Educação

 

A primeira regra para educar bem um cão é aquela que estabelece desde o início, através da brincadeira, uma boa relação de amizade com o animal, que deverá entender-nos para poder adestrá-lo depois. Uma educação correcta pressupõe também, por outro lado, proibições, isto é, comportamentos e zonas "proibidas" pata o animal que vive em família. Se a educação for firme (mas não violenta!), esteja seguro de que o cachorro aprenderá rapidamente a lição, dado que o desenvolvimento psicofisico do cão avança com uma progressão muito rápida (aos 10 meses terá as características de um adulto).
Lembre-se de que a educação pressupõe regras elementares e fundamentais para a manutenção de boas relações com os vizinhos da casa, para manter desanuviado o ambiente familiar, para a higiene do próprio animal e para conservar as relações sociais com aqueles que não gostam de cães. É, de facto, um sinal de civismo e de boa educação respeitar também todas as pessoas que, instintivamente, não gostem de animais; por vezes, será precisamente o nosso comportamento e, em consequência, o do nosso cão, que conseguem conquistar a sua simpatia.
- Cada cão tem a sua história, no sentido em que manifesta um carácter próprio diferenciado pelo seu temperamento, docilidade, coragem, curiosidade, tendência possessiva, sociabilidade... No entanto, há elementos do carácter que são comuns a todos os animais e um destes é o respeito pela supremacia do macho, do líder (ver o capitulo sobre a psicologia).
O cão doméstico identifica-se com o seu dono, o seu chefe de matilha, se este for capaz de lhe impor autoridade e algumas regras de convivência. A autoridade reconhecida no dono permitirá criar um cão obediente e o resultado será a aceitação de todos.
A adopção de um cão deverá ser uma escolha consciente e responsável. Só através de uma educação correcta se poderá conseguir um animal equilibrado.
- O dono deverá conquistar este papel com firmeza, paciência e perseverança, mas jamais com violência, de maneira que não assuste o animal tornando-o perigoso por causa das reacções imprevisíveis. Educar um cachorro não é um assunto que se leve a cabo num momento; requer um certo período de tempo até que aprendam a comportar-se como lhes é pedido. Para o cachorro é, por exemplo, natural sujar quando tem necessidade, por isso, o adestramento deve ser efectuado com firmeza, mas também com doçura. Deixar-se levar por reacções violentas, embora mesmo só verbalmente, pode fazer com que o cachorro não se sinta aceite, mas inclusive desenvolva medo e desconfiança para com os seres humanos culpados perante os seus olhos de reacções demasiado severas por uma coisa tão natural.
- É indispensável, também, que todos os membros da família coincidam sobre o comportamento educativo que devem manter. De nada serve ensinar o cão que só fará as refeições estabelecidas e que não deve mendigar comida se depois, na mesa, alguém lhe oferece sobras. É também preciso ter cuidado com as ordens que se dão ao cão, pois convém que sejam iguais para todos os membros da família: se um diz "aqui!", outro "corre!" e outro "hop, hop!" é provável que o cachorro se mostre confuso e, por isso, seja mais lento na aprendizagem.

 

A CHAMADA

Já mencionámos as obrigações que qualquer proprietário de um cão terá de cumprir: segundo as leis, você será responsável por todo o prejuízo provocado pelo animal. É, pois, fundamental acostumá-lo a que venha rapidamente quando é chamado. Um animal que responde com alegria à chamada possui já todas as premissas para responder positivamente aos estímulos de uma escola de adestramento.
Apesar disso, convém estar muito atento quando soltar o cão, dado que, face a uma chamada incontrolável (a presença de outro cão, de uma fêmea em cio, de crianças a jogar à bola, etc.) embora adestrado, poderá não responder de imediato e provocar um incidente com prejuízos incalculáveis.
A chamada constitui, portanto, um exercício de obediência em geral, muito útil também, mas que não exime o dono da responsabilidade, pelo que será bom manter o animal preso quando se frequentem zonas públicas.
- Desde o primeiro dia, gratifique o cachorro com guloseimas, com uma carícia ou dizendo "bem!", seguido do seu nome. Chamando-o frequentemente e na associação com acontecimentos ou comportamentos positivos terá ensinado o cachorro a distinguir o seu nome e a que corra para si alegremente ao chamá-lo. Nestas situações, chame-o quando já vem para si e agarre-o alegremente, elogiando-o, acariciando-o e dando-lhe alguma guloseima apetitosa para que entenda a correcção do seu comportamento.
Quando o cão tiver aprendido o seu nome, permite-lhe afastar-se mais. Depois, chamá-lo-á, gratificando-o com guloseimas à sua chegada. Noutras ocasiões, limite-se acariciá-lo com o objectivo de que não associe o seu nome ex- clusivamente à comida.
- A ordem de chamada para o cão deverá significar aproximação. Eis porque é tão importante que, quando ralhar com ele, não o trate pelo nome, pois o castigo nunca deverá ser associado à chamada.
Por outro lado, ao dar ordens nunca deverá esquecer que o cachorro pode estar distraído a brincar e atento a outra coisa, pelo que não obedece; tenha paciência e tente compreender as razões que o levaram a não prestar atenção à ordem.

