deve ser anual.

Veja a seguir as doeças, que são evitadas com a vacinação, e os seus sintomas. Ao menor sinal leve o seu cão a um Médico veterinário, somente ele é capaz de avaliar, diagnosticar e tratar uma doença.

 

CINOMOSE: Enfermidade infectocontagiosa aguda, sub-aguda ou crônica; febril, particular da família canina entre os animais domésticos. Somente o cão. A sua transmissão  dá-se por vias respiratórias e digestivas. Na fase aguda o vírus é eliminado intensamente e em abundância pela secreção ocular, urina e fezes.

Manifestação:

1º. fase - digestiva: em que o animal apresenta vômitos, diarréia, mucosa sanguinolenta, anorexia, temperatura acima de 40ºC.

2º. fase - respiratória: Broncopneumonia intensa, secreções mucosas e senomucosas, que depois passam para purulentas, geralmente por infecções secundárias.

3º. fase - nervosa: Nesta fase aparecem alterações mioclonais ( tic nervoso ), podendo encontrar as três fases ou apenas uma delas. A mais perigosa é a nervosa. Toda vez que suspeitar de cinomose ou leptospirose, a temperatura deverá estar acima de 40 ºC.

 

HEPATITE: Enfermidade infectocontagiosa aguda, causada por vírus resistente ao éter, álcool, clorofórmio e sensível ao formol e calor. Período de encubação: 4 a 9 dias.

Manifestação:

Animais jovens: morte súbita sem nenhum sinal clínico.

Primeiro sinal: hipertemia passageira de 24 a 48 horas, temperatura de 40º a 40,5º, caindo logo após; apresenta sede intensa, anorexia, congestão das amígdalas, congestão das mucosas e da faringe, congestão conjuntival (pálpebras vermelhas), congestão da conjutiva nasal e bucal, fotofobia, hemorragias bucais, esquimoses na pele ( pinta ou pontos vermelhos). Principalmente na frente (abdômen) e faces internas da coxa e mucosa peniana, dispinéia (dificuldade respiratória) por edema pulmonar (pulmão cheio de líquidos), animais adotam posição de sentar, para aliviar a pressão.

 

LEPTOSPIROSE: Doença infecciosa grave que atinge os homens e os animais, sendo causada por uma bactéria a Leptospira sp presente na urina dos ratos e camundongos. A contaminação se da quando o animal, ou o indivíduo entra em contacto com água ou lama que contenha a Leptospira. Esta penetra no organismo através de ferimentos na pele ou mesmo na pele integra quando num contacto mais prolongado e também pelas mucosas (boca - nariz - olhos - órgãos genitais ).

Manifestação:

Vômitos e diarréia as vezes com sangue, urina com sangue, icterícia.

 

PARAINFLUENZA: Tosse persistente, e as vezes associado a pneumonia. Esta doença é chamada tosse de canis.

 

PARVOVIROSE: Doença de cães seria e altamente contagiosa, e a infecção se dá pelo Parvovirus Canino que tem um curto período de incubação.

Manifestação:

Os sintomas mais comuns são de morte súbita quando tivermos o modo cardíaco, com depressão e disfunções respiratórias. Vômitos, diarréias e desidratações são os sintomas do modo gastroentestinal que tem como sinal principal fezes sanguinolentas.

 

CORONAVIROSE: Doença viral, com um quadro semelhante à Parvovirose.

 

RAIVA: Doença infecto contagiosa aguda e fatal, caracterizada por sinais nervosos, apresentados por agressividade e por semi-paralisia ou paralisia. Tempo de encubação: pode aparecer de 10 a 90 dias.

 

 

VACINAÇÃO - FACTOS, MENTIRAS E VERDADES

1. Em filhotes pequenos, 95% de sua imunização é obtida através do consumo do colostro, que é o primeiro leite produzido pela mães durante um tempo curto logo após o nascimento.

VERDADE: Se a mãe é imunizada contra as principais doenças infecciosas caninas, seus filhotes também irão se proteger por 6 a 16 semanas após o nascimento se eles consumirem o colostro logo após o nascimento.

 

2. Fêmeas revacinadas antes da cobertura passam mais anticorpos para seus filhotes pelo colostro do que as fêmeas não vacinadas.

VERDADE: Quanto mais alta for a concentração de anticorpos contra doenças infecciosas na mãe, maior será a proteção que ela passará para seus filhotes. A revacinação causa um aumento na produção de anticorpos maternos.

 

3. Enquanto estão presentes, os anticorpos recebidos da mãe não vão interferir com a vacinação permanente dos filhotes.

FALSO: Os anticorpos recebidos da mãe vão interferir na produção de anticorpos produzidos pelos filhotes por algumas semanas após o nascimento.

 

4. A via de administração (usualmente intramuscular ou subcutânea) não tem efeito no nível de protecção produzido em cães com idade para serem vacinados.

FALSO: O efeito da via de administração na resposta vacinal depende da vacina que é aplicada. Por exemplo, a vacina anti-rábica é mais efectiva se for administrada pela via intramuscular do que a via subcutânea. Com a vacina contra Cinomose, ambas as vias são igualmente efectivas.

 

5. Cães idosos(mais de sete anos de idade) podem ter uma diminuição na habilidade de produzir anticorpos após vacinação, então devem ser revacinados anualmente.

VERDADE: Cães idosos não produzem anticorpos vacinais tão bem como cães mais jovens. A duração da proteção com uma vacinação única será mais curta em animais idosos. A revacinação anual impede que os níveis de anticorpos de proteção diminuam deixando o animal exposto a doenças.

 

6. A vacinação de animais que já estão doentes, irá prevenir a progressão da doença.

FALSO: A vacinação de animais doentes não irá prevenir a progressão da mesma, pois os anticorpos vacinais demoram vários dias até atingirem níveis de proteção que impeçam a progressão da doença. 7 dias a duas semanas são necessários para que o organismo produza quantidades suficientes de anticorpos para proteger os animais contra as doenças. Os anticorpos devem estar presentes antes da exposição do paciente ao agente causador da doença.

 

7. Filhotes vacinados devem ser protegidos do frio, pois a friagem reduz a quantidade de anticorpos produzidos após a vacinação.

VERDADE: Pesquisas recentes em ninhadas separadas por sexo, idade e peso, demostraram níveis significativamente maiores de anticorpos em filhotes que não ficaram expostos ao frio durante o tempo de formação de anticorpos após a vacinação.

 

8. Cães não devem ser vacinados contra Cinomose, Hepatite, Leptospirose, Parainfluenza e Parvovirose, pois eles irão adquirir naturalmente imunidade.

FALSO: Todas as doenças citadas acima podem ser fatais. Quando o animal se recupera de uma desta doenças, o seu organismo pode realmente ficar imune a esta doença, mas as lesões nos orgãos e sistemas pode ser tão severas que podem predispor o animal a ter inúmeras outras doenças.