O USO DO "NÃO"!

Um "não!" seco, decisivo e firme será a primeira lição e o primeiro termo ou ordem que o cachorro deverá aprender logo no primeiro dia. Com voz firme e decisiva exclame "não"! se urinar no chão, se morder algum sapato, uma manta ou um móvel, se subir para os cadeirões ou sofás, se puser as patas sobre as mesas, etc.
A ordem "não!" deverá ser muito clara cachorro. Não hesite, se necessário, um tom severo de repreensão e dar-lhe um tabefe no focinho se for apanhado em falta(mas cuidado com a força). Pelo contrário, se não foi na sua presença, esqueça.
Repreenda o cão se o vir agarrar um o proibido para ele, mas não o para repreendê-lo depois. De facto, o cachorro deve aprender a ir ter consigo com alegria porque o mima ou porque lhe dá goluseimas. Se o chamar para o repreender, esconder-se-à com a consequente falha na tentativa de adestramento.

CASTIGAR CORRECTAMENTE

Quantas vezes já ouviu alguém dizer do seu cão: "Ele sabe que se portou mal porque fica com um olhar de culpa quando eu chego a casa". Não se trata de culpa (uma emoção humana que os cães não conhecem); ele sabe simplesmente que pode ser castigado. A sua linguagem corporal é submissa porque já aprendeu que o dono grita muitas vezes com ele pouco depois de chegar a casa. O cão tem apenas consciência do presente, e deve ser corrigido no momento exacto em que faz uma asneira. Se o castigo vier nem que seja dez segundos depois, ele não o compreende. Se quiser mudar o comportamento do seu cão tem de o corrigir de imediato. O castigo também deve ser constante e justo. Use sempre o castigo mais leve possível, afinal o seu cão é o seu melhor amigo! Apresentamos, em seguida, alguns exemplos de como corrigir o seu cão pode ajudar a resolver problemas.

QUE PALAVRAS USAR?

O cão é capaz de compreender o significado de um certo número de palavras e, por isso, será possível fazê-lo aprender uma série de funções para executar as ordens. As palavras a utilizar com o cão têm de ter, no entanto, algumas características: deverão ser breves, facilmente diferenciáveis umas das outras e sempre as mesmas. Deverão ser breves, de outro modo não serão compreensíveis; se quiser que ele largue qualquer coisa que tenha na boca dir-lhe-á "larga!" ou então "deixa!" ou apenas "abaixo!", mas nunca "põe no chão!". Devem também ser distintas, de contrário, expõe-se a confundi-lo e devem ser sempre as mesmas para que se habitue a associar um determinado comportamento a uma determinada palavra. Igualmente importante é o tom da voz, que o cão sabe reconhecer. Por isso, para repreendê-lo ou dar-lhe ordens peremptórias, dir-se-ão em tom seco e exclamativo, enquanto os elogios, convites para brincar e outras coisas no género deverão ser ditas em tom suave e alongando as palavras.

COLEIRA E TRELA

O cachorro irá aceitando, gradualmente, o costume de usar a trela: coleira e trela serão sempre corpos estranhos que limitam a sua liberdade e, por vezes, podem provocar picadas ou doenças no pescoço.
Só quando o cão se tiver acostumado à constrição da coleira é que poderá ensinar-lhe o comportamento com a trela: um perfeito companheiro de passeio deve caminhar docilmente ao seu lado, sem nunca puxar a trela.
Não se esqueça de que não é aconselhável acostumar o cachorro a ir livremente pela rua ou pelo passeio: mesmo que seja educado, pode sempre acontecer alguma coisa que o distraia e que possa dar lugar a um incidente ou outra situação de perigo. Em todo o caso, ir sem trela só é permitido a um cão adulto perfeitamente adestrado.
- A primeira vez (por volta dos dois meses), una à trela ou à coleira uma corda extensível, de forma a que o cachorro se habitue a este corpo estranho que limita a sua liberdade, mas sem traumas e sem pretender que siga seu percurso. Com a trela extensível poderá afastar-se, mas deverá voltar à chamada ou puxando um pouco pela trela. Transforme em jogo esta lição da trela: deixe-o afastar-se alguns metros, depois chame-o mostrando-lhe uma bolacha.
Se desejar que frequente as feiras e participe em concursos, acostume-o segurando a trela com a mão esquerda, porque é assim que será conduzido nas diferentes demonstrações.
- Atenção: não deve, no entanto, exigir-lhe tudo de repente. Para educar o cachorro a andar com trela deve ter paciência e perseverança. As primeiras lições não deverão durar mais de cinco minutos. Se parar, deve parar! Quando os resultados melhorarem poderá aumentar a duração da lição e do passeio. Repreenda-o com voz firme ou puxando a trela, no caso de estar demasiado decidido a correr e o obrigue a segui-lo. No entanto, adule-o de cada vez que ande ao seu lado com o passo preciso, sem puxar para a frente.
- Quando souber andar com a trela, leve-o a sítios novos. Especialmente na cidade deve acostumar-se gradualmente aos carros, às pessoas e aos ruídos. No início, mostrará sinais de medo ou intolerância que deverá fazê-lo superar tranquilizando-o com carícias ou palavras animadoras.O seu cachorro terá de ser educado convenientemente enquanto é pequeno, pois é nesta altura que ele aprende melhor as regras de estar na nova casa.
De preferência, ensine-lhe estas regras logo que possível, nos primeiros dias de estadia na nova casa.
Por isso, esta secção está dividida em seis partes, para poder ir direito ao assunto.

SALTAR PARA CIMA DAS PESSOAS

Os cães saltam para cima das pessoas como forma de cumprimentar.
Os cachorrinhos cumprimentam cães adultos com lambidelas no focinho. É isso que o seu cão quer fazer quando salta, para cima das pessoas. Salta para cima de si quando regressa a casa, porque teve saudades suas. Salta para cima dos vizinhos e das visitas, porque está excitado e exige atenção. No entanto, se lhe ensinar a sentar-se quando quiser festinhas, acabará com os saltos. Afinal, é impossível saltar e ficar sentado ao mesmo tempo! Quando você entrar em casa ou quando chegar uma visita, diga ao seu cão para se sentar, e não lhe faça festas até que ele obedeça. No início será preciso controlá-lo com as mãos ou a trela para que ele se sente quietinho. Mas ele é capaz e irá aprender; é tudo uma questão de firmeza da sua parte e de todos os membros da família.

FUGIR PELA PORTA DA RUA

Este é um hábito muito mau, porque o seu cão pode ir parar facilmente à estrada, onde se pode perder ou ser atropelado por um carro. No entanto, pode tentar controlá-lo, ensinando-o a sentar-se e a ficar quieto em frente da porta ou do portão aberto. Com o cão seguro pela trela, faça-o sentar-se em frente à porta ou portão fechado. Mande-o ficar quieto e abra a porta. Se ele tentar fugir, corrija-o com a trela (puxe-a e liberte-a em seguida), dizendo em tom de reprimenda "Não, cão feio!", e volte a pô-lo no seu lugar. Repita o exercício tantas vezes quantas precisar, durante várias semanas. Treine-o junto a todas as saídas da sua casa, perto do portão e da porta da garagem.

PEDINCHAR

Pedinchar é uma coisa normal para o cão, mas é um hábito que ele aprende quando descobre que as pessoas são desajeitadas a comer e deixam cair comida. Ele apanha-a e descobre que é saborosa. A partir daí continuará à caça do que cair da mesa e, se nada vier, chateará toda a gente até receber um ou outro bocado. Infelizmente, há cães que exageram a pedincha ao ponto de se tomarem insuportáveis, chegando a dar mordidelas a sério. Porém, é um hábito que se contraria facilmente, desde que toda a família seja firme. À hora das refeições, faça o seu cão ficar deitado num local afastado da mesa. Pode ser a um canto da sala ou à porta de entrada, mas nunca perto ou debaixo da mesa. Se ele desobedecer à ordem, corrija-o com a coleira e com a sua voz, e leve-o de imediato de volta ao seu lugar. Mande-o ficar quieto. Pode ter de o corrigir diversas vezes, mas ele acabará por aprender!
O treino básico ajuda a controlar outro tipo de problemas: quando um dono treina oseu cão, o animal passa a vê-lo como o líder da .matilha.. Ponha os pontos nos "is", e ele não desafiará a sua autoridade. Se toda a família aplicar as mesmas regras com firmeza, o seu cão saberá qual é o lugar dele na hierarquia familiar, e todos os membros da vossa "matilha" serão muito mais felizes!

SALTOS EM CIMA DA MOBÍLIA

Se quiser mantê-lo afastado da mobília, mantenha-o sempre com a trela durante os primeiros dias e ensine-o a deitar-se ao pé de si -no chão! Se o cão saltar para cima da mobília quando você se afastar, use a trela e a sua voz para o corrigir. Tire-o de cima da mobília e faça-o deitar-se de novo no chão. Mande-o ficar quieto e dê-lhe alguma coisa para roer, para que ele se sinta mais satisfeito por estar no chão.

 

 

SUBIR E DESCER AS ESCADAS NUM CORROPIO

Trata-se de um hábito muito perigoso que pode causar a queda de alguém. Ensine-o a descer e subir as escadas atrás de si. Comece por controlá-lo com a trela. Suba o primeiro degrau e diga: "Sobe, Bobi", usando a trela para o fazer vir atrás de si. Se ele tentar ultrapassá-lo, corrija-o oralmente e com um puxão na trela. Se ele vier direitinho atrás de si, elogie-o! Pratique várias vezes a subir e a descer as escadas.

LADRAR

Antes de mais, lembre-se que é natural um cão ladrar. Uns latidos não fazem mal a ninguém, mas se for demasiado pode irritar. Se lhe gritar para estar calado, fará tanto barulho como ele. Para o seu cão, isso também é ladrar! É claro que ele então não se cala porque julga que o dono decidiu acompanhá-lo!
Comece por corrigir o cão dentro de casa quando estiver ao pé dele. Arranje um borrifador de plantas e encha-o com uma parte de vinagre e sete de água (convém que seja mesmo muito mais água!). Se chegar alguém à porta e ele começar a ladrar, aproxime-se dele calmamente e diga "Calado!", com firmeza, mas sem gritar. Borrife a solução de vinagre na direcção dele (mas nunca em direcção aos olhos!). Ele cheira o vinagre, pára de ladrar, afasta-se e pode até espirrar. Mal ele pare de ladrar, elogie-o efusivamente, "Cãozinho bonito, calado!"


LADRAR QUANDO ESTIVER SOZINHO

Geralmente, os cachorros que ficam sozinhos em casa põem-se a ladrar ou a uivar para chamar a atenção, e alguns cães não deixam de o fazer até ao regresso do dono. Este comportamento não é agradável para os vizinhos e, por isso, é conveniente ensinar o cachorro a não ladrar inutilmente.
Premeie-o sempre com uma carícia ou uma bolacha quando se comportar correctamente e responder bem ao adestramento
Se o cachorro gemer quando você sair de casa, agarre-lhe o focinho com as mãos e diga-lhe "não!" ou então "silêncio!". A seguir, saia e espere alguns minutos; se o cão começar de novo a ladrar, repita a ordem e bata com a mão na porta. De qualquer modo, não entre, nem sequer para repreendê-lo, de contrário, associaria a sua teimosia nos latidos ao resultado esperado: fazê-lo voltar.
Deve dizer-se que os cachorros, sobretudo os mais pequenos, sofrem muito de solidão e temem ser abandonados. Até há pouco, antes de chegar a sua casa, estava sempre na companhia da mãe, dos irmãos e dos outros cães no criador; agora, encontra-se sozinho num ambiente que conhece parcialmente.
Não é surpreendente que ele se lamente: você está a tentar tornar-lhe o acontecimento o menos traumático possível, deixando-lhe uma luz acesa, pondo-lhe a casota o mais longe possível dos ruídos estranhos e dando-lhe um pouco de companhia com a rádio acesa com o volume baixo. Estas pequenas precauções deverão ajudá-lo a acalmar-se.

UM ROEDOR DESTRUTIVO

Os cães necessitam de roer. Precisam, por isso, de brinquedos apropriados, que sejam só para cães; se lhe oferecer um dos seus sapatos velhos, não se admire se ele for roer também os novos. Sempre que o apanhar com coisas que não deve na boca, mande-o largá-las, num tom de voz decidido: "Não! Larga!". Assim que ele obedeça, leve-o aos brinquedos dele e diga para ele escolher um para roer. Ou, então, ofereça-lhe simplesmente um osso para mastigar. Elogie-o quando ele pegar no brinquedo certo. Limite-lhe a liberdade dentro de casa, para evitar que ele se escape para outros quartos e roa qualquer outra coisa. Tenha muito cuidado com os objectos que deixa espalhados pela casa, especialmente se ele ainda for cachorrinho.

OS BONS COSTUMES

- Nos primeiros meses de vida do cachorro mudará também todos os dentes. O mal estar das gengivas leva-o a mordiscar tudo, com graves prejuízos para móveis e tapetes. Se quiser evitá-lo, coloque então na cama dele um osso de pele de búfalo, uma manta velha ou algum outro brinquedo, para descarregar o mal-estar sobre objectos de pouco valor. Se sair de casa durante bastante tempo, será conveniente fechá-lo numa das divisões adequadas ou numa casa de banho, onde não possa morder móveis nem deitar-se sobre os sofás. Como alternativa, é possível comprar uma pequena cerca movível (encontra-se em qualquer loja especializada em produtos para animais e colocá-la à volta da manta.
- Não lhe permita subir para as camas, que nunca mais se livrará desse vício. Do mesmo modo, não lhe deve permitido subir para os sofás e cadeirões a partir do momento em que lhe foi atrida uma casota ou uma cama para cães. No Caso de não ter proibido os sofás ao cão é aconselhável fixar os sofás para ele se sentar, de tal maneira que possa ter um forro lavável, especialmente nas mudanças.
- Ensiine-o finalmente a não saltar por cima das pessoas: como já se viu anteriormente, há pessoas que não gostam das "festas" dos cães. Acostume-o a receber as carícias "sentado".

ONDE PODE DEFECAR?

Geralmente, os animais tendem a manter-se limpos e por conseguinte, a não urinar no lugar onde vivem. Quando tem necessidade, o cachorro afasta-se para cumprir
a sua exigência fisiológica e é óbvio que, se viver num espaço limitado, sujará o lugar onde vive. O cachorro fisicamente não tem capacidade de retenção e com dois meses não se pode pretender que seja capaz de se regular: tal como uma criança de 2 ou 3 anos não o faz, também o cachorro começará a controlar as suas necessidades fisiológicas por volta dos 5 a 6 meses. De qualquer forma, pode ajudá-lo nos seus hábitos higiénicos, seguindo algumas instruções simples.
- É ridículo esfregar o focinho do cachorro no seu chichi ou, pior ainda, nas fezes, especialmente se não for apanhado em "flagrante delito". Deve antes antecipar-se à sua "necessidade" e actuar com astúcia, para o obrigar a adquirir, pouco a pouco, os costumes que chegarão a ser, depois, regras de comportamento .
É fundamental, por exemplo, levá-lo para fora de casa ou então para o local onde deve fazer as necessidades mal acabe de comer. Conhecendo os seus odores impregnados na areia, na folha de jornal ou, então na terra do jardim, aprenderá rapidamente a fazer as suas necessidades sempre no mesmo sítio. Inicialmente, isto deverá ser feito com intervalos de duas horas, depois a um ritmo menos frequente; pouco a pouco, o cachorro crescerá e será o momento de aprender a controlar-se.
- Verá muitas vezes o cachorro, depois de um período de brincadeira ou depois de um sono tranquilo, rodar de improviso sobre si próprio ou farejar à volta pelo chão. Pegue nele imediatamente, sem vacilação, porque ele foge! Lentamente, o animal acostumar-se-á a ir ao local atribuído: tornar-se-á um cão limpo e educado. Na idade adulta as suas necessidades fisiológicas limitar-se-ão a duas evacuações diárias.
- Se por acaso cometer um erro e sujar no sítio errado, deverá limpar cuidadosamente de imediato a zona suja com um detergente para tirar qualquer rasto de odor a chichi ou a fezes. De outra forma, o cachorro repetirá o erro, pois acostuma-se a fazer as suas necessidades fisiológicas onde os seus odores estão impregnados. E importante que não o veja limpar porque o cachorro toma tudo como uma brincadeira, inclusive o uso da escova e do balde.
- Elogie continuamente o cachorro de cada vez que evacue local adequado, embora repetindo sempre mesmas palavras: aprenderá assim a associar as suas "necessidades" a uma ordem. Por outro lado, repreenda-o com um tom severo todas as vezes que volte a fazer as suas necessidades no local incorrecto. Se continuar, poderá repreendê-lo agarrando-o pelo cogote, mas nunca lhe deverá bater. Obteria exactamente o efeito contrário, urinação instantânea por medo e consequências negativas para o seu carácter.
- Lembre-se, finalmente, que durante os primeiros meses de vida o cachorro pode fazer chichi no chão por um acontecimento emotivo (a chegada a casa depois de algumas horas de ausência ou a aproximação de uma pessoa desconhecida). Tenha paciência, são factos, que duram pouco tempo.

O CÃO NA SOCIEDADE

Enquanto o cão é jovem, deverá ensinar-lhe as regras básicas de convivência na Sociedade em que vivemos. Para isso deverá fazer muitos passeios com ele, de modo a aproveitar ao máximo a convivência deste com as mais variadas situações.
Por exemplo, nos passeios deverá fazer com que ele ande sempre pelo passeio, não o deixando desviar para outro lado. Lembre-se que esta é a melhor altura para o ensinar. Num cruzamento, deve esperar com ele ao pé do semáforo, dizendo-lhe que se sente. Depois, quando o sinal estiver verde, deverá atravessar, sempre pelo caminho mais curto e a direito.
A convivência com outros cães da mesma raça também é muito importante. Deixe o seu cão brincar com os seus amigos nos espaços apropriados (relvados, pátios, parques...), não o deixando brincar na estrada nem em sítios que possam constituir perigos.
Durante os passeios, também deve proporcionar ao seu pequeno animal o convívio com crianças. Ele, assim, aprenderá a força que tem e saberá quando pode brincar «à vontade» e quando tem que ser mais cuidadoso.
Com estas medidas simples e divertidas, estará a preparar o seu cachorro para brincar e conviver na Sociedade.

ADESTRAMENTO BÁSICO

O treino básico de obediência é muito mais que ensinar o seu cão a sentar-se, deitar-se, ficar quieto e andar pela trela. Para além disso, o treino de obediência pode também ajudá-lo a controlar ou eliminar outros problemas de comportamento. Recorrendo às ordens simples que já ensinou ao seu cão, pode mudar imensas coisas no comportamento dele. A chave para isso é a sua criatividade. Pense em situações em que elas possam ser úteis. Aqui tem algumas ideias.

Com a idade de 1 ano - embora, na realidade, cada raça mostre as suas particularidades e diferentes tempos de maturação - em geral, pode pretender-se de qualquer cão obediência e atenção durante as lições de adestramento. É bom esclarecer, de imediato, que as diferentes fases do adestramento devem estar nitidamente separadas da brincadeira, dado que o cão deve entender a importância dos exercícios propostos e a sua correcta execução. Os exercícios, inicialmente, deverão durar pouco tempo e desenvolver-se num lugar tranquilo, sem distracções para o animal. Como sempre, elogie o seu amigo sempre que realizar o exercício proposto. No termo dos exercícios do adestramento brinque intensamente com o cão, dado que também neste caso deve compreender que se responder positivamente às exigências receberá muitos elogios e o prémio da brincadeira.
Lembre-se de que nos primeiros meses de vida do cachorro a duração destes exercícios não poderá ser superior a alguns minutos. Por outro lado, ensine-lhe os mesmos exercícios de adestramento até que os tenha aprendido. Se o exercício se efectuar com êxito, então poderá passar para uma nova lição para lhe ensinar outras ordens.

"Sentado"

A posição de sentado é bastante natural no cão, pelo que esta ordem se ensina facilmente. No fim da maior parte dos exercícios de adestramento pede-se ao cão que se sente, pois é a posição mais normal para comer uma guloseima que sempre se lhe oferece quando efectua correctamente as ordens dadas. No início, basta dar-lhe as ordens com voz dura e puxar ligeiramente a trela para cima empurrando ao mesmo tempo o lombo, para o chão com uma mão, de forma que o cão se sente somente sobre as patas traseiras. Se se deitar no chão também com as patas dianteiras, deverá levantá-lo e repetir o exercício até realizá-lo correctamente. Pratique o exercício, alguns minutos, duas vezes ao dia. A primeira vez que lhe der a ordem verbal "sentado" empurre o lombo do cão para baixo para o obrigar a sentar-se por alguns segundos. Se se levantar de repente, deve dar-lhe outra vez a ordem de "sentado" e voltar a pô-lo na posição alguns segundos, dado que, quando for adulto, deverá aprender a levantar-se somente quando o seu dono lho pedir.
Outra maneira de assumir a posição de descanso é pedir ao animal que se sente depois de um bocado de actividade física intensa, quando o cão estiver cansado, pelo que a ordem de "sentado" será muito agradável.
Quando aprender isto, deve insistir para que fique na posição dizendo-lhe: "Sentado, quieto!". Quando tiver aprendido o exercício, poderá apurar a técnica, pretendendo que o cão se sente exactamente ao seu lado, em paralelo consigo e com a cabeça para a frente. Naturalmente, no início sentar-se-á em qualquer posição, mas se corrigir os erros conseguirá facilmente o que deseja.

"Deitado"

Com este exercício, o cão assumirá uma posição de repouso, por um tempo longo, enquanto espera que o seu dono regresse. A posição correcta é com as patas dianteiras para a frente, o ventre apoiado no solo e as patas traseiras recolhidas por debaixo do corpo.
É uma posição bastante natural para o cão, porque representa um acto de submissão: na chamada (também no criador e no ambiente doméstico) é fácil observar que o macho da matilha (o irmão dominante e o dono) põe por "terra" o rival; com esta posição o cão mais débil tenta demonstrar que aceita a supremacia do mais forte, que deve deixar então de lutar.
Por ser um exercício de submissão e para não tornar o cão medroso, deverá iniciar as lições por volta do sexto / sétimo mês, enquanto se dedica, nos meses anteriores, a adestrá-lo com as outras ordens básicas.
Como na ordem "sentado", na primeira vez, empurre com a mão o cachorro para o chão, talvez ajudando-o com a trela e puxando as patas dianteiras para a frente e para baixo. Repita o exercício duas vezes por dia durante dez minutos. Aprendida a ordem "deitado" afaste-se alguns passos repetindo "deitado, quieto", depois chame o cão com um libertador "vamos" para que possa alcançá-lo alegremente e receber a carícia ou a bolacha. Avançando no exercício, afaste-se cada vez mais do cão, até sair do seu campo de visão, primeiro alguns segundos e depois durante algum tempo mais longo repetindo "deitado, quieto" se se levantar, deverá obrigá-lo a deitar-se. Um cão bem adestrado, depois de algumas lições, aprenderá a ficar na posição "deitado" até ser chamado.
Um sistema eficaz para acostumar o animal a permanecer no solo é pôr a trela por debaixo do seu corpo: à primeira tentativa de se levantar compreenderá a obrigação de ficar quieto. Com o objectivo de obedecer, utilizar-se-á este método até que tenha compreendido o significado da ordem "deitado" e "deitado, quieto!", mas depois deverá executar ambos os exercícios sem o auxílio da trela.

 "Quieto"

Esta ordem está muito associada às anteriores e tem como objectivo ensinar-lhe a ficar na mesma posição até nova ordem. O "Quieto" significa, de facto, "está quieto, está sentado, fica no chão", isto é, "quieto na posição em que estás".
Por isso, deverá ser ensinado juntamente com outras, por exemplo se lhe ordena "sentado, quieto." ou "deitado, quieto!".
Para facilitar a aprendizagem desta ordem, a primeira vez é aconselhável pôr-lhe a trela sob a pata para aplicar uma tracção para o chão condicionando o animal a ficar quieto no chão. Se se enganar, não deve fazer um drama: se o repreender, recusará continuar a lição. Se cometer um erro, em todo o caso tente repetir o exercício. Pense que se se engana existem outras motivações: a principal é que o seguirá porque receia ser abandonado. Faça-lhe entender que pode esperá-lo tranquilamente e que voltará para vir buscá-lo. No início, não se pode pretender que o aluno fique quieto muito tempo.
Pouco a pouco, poderá alop- gar a duração.

 

"Vamos"

Este termo foi substituído por alguns por "vem". Lembre-se de que o cachorro que tem com o seu dono uma relação positiva estará sempre disposto a responder à sua chamada.
Para educá-lo à ordem "vamos" deve trabalhar-se com astúcia. Depois de acostumado o cão às posições "sentado" ou "deitado", para lhe ensinar a primeira lição da ordem "vamos", deverá socorrer-se da trela extensível.
Ponha o cão na posição, afaste-se inicialmente alguns passos e nas lições sucessivas ande 5 a 10 m. Em seguida chame-o: "vamos" e, se o animal demonstrar alguma hesitação, exija que lhe obedeça com um ligeiro esticão da trela extensível.
Quando, por fim, se aproximar de si, receba-o alegremente, premiando-o de uma das formas que já conhece e que o cão goste mais. Um cão inteligente aprende o exercício dentro de muito pouco tempo. Quando entender o significado de "vamos", daremos início ao adestramento sem correia, chamando-o depois de o ter solto. Se desobedecer, terá de retomar o adestramento utilizando o método da trela descrito até ter compreendido por completo a ordem.
Se preferir ensinar ao seu aluno de quatro patas esta ordem deixando-o solto, não cometa o erro de persegui-lo no caso de se afastar, pois aumentaria o desejo de brincar e de se perseguir. Devera antes jogar às escondidas (sem perder de vista o animal): obrigá-lo-á assim a preocupar-se com a sua ausência, e assim, adoptará de imediato o costume de estar próximo.

"Ao lado"

Este exercício é muito útil para levar o cão a passear, especialmente em ambientes superlotados, pois habituar-se-á a andar sempre ao seu lado.
Depois de alguns meses de trabalho, com paciência, foram-lhe ensinadas as ordens de comando básico e o cachorro estará preparado para o acompanhar a dar um passeio. Embora se encontre em condições de o seguir com a trela, não aprendeu ainda a acompanhar o passo e é, portanto, o momento de adestrá-lo a andar perfeitamente ao seu lado, ao mesmo ritmo que você.
Com paciência e perseverança ensine o cão a andar à sua esquerda, em perfeita sincronia com a sua velocidade, em qualquer rua e ambiente. Quando alargar demasiado o passo, necessitando de puxar a trela, repreenda-o com um pequeno esticão da trela dando-lhe a ordem "ao lado". Repita a mesma acção, se diminuir a velocidade dizendo-lhe "vamos, ao lado!". Geralmente, os cachorros tendem a ir para a frente e puxar. Se o cão insiste neste comportamento, embora se lhe dê a ordem "ao lado", poderá optar por lhe pôr urna coleira de castigo (puxando a trela, esta coleira provoca um certo incómodo).
Provavelmente, no início, o cão desobedecerá, mas deve continuar com o adestramento de forma calma e paciente. De vez em quando dê-lhe a possibilidade de parar e farejar o terreno, mas ele pode perfeitamente acompanhar o seu passo andando ao seu lado. Por muito teimoso que seja, ao fim e ao cabo o animal terá de se adaptar à vontade do seu dono, realizando correctamente a ordem em vez de se distrair.
Terá conseguido obter a máxima obediência quando o animal permanecer "ao lado", também sem trela; no entanto, para conseguir que vá sozinho é aconselhável recorrer a uma escola especializada em adestramento.

Comportamento com trela.

Nos primeiros meses de vida acostumou o seu cachorro à limitação da coleira e depois à da trela. Devagar, ajudando-o com uma coleira de mudará castigo ensinou-o depois a caminhar ao lado, sem que ele se adiantasse ou ficasse para trás. Agora, o comportamento com a trela pode ser sucessivamente aperfeiçoado se o cão for um animal obediente e tiver mais de 1 ano.
A finalidade do exercício é a de ensinar o cão a caminhar ao seu lado esquerdo com a cabeça erguida e com alterações de direcção para a direita ou para a esquerda.
Para praticar este exercício, o cão deverá ser muito obediente. Situado exactamente junto do seu joelho esquerdo, o animal deverá perceber através do contacto com a perna as voltas à direita ou à esquerda, enquanto para inverter a marchar terá de socorrer-se da trela fazendo girar o cão por detrás das suas costas.
Outros exercícios de obediência podem ser aprendidos com cursos de adestramento especiais, seguindo técnicas seleccionadas.
Tenha em atenção que, mesmo que o seu cão não frequente os cursos de adestramento numa escola especializada, se conseguir que ele aprenda os ensinamentos aqui expressos, pode ter a certeza de que o seu cão é um animal correctamente educado, apto para conviver em condições óptimas.

 

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